Little Marauders

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    Em uma ensolarada manhã de primavera na floresta imensa de Hogwarts, um pequeno cachorrinho saiu de sua toca bem cedo. Estava todo feliz porque o dia parecia bonito e ninguém tinha acordado ainda, exceto ele próprio.

    Sirius saltitou alegremente pela grama macia e um pouco úmida de orvalho, sentindo o cheiro das flores e ouvindo o canto dos passarinhos. Abanou a cauda felpuda e preta e agitou as orelhinhas no topo da cabeça. Sorriu, começando a assoviar junto aos pássaros enquanto procurava seu melhor amigo cervo, James.

     Encontrou-o junto aos pais, ainda dormindo, aconchegado entre ambos. Diferentemente de seu pai, James ainda não possuía o belo par de chifres, em vez disso, um cabelo preto todo bagunçado era o que brotava de sua cabeça.

     Sirius latiu baixinho para chamar a atenção do mais novo e abanou novamente o rabinho, esperando o amigo despertar. Assim que o pequeno cervo acordou e coçou os olhos cor de avelã, o cãozinho sorriu, mostrando as presinhas afiadas.

     — Acorda, Prongs! — Sirius chamou James pelo apelido que tinha lhe dado. — Acorde, vamos! Está na hora de levantar!

     O filhote de cervo choramingou e sua mãe cutucou-lhe com o nariz, indicando ao filho que fosse brincar. James saiu do ninho de folhas e andou sonolento e rabugento até Sirius, que simplesmente parecia nunca tirar aquele sorriso irritante da cara.

     — Eu estava sonhando com a Lily — disse assim que saíram de perto dos pais de James. — Ela ia me beijar!

     — O dia em que Lilian beijar você, vai ser o dia em que eu mesmo vou te beijar — retrucou o cãozinho, colocando uma das mãos sobre a boca para rir da cara de pateta que o amigo fez.

     Enquanto caminhavam e conversavam sobre brincadeiras e sobre Lily (a pequena corça por quem James tinha um xodó), Sirius sentiu um cheiro diferente e viu uma grande toca cavada no chão. Sorriu grande e olhou o filhote de cervo.

     — Ei, James! Veja! — Fitou o amigo e apontou o buraco. — É uma toca! Vamos investigar!

     — Eu diria que é uma ideia estúpida e que poderíamos ser engolidos por uma cobra, mas não sou a minha mãe. Então vamos entrar aí!

     Ambos ficaram de quatro no chão e adentraram o buraco, que era largo o bastante para que ficassem confortáveis, mas baixo o suficiente para não permitir que ficassem de pé. Engatinharam com cuidado, até que Sirius resmungou, já que uma das suas pequenas mãozinhas foi ferida por causa de uma pedra em seu caminho.

     — Você é muito burro, Padfoot — James chamou-o pelo apelido. — Olhe direito por onde anda.

     — Seria mais fácil se eu conseguisse ver onde estamos indo, seu cervo bundudo. Espero que uma minhoca entre no seu olho! — xingou e continuaram engatinhando. Dessa vez Sirius cuidou onde punha as mãos.

     Ao chegarem no final do túnel de terra, James paralisou e tremeu todo ao ponto de começar a chorar desesperado, embora em silêncio. O cãozinho estranhou o comportamento do amigo à sua frente e o cutucou no ombro depois de ter batido sem querer com a cara em suas costas.

     — Ei, James, o que foi?

     — L-l-lobo! — gemeu o pequeno cervo.

     — Hein? — Sirius olhou por sobre o ombro do amigo e bufou. — Prongs, é um filhote como nós e está dormindo! — O cachorrinho conseguiu se espremer e chegar mais perto da pequena criatura que estava no final do túnel, um lugar onde o espaço era suficiente para que dois adultos ficassem de pé e pudessem andar.

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