d e z e s s e i s • A b i g a i l

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- Não me olhe com essa cara de pena. – Mayara disse seca.

Pena? Não era isso que eu estava sentindo, eu estava me sentido traída e magoada.

- Por que não nos falou nada? – Me sento na beira da cama.

Vejo minha mãe tirar seus óculos e deixar o livro de lado, seus olhos frios pousam em mim e vejo que ela não queria ter essa conversa em contrapartida eu não sairia daqui sem respostas.

- Sou uma mulher de respeito, Abigail. Sou uma mulher de respeito, da alta sociedade e tenho que manter nosso nome. – Diz séria e fico perplexa.

- Não pode estar falando sério. – Digo e me aproximo dela. – Mãe, devia ter nos contado eu não me importo com o que vão pensar de nós, você precisa fazer o tratamento correto. – Ela desvia o olhar incomodada.

- Por favor, né... – Ela debocha. – Eu dei minha vida para estar na posição que nos encontramos Abigail.

- Eu sei muito bem disso. – A magoa se aprofunda mais. – Eu fui a maior vítima da sua ambição.

Mayara me olha e pela primeira vez em anos eu vejo o arrependimento em seus olhos, eu vi a minha mãe pela primeira vez despida de suas muralhas.

- Você foi meu maior sacrifício, Abby. – Ela diz baixo com a voz encoberta.

- Não foi insistir, Mayara. – Me levanto. – Estou aqui para ajudar desde que você deixe seu orgulho de lado. – Saio do quarto a deixando sozinha.

Encontro Daniel conversando com meus irmãos. Cecilia me olha e vejo seu rosto avermelhado e fico preocupada.

- Ceci, tudo bem? – Pergunto e ela não consegue me responder.

- David esteve aqui. – Marcel diz. – Queria falar com Cecilia, foram lá fora conversar e ela entrou desse jeito. – Marcel se levanta irritado.

- Ceci, o que houve? – Pergunto.

- David está indo embora. – Ela fala descrente. – Ele literalmente vai abandonar o filho. – Ela chora parecendo cansada. – Eu já sabia que não ficaríamos juntos, mas ele nem ao teve consideração pelo próprio filho.

Sinto sua dor, seu medo e sua insegurança.

- Ceci, não precisamos dele. – Falo tentando anima-la. – Você tem a nós e mimaremos muito esse bebê.

- Ele fugiu da responsabilidade de pai! – Ele declara nervosa.

- Se precisar de um advogado para processa-lo pode contar comigo. – Daniel declara irritado. – Esse moleque é um idiota.

- Vamos com calma. – Falo. – Ceci se acalme e conversamos sobre isso amanhã, pode ser? – Ela concorda e olho para Marcel. – Cuida dela hoje. – Peço e ele sorri.

- Sempre cuido.

Chego no apartamento e me jogo debaixo do chuveiro me sentindo cansada. Sinto a água quente em minha pele e me assusto ao sentir mãos pesadas agarrando minha cintura.

- Não consegui ficar esperando. – Sua voz rouca faz todos meus sentidos se acenderam.

Ainda de costa para Daniel sinto sua respiração em minha nuca, suas mãos passeiam por minhas costas e voltam a agarrar minha cintura me virando de frente para ele.

Encosto minha cabeça em seu peito nu tomando coragem de olhar em seus olhos. Daniel delicadamente puxa meu rosto fazendo meus olhos focarem nos seus.

- Olhe para mim. – Ele fala e sua voz sai abafada.

Seus olhos percorrem meu rosto e depois meu corpo. O sorriso dele faz eu sentir minhas pernas amolecerem e antes mesmo que eu fale algo Daniel me beija vorazmente como se estivesse se segurando a muito tempo.

Depois da NevascaOnde histórias criam vida. Descubra agora