Capítulo 25

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Foda-se Demo, foda-se os vapor e foda-se esse Morro! Eu vou sim visitar minha amiga e pronto!

Já são quase duas semanas e eu não tenho notícia alguma da Débora!

Coloquei qualquer roupa no corpo, peguei cem reais que estava em um bolso da calça do Demo e desci, ele tem muito dinheiro cem reais a menos não é nada e isso é pouco pelo o que ele me faz sofrer. Abri a porta principal e assim que passei por ela os vapor já me olharam. Quando ia passar pelo portão eles me barraram.

-Aê, Melinda, a gente não tem ordem não!

Inferno! Inferno!

Me virei e entrei na casa, pense Melinda, pensa!

-Ah caralho! Quero ver vocês me impediram agora!

Sai da casa pela porta dos fundos e fui até uma espreguiçadeira. Lá só tinha dois vapor, ótimo vai ser mais fácil.

-Ei!- eles me olharam.- Vão lá dentro e pegam quatro dorittos, três potes de Nutella e quatro garrafinhas de refri?

Eles não falaram nada apenas se viraram  e entraram na casa.

Eu descobri que esses vapores aqui tem ordens de fazer tudo o que eu quiser e comprar o que eu quero, claro que tem sua limitações né?!

Assim que eles saíram do meu campo de vista, eu olhei para o muro e bem no final dele estava uma cadeira, não sei como eles não perceberam antes.

Corri até ela subi e pulei o muro, péssima ideia, assim que eu toquei o chão meu pé resolvel da sinal de vida e começou a latejar, caralho!

Comecei a pular de uma perna só e fui descendo, pelo menos uma coisa eu sei, a entrada fica lá embaixo!

Fui descendo o Morro e entrando em alguns becos, super estreitos. Não demorou muito e eu cheguei a uma pracinha onde tinha uma quadrilha de terra e um monte de meninos jogava bola na mesma. Na pracinha tinha umas meninas correndo de um lado pro outro e outros meninos soltando pipa.

Perto da pracinha tinha um monte de lojinhas, um monte de mulheres na calçadas com vassouras nas mãos e conversado com as vizinhas, enquanto brigava com os filhos.

Continuei descendo e as pessoas olhavam pra mim e sussurra entre elas, os vapores me olhavam como se eu fosse alguma coisa pronta pra eles comeram, nojetos, todos eles inclusive o Demo.

Continuei descendo mais e passei por uma escadaria e umas casas bem caídas, nela havia vários homem armados e com cigarros na boca. Olhei melhor pra eles e vi que o Pilota   lá com uma garrafa em uma mão e na outra um cigarro.

Apressei os passos e assim que consegui sair da frente deles escutei uma movimentação e logo a voz do Demo, nem um pouco amigável.

-SE VOCÊS NÃO ENCONTRAREM ELA EM CINCO MINUTOS, A CADA UM MINUTO EU MATO UM DE VOCÊS!- sua voz era cortante e totalmente autoritária e ameaçadora.

Aqui me fez arrepiar completamente e os pelos dos meus braços subiram.

Ele não está falando de mim, é claro que não!

Apressei os passos e consegui me distânciar, desci o mais rápido que consegue  já que meu pé estava latejando pra caralho.

Entrei em alguns becos e quando pensava que já estava perdida eu vi a entrada do Morro, a mesma por onde eu entrei.

Tinha quatro vapor ali, fazendo o que acho ver a segurança. Fiquei olhando por um tempo, pensando no que ia fazer pra conseguir passar por eles.

Quando eu já estava me cansado de sabe lá o que, um caminhão apareceu e eles deixaram entrar. O caminhão parou alguns metros depois da barreira e os quatro vapores foram até eles.

Ok Melinda, é só correr alguns metros e você vai conseguir sair do Morro.

Fiquei ali alguns segundos tentado ter coragem de correr. Assim que os vapores ficaram a uma distância razoável da entrada eu simplesmente cheguei os olhos com força e depois abri e comecei a correr( ou algo parecido com isso).

Passei pelos vapores olhando pra longe deles, para os mesmo não se sentirem observados e quando menos pensei eu estava fora daquele Morro.

EU ESTAVA FORA!

Continue correndo e sentindo o vento em meus cabelos, parecia outro ar. Fui andando até ver um táxi e chamei o mesmo, que por sorte parou. Dei o endereço do hospital em que a Débora estava e ele começou a andar. Sim eu sabia onde ela estava, escutei o Pistola e o Demo falando sobre isso.

Depois de longos minutos, talvez hora ele chegou no hospital e eu paguei o mesmo pegando o troco.

Entrei no hospital, falei com a recepcionista e ela me falou qual era o andar em que minha irmã estava. Fui correndo até o elevador e entrei nele apertando com força o botão do andar da Débora e não demorou muito para eu está no andar dela e ir até o quarto da mesma.

Acho que tem bastante gente nesse andar, já que havia alguns homens sentados nas cadeiras de esperar, todos nos celulares.

Abri a porta do quarto devagar e assim que entrei no quarto e olhei pra MINHA DÉBORA meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei a chorar. Cheguei perto dela e passei a mão no cabelo dela.

Ela parecia está apenas dormindo, mas os aparelhos junto com a falta de cor em seu corpo denunciavam que não era apenas aquilo.

O lugar onde o pescoço e o ombro se encontravam estava um curativo e na parte direita da cabeça dela tinha outro curativo.

-Por que você não me escutou? Por não ficou em casa? Eu te pedi Débora, te pedi tento! Olha agora, eu consegui sair do Morro e estou sã e salva! Por que você não demorou só mais um pouquinho? Um dia pelo menos, afinal por que você foi sem mim? Eu prometi que iria com você Déh!- funguei e sequei as lágrimas que desciam, mas logo outra corrente de lágrimas vinheram e molharam todo meu rosto novamente.- Por que você ia me deixar Débora?

Isso doía muito, eu sabia que ela estava ali, que estava "viva", mas ao mesmo tempo ela não estava lá e as probabilidades dela me responde seriam quase impossível, mas quase não é impossível.

-Sabe o que eu queria agora? Te tirar desse país, te levar pra fora daqui e eu poderia fazer isso agora, nesse exato momento. Seria apenas você, o Oli e eu em um país no...

O Oli, a única pessoa que me prende naquele Morro e que se estivesse aqui comigo já estaria em outro país, longe de todas aquelas drogas e armas.

Eu poderia mesmo simplemente ligar para alguns contados e providenciar o próximo vôo que tivesse para o Estados Unidos por exemplo.

Além de todo o dinheiro que meus pais me deram como herança e as empresas, ainda tem bastante dinheiro nas mãos de pessoas que deviam aos meus pais e que vão pegar tudo.

Isso é o que aqueles filhos da puta dos meus tios pensam que vão fazer. Acham que como a família Mendes está toda "morta" eles têm poderes para mexer no que é meu por direito.

Mas a questão é essa, é apenas meu, ninguém além de mim pode usufruir disso, eu estava com meus pais quando eles resolveram fazer o testamento, eles me obrigaram a saber de exatamente tudo que havia nele.

Meus pais eram bondosos, tinha um coração maravilho, mas eles não eram bestas sabiam muito bem no que ia acontecer quando eles morressem e deixasse para trás seu legado. A família iria vim encima de mim, entrar tanto em minha mente até chegar no ponto em que eles conseguissem algo de mim.

Por esse motivo eles tinham deixado claro que caso morrerem quando eu ainda fosse menor de idade minha guarda deveria ficar com minha vó, mas isso não aconteceu, teve uma audiência que não deveria ter acontecido e minha guarda foram para aqueles filhos da puta.

-Te encontrei vagabunda do caralho!

Continua...

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De Patricinha a Patroa - RETIRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora