Primeiro capitulo

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No amor não há pessoas certas, há pessoas que lutam pra dar certo!


Hana narrando... 

Escuto o alarme tocar exatamente as 7h da manhã. Dou-me um pulo da cama

Coloco meu uniforme e minha camiseta xadrez, logo em seguida uma calça e um tênis. Faço um coque bagunçado pego minha mochila, passo na cozinha, digo oi pra minha mãe, lhe dou um abraço rapidamente. Saio de casa correndo quando de repente encontro Charlie dirigindo seu carro. Ele sorri, abre a porta e me da uma carona. Pra quem não sabe Charlie é meu melhor amigo gay. Isso mesmo. Eu tenho tanta intimidade com ele que as vezes até esqueço que ele tem um pênis. Me julguem.

— Preparada mocinha? Só faltam seis meses pro ano terminar – disse Charlie, olhando pra mim.

— E eu não sei se fico feliz ou triste. – digo suspirando entre minha respiração pesada ao lembrar que faltavam apenas alguns meses para começar as entrevistas para a escolha de representantes.

Isso aqui é muito comum, acontece sempre no final do ensino médio um evento onde importantes pensadores contemporâneos e professores de universidades de alta relevância são convidados para prestigiar um banquete bem elaborado enquanto trocam conversa com os alunos escolhidos pelo diretor nessa tal entrevista. E eu preciso dessa vaga mais que tudo nessa vida. Enfim, o aluno que tiver um bom dialogo e conseguir impressionar os convidados recebem uma carta de recomendação para a universidade, o que significa certeza de 80% de já estar la dentro. Seria meu sonho.

— A qual é, tem que se animar, tem o baile de formatura esse ano. HAHAHA – disse ele todo empolgadinho.

— Charlie, olha pra minha cara, você acha mesmo que vou nesse tipo de festa? Prefiro ficar em casa e maratonar filmes de terror. Kkkk – falo – A gente podia assistir um dia.

— Deus me livre, só se eu tivesse um bofe cheio de músculos para me proteger kkk – disse ele com um sorriso safado de lado. Charlie aumenta a musica do carro até chegarmos na escola.

Ao chegar na escola dou de frente com o trio de venenosas, claro que estou falando da Cloe, Beca e da abelha rainha Camila George. Ela era a menina mais rica e popular da escola, além de ser a mais bonita de todas. Aqui ganhar um oi dela era como ser o primeiro a chegar a lua, todos queriam ser a toalha que limparia seu suor. Eca né, eu sei, mas duvidaria nada se alguém começasse a a beijar seus pés do nada.

E eu já fui amiga dela, sim, eu já fui. Tipo a melhor amiga, BFF. Mas nossa amizade acabou a muito tempo. Felizmente. Quando nós tínhamos mais ou menos 12 anos fomos a um acampamento de verão, nós já éramos amigas nessa época, até por que minha mãe e a mãe dela, também eram como bff's.

Mas os laços de amizade foram rompidos depois que a mãe dela fechou um negócio muito importante  e disse que não podia mais falar com pobres, pois isso afetaria seus novos ciclos de amizade. Mas enfim, nesse acampamento rolou de tudo, tinha brincadeiras, desafios, foi muito legal até chegar de noite. Quando A Camila me acordou e disse que o carinha mais bonito queria me dar um selinho debaixo da cabana de lençol. Fiquei com medo de ir, mas eu tbm queria perder o meu bv.

Então fiz o que ela disse, estava tudo escuro quando o menino acende a lanterna, eu fechei os olhos e todas as luzes foram acesas, entre um monte de fleches de câmeras. Eu estava de frente para um porco. Eu ia beijar um porco. Tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto, a qual tive meu rosto estampado em todas as redes sociais. E eu sou conhecida até hoje como Hana Porca. Eu sei que você riu um pouquinho, todos riram, felizmente, é um episódio que não me afeta mais como afetava antes. E acho que ninguém mais lembra desse apelido.

Olho na minha mochila, precisava do meu livro de ciências, então caminho até meu armário para ver se estava lá, enquanto Charlie me seguia ouvindo suas músicas bafonicas no fone. Vou seguindo pelo corredor e trombo sem querer em alguém, sorry, esqueci de mencionar que sou desastrada. Escuto uma voz estridente no meu ouvido e levo um susto.

— Sai da minha frente Hana Porca – disse Camila pedindo espaço.

"MERDA" – penso olhando fixamente para ela, quando a mesma me empurra e passa.

— Vai ser um final de ano demais Charlie, eu tenho certeza- digo olhando para ele.

O curioso clichê de HanaOnde histórias criam vida. Descubra agora