Respirei fundo enquanto me olhava no espelho. Estava nervoso e com medo de me decepcionar mais uma vez, mas eu iria tentar novamente.
Ajeitei minha camisa e verifiquei se tudo estava certo, passei os dedos pelos meus fios de cabelo, ajeitando-os. Respirei fundo tomando coragem, peguei meu celular em cima da cama e finalmente sai de casa.
Entrei na cafeteria esperando que você estivesse atrasado como sempre. Essa era uma das razões de nossas brigas. Você tinha a mania irritante de se atrasar para todos os nossos encontros e isso me irritava profundamente. Mas dessa vez, você havia chego cedo e quando me viu entrar no lugar, levantou-se e acenou para mim, eu sorri enquanto olhava para o chão, um pouco envergonhado e caminhei até você.
Quando cheguei até a mesa onde estava, você puxou a minha cadeira e me ajudou a sentar, e eu acho que essa foi uma das coisas mais gentis que você fez durante todo o nosso conturbado relacionamento.
Eu sorri bobo.
Você sentou-se novamente em seu lugar a mesa, olhando-me e sorrindo para mim. Parecia tão nervoso quanto eu.
—Eu sinto como se fosse o nosso primeiro encontro. – Você riu sem jeito, sem saber direito o que dizer.
Eu me limitei a passar a mão pelo meu cabelo, olhando para baixo um pouco acanhado.
Fizemos nossos pedidos quando o garçom veio até a nossa mesa. Eu pedi um cappuccino com um pedaço de torta de morango, você pediu um macchiato de caramelo e uma torta de chocolate. Você sempre gostou de coisas doces.
Conversamos sobre coisas banais, você me perguntou sobre o que eu fiz durante o tempo que não nos vimos e eu respondi que voltei a viver em uma constante correria e que meus dias pareciam todos iguais.
Perguntei como estava indo a sua carreira e se você estava sendo bem tratado na empresa, sorrindo, você me respondeu que estava tudo bem e que a empresa cuidava do seu bem-estar.
Conversamos sobre vários outros assuntos, relembramos coisas que nos fazia rir e nos divertimos com as lembranças sobre o nosso passado.
Deixamos as partes ruins, brigas, discussões, términos, em um baú trancado a sete chaves. Não precisávamos falar sobre isso, agora estávamos tentando recomeçar do zero e tentaríamos fazer dar certo dessa vez.
Nossos pedidos chegaram e nós começamos a comer calmamente enquanto ainda conversávamos sobre coisas do dia a dia. Tentávamos recuperar o tempo que perdemos, tentando saber o máximo possível sobre o que aconteceu com a vida do outro enquanto estávamos separados.
Em um momento da conversa, eu falava sobre o quão chato e irritante meu chefe era e contava todos os apelidos que eu e meus colegas de trabalho usávamos para nos referir a ele. Expliquei que ele era careca e por isso, quando ele não podia nos ouvir, o chamávamos de "Kinder Ovo", "Desodorante Roll-On" ou "Voldemort".
Você se engasgou com sua bebida enquanto ria e disse que eu era uma pessoa muito má, porém também disse que eu podia chamar ele de "Professor Xavier".
—JungKook!! – Exclamei enquanto ria.
—O que? Foi você quem começou a dar apelidos para o seu chefe. – você bebericou seu macchiato. —Se ele soubesse disso, você já estava na rua.
—Com toda a certeza! Mas não posso me dar ao luxo de ser demitido.
Conversamos e rimos mais um pouco enquanto terminávamos de comer. Você me contou que estava escrevendo uma música para o seu novo álbum, e eu era a sua inspiração. Depois de muita insistência da minha parte, você me mostrou um pedaço da letra e eu só sabia sorrir enquanto lia.
Depois de um tempo, você me perguntou se eu já tinha conhecido o Hyunsik, filho de Taehyung e Hoseok. Então eu comecei a contar sobre o desastre que tinha sido. Eu fui apenas fazer uma visita e levar um brinquedo de presente para o menino, mas Taehyung e Hoseok acabaram me deixando de babá por meia hora e o bebê chorava tanto e eu não sabia mais o que fazer.
E você começou a rir do quão desesperado e desajeitado eu havia ficado com um bebê de 2 anos no colo. E eu apenas observei você jogar sua cabeça para trás enquanto ria como uma pequena criança e você não sabe o quão fofo fica desse jeito.
—Você mudou. – Eu disse de repente, sorrindo enquanto olhava para você.
—Mudei por você. – Você sorriu. —Mudei porque acho que você merece alguém mais maduro e eu quero ser essa pessoa para você.
E de fato você estava mais maduro, mas eu ainda consegui ver rastros do JungKook antigo em você. Você mudou, mas ao mesmo tempo continua o mesmo. Isso não é ruim, de jeito nenhum. Eu me apaixonei pelo antigo você, é bom saber que ele ainda existe em você.
E eu tenho certeza que vou me apaixonar mais ainda por este novo JungKook, por esse JungKook mais maduro, mais atencioso, mais gentil.
Assim que pagamos a conta da cafeteria, saímos do local e começamos a caminhar pelo quarteirão, até meu carro. Enquanto conversávamos, eu quase falei sobre nossas brigas do passado, mas você começou a falar sobre filmes e me convidou para assistir algum em sua casa semana que vem, eu sorri, assentindo com a cabeça.
E pela primeira vez, o que passou, passou.
JungKook, eu passei esses últimos oito meses pensando que tudo o que o amor faz é quebrar, queimar e acabar.
Mas em uma quarta-feira, em um café, eu o vi recomeçar.
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Obrigada a quem acompanhou, comentou e favoritou a fanfic ♡
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RED {jjk + pjm}
FanfictionO amor é um jogo cruel, a não ser que você jogue bem e direito. Jimin nunca previu JungKook chegando em sua vida, porém o destino dos dois havia sido traçado e entre idas e vindas, brigas e reconciliações, eles precisariam aprender a jogar ou perder...