Untitled Part 2 (1)

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Eu estava com o coração cada vez mais acelerado. Cada minuto parecia mais um infinito de tempo a começar. Eu acabara de sair do meu banho de rosas que minha irmã tivera preparado para mim.Ela dissera que toda noiva precisava está tranquila e com uma aparência suave no grande dia da sua vida.

Eu nunca imaginara que um dia iria aceitar me casar com alguém, sempre fui daquelas meninas que se acham suficientes capazes de construir uma vida independente e se quisesse ter uma família seria daquelas modernas, monoparentais.No entanto,vejo-me,agora,imersa em uma banheira com água morna que vinha até a altura dos meus seios,cheia de pétalas de rosas espalhadas por todo o líquido e para completar uma música de fundo suave e relaxante.

-Cecília, acho que esse banho não foi uma boa ideia...- digo eu com ar de preocupada.

-Laura, você já falou isso umas 5 vezes pelo menos!!- ela cortou-me já sem paciência- quantas vezes tenho que dizer pra você relaxar, que Euzinha, estou controlando o tempo- ela disse batendo em seu peito

Eu ergui-me um pouco na banheira e desabafei:

eu não consigo relaxar! Está tudo ótimo, mas eu tou tão nervosa!

-Laura -ela aproximou-se de mim e se agachou para ficar mais a minha altura -Olha pra mim- ela fitou-me com o olhar de segurança- Você viu que eu planejei tudo do seu dia, calculei até os segundos-De fato ela havia calculado- É normal está nervosa, principalmente pra quem nunca se viu casada na vida- ela pigarreou- mas vai da tudo certo,ok? Confia em mim? - ela passou a mão pela minha bochecha molhada acariciando-a como se fosse minha mãe. 

-Claro que sim- Disse-lhe com um sorriso ainda um pouco inseguro. 

      Cecília era dois anos mais nova que eu, entretanto sempre saia-se muito mais madura nessas situações mais delicadas. Éramos muito unidas e compartilhávamos tudo uma com a outra, muitas vezes revezávamos o papel de "irmã mais velha", mas isso nunca foi um fator que nos levasse a brigas e separações, na verdade, nossas discussões eram tão raras e tão sem nexo que muitas vezes nem considerávamos como "tretas".

-Bem, pelo meu planejamento, daqui a 5 minutos chega o massagista para a sua sessão aqui no quarto - Ela disse olhando na sua prancheta
-É o que? Você contratou um massagista? - Eu disse quase dando um pulo dentro da banheira    -Meu Deus, quanto isso custou??- eu disse apavorada já pensando em quanto já tínhamos investido na cerimônia. Seria anos a relembrar dessa data especial quando olhássemos os boletos de pagamento.
Não se preocupe com isso agora.Ele é um amigo meu da faculdade e disse que não iria cobrar nada, que seria o seu presente de casamento.
Uau! Esse teu amigo ou é mesmo muito bom ou está querendo descolar um encontro contigo
Nah! Ele é gay e já tem o "bofe" dele - ela retrucou fazendo as aspas com os dedos no ar debochando da palavra juvenil.

5 minutos depois ouvimos batidas fortes e compassadas na porta do quarto, ela vinha um pouco abafada aos nossos ouvido porque a porta do banheiro encontrava-se fechada. Cecília, muito eficiente como uma verdadeira promotora de eventos -de improviso- levantou-se e fez um sinal com a mão para que eu aguarda-se no banheiro enquanto ela resolvia as coisas do lado externo.
De dentro só ouvia gritinhos e muitos beijinhos soltos no ar. Cecília provavelmente estava a fechar a porta enquanto encaminhava como se posicionariam as coisas.

"Cadu, você pode colocar a cama de massagem aqui,ó"

Só ouvia passos e o som de um objeto mecânico se mexendo ate está estável e pronto para o uso.

"Cecília, eu esqueci a caixa de som para por a música.Você tem alguma aí?" A voz dele era grave mas não era "aviadada", provavelmente se eu apenas ouvisse um áudio dele e Cecília não me tivesse contado nada sobre a sua orientação sexual, eu jamais desconfiaria.

"Tenho, tenho sim! Tá ali na suíte! Eu vou pegar para te ajudar a arrumar as coisas. " Ela disse com a voz apressada, e com passos que parecia acompanhar seu ritmo, dirigindo-se até onde eu estava.

Depois ouço seus passos meio que regredirem no som, como se ela estivesse a voltar, só que ainda mais rápido do que antes.

"Cadu, você quer que eu já traga ela ou ainda há coisa para preparar?" Uns 3 minutos de silêncio, como se ele estivesse ou encara-lá pensando no próximo passo ou olhando as coisas em volta e fazendo um check-up de tudo. "Nah! "Pode trazê-la, acho que já está tudo pronto. Maca de massagem, cremes, incenso... só faltava mesmo a caixinha de som"

"Então, está bem! Eu pego a caixinha e já trago ela enrolada na toalha!" Falou em tom decidido caminhando novamente para a porta do banheiro onde eu estava. Quando já ia abrir, pausou o ato e disse com tom provocativo: "Já "Vou logo me desculpando, Kadu, caso ela dê os chiliques dela de madame... Sabe como são essas noivas que querem bancar de dondocas,né?" Eu dei um gritinho de de rejeição e logo em seguida ambos deram uma gargalhada.

Cecília abriu a porta com um sorriso de ponta a ponta,parecia até mais ansiosa para a sessão de massagens do que eu, que seria A Cliente.

-E aí, Cinderela, vamos pra segunda parte do bibitibobitibum?" Eu ri-me, tentando me levantar depois de uns 30 minutos mergulhada na água serena e morna da banheira.  

Fio VermelhoWhere stories live. Discover now