=Capítulo 51=

312 18 0
                                    


HELENA CARTER

Acordei com tanta dor de cabeça que parecia que eu tinha tomado um porre na noite passada. Meu corpo estava dolorido e eu me sentia completamente fraca e indisposta para ir à aula. Peguei meu celular e mandei mensagem para Alice.

Helena
Não vou na aula, estou morta

Alice
Eu e o Henrique também não vamos, o Noah também deve tá com uma ressaca daquelas, acho que não vai também.

Helena
Ótimo, vou voltar a dormi já que é a única coisa que faço ultimamente.

Bloqueei o celular e me enfiei novamente de baixo do cobertor. Minha cabeça girava e eu sentia cada pedacinho do meu corpo doer.

                             (...)

— Acorda, querida!— era a minha mãe, tirei a cabeça de baixo do cobertor e a olhei sentada na beirada da cama acariciando minha perna por cima do cobertor. — Você já dormiu muito, hoje temos uma consulta com o dr. William.

— Que horas são?

— Já está na hora do almoço!— arregalei os olhos e peguei meu celular para conferir, havia umas mensagens e ligações de Isaac e outras pessoas.

— Caramba, eu apaguei!— falei um pouco surpresa por não ter acordado com as ligações e notificações de mensagens.

— Vá tomar um banho, o almoço está quase pronto.

Assenti e me levantei um pouco sonolenta ainda, Anna entrou no quarto eufórica, tirou sua mochila e abraçou mamãe.

— Oi, amor, como foi a aula?— mamãe perguntou acariciando os cabelos de Anna. Fiquei olhando as duas, minha mãe nunca foi assim comigo quando eu tinha a idade da Anna, ela só trabalhava e quase nunca tinha tempo pra mim e nunca me perguntava da escola.

— Foi bom, eu tirei 9 em matemática e o Lucas, aquele garoto que te falei que me zoava, me deu uma maçã para se desculpar. As meninas falaram que ele gosta de mim e que quer me namorar, mas isso é nojento.— ela fez uma careta.

— Você é muito nova para isso, mas eu tenho certeza que ele gosta de você, afinal, quem não gostaria?

Entrei no banheiro e me apoiei na pia, novamente o fato de minha mãe tratar a Anna diferente de mim me abalou, eu me senti ridícula por sentir nem que seja uma pitadinha de inveja da Anna. Liguei o chuveiro e tomei banho rápido, quando terminei me sequei e vesti uma roupa qualquer.

Comi em silêncio e pensava um pouco sobre tudo. Pensei no transplante, em Isaac, nas pessoas que iria deixar e temi a morte. Quando acabei fui para o quintal e me sentei no banquinho. Peguei o celular e liguei para Isaac.

— "Helena"— ele falou animado.

— Oi.

— "Como você está?"— ouvi algumas vozes atrás.

— Bem.

— "Não senti firmeza, o que aconteceu?"

— Eu não sei, é só um daqueles dias em que você se sente meio sei lá.

— "Hum, entendi."— ele disse e novamente ouvi vozes no fundo.— "Vem, Isaac, tá na sua vez, você vai perder, otário."

— Quem tá aí?

— "Tony e Mike, a gente tá jogando videogame."

— Ah, bom tá na sua vez não quero te atrapalhar, depois a gente se fala.— falei.

 Para Sempre Ao Seu Lado Onde histórias criam vida. Descubra agora