Desafio Final - O Vírus Mortal #3

CAPÍTULO CINCO

O seu corpo estava a ser arrastado pela encosta abaixo. Ben sentia o medo a apoderar-se dele. Contudo, tentou-se libertar, contorcendo-se, mas quando o homem lhe deu um soco na cara, finalmente parou de se debater. Provocou-lhe uma dor lancinante na face.

O homem pegou no corpo de Ben e atirou-o para junto dos corpos de Jolly e Aria. Recompôs-se e observou as duas jovens a dormir um sono profundo. Após ele ver se sentia os seus ritmos cardíacos, soube que elas não estavam mortas.

Por trás da fogueira, Ben viu Big a debater-se com dois homens enormes e viu-os a apertarem-lhe o pescoço com uma corda. Os sons de estrangulamento do homem de idade quase fizeram o coração de Ben partir-se ao meio.

Viu Mike a debater-se com outros dois homens, mas após observar Big a sofrer por estar a lutar contra eles, deixou-se levar pelo arrastamento deles. George fizera o mesmo, com os homens levando-os para junto de Ben.

Big esmurrou um dos homens, mas rapidamente, o homem deu-lhe um soco na barriga, fazendo Big gritar de dor. Esse caiu ao chão e parou de se debater. Outro homem arrastou-o para junto de Ben, George e Mike, e Big permaneceu quieto olhando para a tribo.

A tribo começou então, a dançar à volta da fogueira. Diziam palavras que Ben nunca tinha ouvido em toda a sua vida. Essas palavras arrepiavam-no pois a tribo dizia nomes que pareciam demónios.

Dançaram e rezaram durante cerca de cinco minutos. De seguida, uma mulher que estava pintada no rosto, aproximou-se deles, com um sorriso arrepiante e os seus olhos estavam arregalados de alegria e disse:

— Mhm... Parecem ser mesmo deliciosos.

— Ficarão melhor se os assarmos na fogueira — gritou alguém que estava atrás da mulher.

— Eu fico com a loirinha — gritou outro, apontando para Aria.

George começou a estremecer, pondo-se de pé dizendo:

— Tenham calma... P-podemos apenas ir embora por favor? Nós vamos vos deixar em paz. Por favor!

A mulher começou às gargalhadas, que arrepiaram a espinha de Ben:

— Nem pensem — exclamou ela — Levem-nos para a fogueira!

— Não! — um grito escapou da boca de Ben. Um homem alto e barbudo caminhou para junto dele e agarrou-o pelos ombros. Em seguida, puxou o pé atrás e pontapeou-o na barriga. Uma dor lancinante explodiu-lhe, fazendo o dar um grito.

Ouviu outros homens a agarrarem os seus amigos. Ouviu gritos. Pareceu ser Aria e depois Jolly. O coração de Ben parte-se em mil pedaços ao reparar que um dos homens da tribo as magoava.

— Porquê que nos estão a fazer isto?! — gritou Ben, com os olhos semicerrados. Doía-lhe o corpo. A sua cabeça latejava. Sentiu o homem a pontapeá-lo nas costas. Uma explosão de dor assumiu as suas costas. Ben encolheu-se na forma fetal ciente que não conseguiria escapar daquela porrada toda.

Ben estava a ser, agora, arrastado até à fogueira. Sentia o calor vindo dessa.

Tudo o que Ben havia passado durante a sua vida, era vergonhoso ele morrer daquela maneira. Foi então que algo explodiu dentro dele. Uma energia inesperada tomou conta dos seus músculos e ele agiu — ele contorceu-se, dando uma cotovelada na barriga do homem. Em seguida, levantou-se para encarar o homem e esmurrou-o no rosto. Este afastou-se, ficando assim, atordoado. Ben aproveitou esse breve instante para empurrar o corpo do homem com toda a força, projetando-o para a fogueira.

O homem caiu sob a chama e gritou de dor. Um grito ensurdecedor que fizera parecer que os tímpanos de Ben haviam rebentado. O homem estava a ser queimado vivo; contorcia-se, tentando se levantar, mas fora em vão.

Ben deu meia volta e viu a restante tribo a ser dominada por Big, George e Mike. Estavam todos a lutar, inclusive Aria e Jolly.

Depois de os conseguirem dominar — deixando-os inconscientes —, todos se juntaram a Ben. Aria correu para junto de Ben e abraçou-o e de seguida, beijou-o.

— Bem, já recuperámos a Aria e a Jolly. Já podemos ir embora? — perguntou Mike — Eles vão acordar não tarda nada.

Eles desataram a correr de volta para o local onde o Syker se havia despenhado. Passaram por montes de árvores e arbustos. Ben reparou que Jolly corria atrás de todos eles. Ben abrandou o seu passo e correu ao lado de Jolly.

— Olá — disse ele

— O que é que tu queres? — replicou ela; as suas palavras estavam carregadas de ódio e de mágoa, o que fez com que Ben ficasse com o coração dorido.

— Acho que... deveríamos falar sobre aquele... assunto... — disse Ben, tentado usar as palavras corretas.

— Não temos nada para falar.

— Jolly? — disse ele — Peço desculpa. Eu não te queria ter magoado dessa maneira...

— Achas que eu quero saber de ti? Tu nunca foste importante para mim. Apenas me fizeste companhia enquanto estávamos em Chicago. Estou me nas tintas para ti e para a tua namorada nova. Quem me dera nunca te ter conhecido.

As palavras dela estavam carregadas de ódio que Ben parou de correr e deu um passo atrás, sentindo-se tão magoado como se ela tivesse dado uma facada nas suas costas. Mas ele sabia que merecia tudo o que ela lhe dissera. Ele sabia que tinha errado.

Ela correu com toda a velocidade para acompanhar os outros entrando assim, na escuridão da floresta.