Capítulo 6 - Conversa / Rubor / Musica / Bipolaridade e Plano Maquiavélico

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JENSEN DARK

Ela me olhou. Seus olhos nos meus olhos. Estranhamente ela não esboçou nenhuma reação a não ser a neutralidade e eu não me importava com o silêncio, pois ele parecia propicio ao momento. Seus olhos azuis adquiriram um tom mais escuro e lentamente sua pele de marfim foi adquirindo um lindo tom rosado. Possivelmente envergonhada, Samantha abaixou o rosto e desconcertada pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha, logo em seguida mordeu os lábios. Eu podia sentir a tensão que seu corpo emanava e de certa forma aquilo me deixou contente. Era um perfeito sinal de que eu exercia certo efeito sobre si. Ela me olhou de novo e percebendo que meu foco ainda continuava inteiramente em si, desviou a atenção e passou a olhar para algo atrás de mim. Por fim, pôs as duas mãos no rosto e suspirou languidamente, só então voltou sua atenção para mim.

– Olha, Jensen. Tá meio tarde e eu... – Parecia procurar palavras em sua mente, mas seus olhos denunciavam que não encontrava nada. – Eu acho melhor não irmos, até porque está fora da sua hora de trabalho.

Eu sorri.

– Samantha, eu sou o dono daquele lugar. Sou eu que mando e desmando e se estou dizendo que podemos ir agora, é sinal de que não há problema algum. Vamos, por favor. – E para finalizar meu pedido, usei o truque que deixava qualquer mulher suspirando por mim quando eu o fazia. Fiz beicinho e juntei as sobrancelhas.

Obtive a resposta quase que instantaneamente. O escarlate tomou sua face fazendo assim com que ela buscasse uma válvula de escape na caneca a sua frente. Samantha bebeu o conteúdo e aproveitou para disfarçar seu rubor. Por fora eu estava sério, por dentro eu sorria abertamente. A tarefa de conquistá-la seria difícil, contudo não impossível, e bastava que eu tivesse um pouco de paciência, então Samantha em pouco tempo já cairia em minhas graças e eu aproveitaria o momento para ensina-la boas lições.

– Jensen, não tá um pouco tarde?

Seu questionamento denunciou que ela cogitava a ideia, e aquilo impulsionou minha vontade de continuar tentando-a até que ela cedesse.

– Tá com medo de ficar sozinha comigo? É isso? – Olhei para ela e novamente suas bochechas adquiriram o tom avermelhado que tanto eu gostava.

– Não é isso. É que...

– Olha, lembre-se que você tinha um compromisso comigo. E eu não fico chateado com você se for comigo hoje. Vamos. Vai ser tranquilo. – Insisti.

Ela mordeu os lábios. Olhou-me e para o meu prazer, assentiu.

– Tá. – Um sorriso tímido tomou sua face, fazendo com que o meu lado sacana desse socos no ar em comemoração.

– Só tem um pequeno probleminha. – Comuniquei. Ela franziu a testa. – Vim de taxi. Você terá que me dá carona. Tudo bem?

Ela assentiu sem hesitar. É, Jensen. Parece que hoje você vai se dá muito bem!

Fiz um gesto para que o garçom viesse até nós e assim que este chegou, lhe pedi a conta. Samantha até protestou, porém lhe disse que como ela havia pagado a conta pela manhã, nada mais certo do que eu pagar por essa. Relutante, ela aceitou.

Saímos da lanchonete em silencio e assim continuamos até chegarmos ao seu carro. Esperei que ela entrasse para só então entrar também. Ajeitei-me em meu lugar e pus o sinto. Samantha fez o mesmo, então deu partida. O rádio ligou sozinho e o som de um rock atingiu com volume máximo o ambiente. Samantha, mais do que depressa abaixou o volume e com um sorriso amarelo se desculpou.

– Qual é a banda? – Questionei.

Ela me lançou um olhar de incredulidade.

– Pô. Você não tá conhecendo o som do Iron Maiden?Como assim? – Ela olhou para frente e saiu do estacionamento. Me diverti com sua cara.

Em hiatus - Bálsamo InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora