Cinema Paradiso - Cinema e saudade

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Cinema e saudade andam juntos, alguns filmes marcaram (e até mudaram) nossas vidas profundamente, recordações da infância, encontros românticos, descobertas; o cinema sempre foi a janela para outros mundos, vidas, realidades (melhores ou piores que as nossas); todo mundo tem uma história cheia de saudosismo envolvendo o cinema para contar e este filme que apresentarei, mais do que qualquer outro conseguiu retratar esse sentimento, essa mistura de vida e arte; falo do filme italiano Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso), filmado em 1988 escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore é uma ode ao cinema, a amizade e a vida; considerado piegas por muitos críticos e desprezado em seu lançamento pelos italianos, esse Cult conquistou o mundo com sua linguagem simples e seus personagens realistas ganhando o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1990 e vários outros prêmios importantes no Festival de Cannes, Globo de Ouro, Prêmio César, etc.

O filme se passa numa pequena cidade da Sicília nos anos que antecederam a chegada da televisão e conta a vida do garoto Salvatore di Vitto (Totó), desde sua infância difícil, quando saía escondido da igreja onde era coroinha para ir ao Cinema Paradiso (único da cidade) e lá descobre, graças a seu esforço para fazer amizade com o projecionista Alfredo, interpretado por Philippe Noiret, a paixão, que ele carregaria pelo resto da vida: o cinema.

Sendo a única distração da cidade, todas as pessoas iam ao Cinema Paradiso nos finais de semana, não sem antes terem os filmes censurados pelo padre local, que mandava cortar todas as cenas onde apareciam beijos (guardadas secretamente por Alfredo). A história acompanha a trajetória de Totó até a idade adulta, quando ele, um cineasta de sucesso, volta à sua cidade natal ao receber a notícia da morte de Alfredo e descobre que o Cinema Paradiso pode ser demolido para a construção de um estacionamento; exatamente como aconteceu no Brasil com nossas lindas salas de cinema, hoje lojas, bingos, templos, locais de má reputação e outras coisas, infelizmente (que saudade!)... A partir daí lembranças e saudade, muita saudade, nos guiará até um final inesquecível.

O personagem Salvatore di Vitto (Totó) foi vivido por três atores: Salvatore Cascio na infância, Marco Leonardi na adolescência e Jacques Perrin na idade adulta. Neste filme a trilha sonora (linda) também emociona; composta pelo grande, incrível, majestoso Ennio Morricone, um dos maiores (para mim o maior) compositores do cinema; sua contribuição à Sétima Arte passa dos 500 filmes, entre eles: Os Intocáveis, Por Um Punhado de Dólares, A Missão, Três Homens em Conflito, Bastardos Inglórios, entre muitos...

Cada um de nós, amantes da vida e do cinema, temos lá no fundo um pouco de Totó e eu tenho certeza, que vai ser bem difícil assistir a esse filme sem se emocionar e muito, portanto, para quem não viu e também para quem já viu, preparem os lenços de papel (vários) e aproveitem um filme tão bom, tão único, tão perfeito, que Giuseppe Tornatore até tentou, mas nunca conseguiu fazer igual.


Sinopse: "Cinema Paradiso" (Nuovo Cinema Paradiso – Itália/França). Nos anos que antecederam a chegada da televisão em uma pequena cidade da Sicília, o garoto Totó (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e iniciou uma amizade com Alfredo (Philippe Noiret), projecionista que se irritava com certa facilidade, mas tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança quando Toto (Jacques Perrin), agora um cineasta de sucesso, recebe a notícia de que Alfredo faleceu.

Direção: Giuseppe Tornatore 

Gênero: Drama

Classificação:16 anos

Cinema e Cult - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora