Era um novo dia. Acordei bem cedo hoje. Não tive mesmo escolha. Sentei-me a mesa, coloquei os meus cereais favoritos numa tigela e adicionei um copo de leite. Quando comecei a tomar o pequeno-almoço os meus pais levantaram-se e foram em direção a cozinha ainda cansados, mas o sorriso ainda estava de pé.
- Bom dia, meus pais.
- Bom dia.
Assim que terminei de comer, fui em direção ao quarto e troquei de roupa. Tomei um susto quando algo saltou de entre as minhas roupas encima da cadeira.
- Dalin! Não me assustes assim!
Dalin apenas abanou a cauda como se estivéssemos a brincar as escondidas.
Me vesti rapidamente e fui em direção a estação de comboio para chegar até ao Algarve. Quase perdi o comboio. E ainda tive de deixar o Darlin em casa, com os meus pais. Não podia levá-lo comigo, seria complicado de certa forma.
Me sinto como se estivesse sendo observada. Essa sensação surgiu desde alguns meses atrás, mas ao que parece, esta sensação continua. Isso não me agrada. Que drama! Não posso mais ver séries de suspense...
Me perdi em pensamentos idiotas até que ouvi uma voz que desviou a minha concentração.- Me desculpe, posso me sentar a seu lado?
- Oh, claro.
Era um homem de voz clara e calma. Aparenta ter 23 anos ou algo perto, cabelo escuro e olhos castanhos mel. Mas... Porque ele decidiu sentar-se a meu lado se ele ainda haviam tantos assentos vagos? O comboio nem tinha tanta gente comparado ao habitual...
- Qual o teu nome?
- Deixar-te-ei adivinhar, Jane.
Arregalado os olhos...
Ele acabou de dizer o meu nome? Sem eu sequer tê-lo dito nada em relação a mim?- Como... Como você sabe o meu nome?
- Apenas foi uma hipótese. Adivinhei?
- Sim...
Ainda assustada, selecionei aleatóriamente um nome na minha cabeça.
- Alexandre?
- Pode chamar-me de Alex, apenas.
Deduzo que acertei! Ainda assim estou assustada pelo facto de ele ter acertado o meu nome.
- Estou correta?
- Talvez.
Ele não dá certezas de nada! Nem de algo tão simples! Isto incomoda-me um pouco.
Ok Jane, relaxa e tentar puxar assunto ou ficarás horas em silêncio e no tédio até a paragem.
- Para que lugar você pretende ir? - perguntei.
- Ah. Para o Algarve - disse o homem.
- Sério!? Eu também! Pretendo fotografar algumas paisagens de lá!
- Eu sei.
- Como sabe?
- Você escreveu no seu stories.
- Ah! Então você me conhece do Instagram!? Era por isso que sabia meu nome! Que alívio! Me diga então qual o seu nome lá?
- dark34swan .
- Me desculpe... Aqui diz: "Sem resultados para a pesquisa". Tem a certeza que é esse o nome?
- Não, não tenho a certeza.
- Ah, tudo bem.
"Tudo bem" para quem diz. Este sujeito é estranho. Estou desconfortável. Que chegue logo a minha paragem!
- Ei.
- Ah?!
- A senhorita deve estar me perguntando o porquê de eu estar sentado aqui , do seu lado, se há imensos lugares vagos em volta.
- Como sabe?
- Deduzo.Ainda há muito para descobrir
- Deduziu bem.
- Eu sou uma pessoa muito sozinha... Não entendo porque não sou social mas... Me desculpe. As pessoas me temem. Não há motivo.
O sujeito olhou para mim com uma cara tão triste. Os seus olhos brilhavam. Era impossível não notar um ar de desânimo no seu olhar e piedade no seu rosto. Antes de perguntar, exitei.
- O senhor tem família?
- Talvez.
- Como assim?
- Eles existem mas me abandonaram.
- Porquê?
- Diziam que eu era um problema.
- Nossa, lamento...
Olhar para aquele belo rapaz, sem o devido amor recebido, sem destino, sem rumo e principalmente sem saber o que fazer... Eu tinha de fazer uma boa ação... Algo por ele. Mas de nada ele dá-me certeza.
- Alex... Já que vamos para o mesmo destino que tal tomarmos um café juntos? Há uma cafeteria poucos km da paragem. Seria bom socializar.
- Concordo, senhorita Jane.
O homem sorriu muito feliz.
O comboio parou. Saí juntamente com Alex.
- Fica logo ali! Vamos!
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Últimos dias de Morte
Random"Do meu pescoço gotejava um líquido frio e indistinguível, os meus olhos com vendas excessivamente apertadas. Senti um arrepio percorrer por todo o meu corpo. Um barulho de algo a cair afluiu. De repente tudo acabou, um ar pairou sobre meus curtos c...