Metrópolis - Uma sociedade distópica e atemporal

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No início do Século XX, contra todas as possibilidades, surgiu um filme que ditou as regras do futuro do cinema (e talvez da própria humanidade) influenciando até hoje gerações de escritores, cineastas, filósofos, ativistas e até mesmo inventores e políticos, indo das obras de grandes mestres como George Orwell, Isaac Asimov, Alfred Hitchcock, entre muitos; passando por vários clássicos cinematográficos: Blade Runner, 1984, Robocop, O Exterminador do Futuro, Star Wars, O Quinto Elemento, Matrix, Bastardos Inglórios, etc... Dando origem a jogos e livros importantíssimos, movimentos como o Steampunk e o Film Noir e a discussões filosóficas, técnicas, teológicas e de políticas públicas de desenvolvimento, tudo devido ao tema incrivelmente moderno desta obra: a dominação do mundo pelas máquinas.

Mas qual seria esse filme tão importante, chocante e sociológico, tão extraordinariamente Cult?

Nada mais nada menos que Metrópolis, o filme mudo mais caro já concebido, que custou cerca de 5 milhões de marcos alemães, ou aproximadamente US$ 15 milhões em valores atuais, possui cenas de forte expressão visual, efeitos especiais inacreditáveis (para a época) e levou quase dois anos para ser produzido; essa obra de ficção científica foi o marco do Expressionismo Alemão; dirigida por Fritz Lang em 1926, revela uma visão incrivelmente pessimista do futuro, numa época em que a Revolução Industrial tinha atingido seu ápice, os sistemas políticos e econômicos já davam sinais de desgaste e as crises trabalhistas e sociais que deram origem ao negro período nazista, já começavam a despontar, o filme foi um verdadeiro alerta sobre o que aconteceria se o industrialismo inconsequente e o capitalismo selvagem não fossem freados a tempo. Escrito pelo próprio Lang e por sua esposa Thea Von Harbou, estreou com estardalhaço em 1927, em Berlim, com a presença do Marechal Von Hindenburg e das pessoas mais importantes entre os alemães da época, mas foi um completo fracasso de bilheteria, quase falindo a Universum Film AG (UFA).

Considerado muito longo (o que seria pouco comercial para o exterior), foi severamente cortado após sua estreia e em várias outras ocasiões, sendo que sua versão completa foi dada como perdida para sempre até 2008, quando uma cópia do original em péssimas condições foi encontrada na Argentina, restaurada e relançada em 2010 com resultado mais que perfeito.

Cultuado por gerações e possuindo somente 4 pôsteres originais de 1927 (feito em Litografia, por Heinz Schulz-Neudamm), é considerado o cartaz cinematográfico mais raro e caro do mundo; um deles foi leiloado em 2012, com outros oito pôsteres e o lote atingiu U$ 1.2 milhões de dólares.

Neste momento em que o Brasil e o mundo passam por diversas transformações, recomendo esse importante, ousado e posso dizer atualíssimo filme, a obra-prima de Fritz Lang, (futuro grande ídolo do Cinema Noir) onde você conhecerá o primeiro (a) robô da história do cinema.

Um verdadeiro convite à reflexão e à humanização.

Confiram mais algumas informações e experimentem essa experiência única:


Sinopse: "Metrópolis" (Alemanha, 1926): é um filme mudo de ficção científica, dirigido por Fritz Lang e conta a história da cidade de Metrópolis em 2026, governada pelo tirânico empresário Joh Fredersen (Alfred Abel) e segmentada injustamente em duas grandes classes, com as pessoas de posse vivendo na superfície e os mais pobres no subterrâneo, num verdadeiro apartheid. Os cidadãos da cidade superior possuem o que há de melhor em estrutura e tecnologia, enquanto os da cidade subterrânea vivem em condições precárias, desumanas, como semiescravos, trabalhando para manter as máquinas que alimentam toda a cidade superior em pleno funcionamento. Sem nenhum direito, os operários vivem de forma quase robotizada, sem pensar, refletir, sonhar, sem amanhã; mas Maria (Brigitte Helm), uma jovem inteligente e corajosa se destaca e com o desejo de conquistar uma vida mais "humana" ela passa a exortar os trabalhadores a se organizarem para cobrar seus direitos, demonstrando que eles possuem o poder e a capacidade para a transformação da classe trabalhadora de forma pacífica, através de um escolhido que virá para representá-los. Ironicamente, o escolhido é Freder (Gustav Fröhlich), filho de Fredersen, que resolve ajudá-los após ver a triste condição de vida dos operários (e também por sua paixão por Maria); só que Freder nem imagina o que seu pai e Rotwang, o inventor (Rudolf Klein-Rogge), planejam para o futuro desse povo tão sofrido e para a bela e revolucionária Maria.

Direção: Fritz Lang    

Gênero: Drama, Ficção Científica, Romance

Classificação: Livre

 Classificação: Livre

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