Hidden 🍓(Lucas)

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"Onde Yukhei é a única proteção que Baek Ah tem."

"Onde Yukhei é a única proteção que Baek Ah tem."

Escuridão, barulho, chacoalhar, um estrondo em minha mente e flashes por debaixo da escuridão que cobria os meus olhos. Uma corrente gélida percorreu a minha espinha e eu senti que, em poucos segundos, poderia me tornar pó. Fragmentar-me. A dor pulsava de cada átomo que compunha o meu corpo, como se eu fosse feita de fogo.

Brasas. Cinzas.

Então eu gritei. Mas som nenhum saiu. E me fragmentei.

***

"... Temos de afastar os repórteres quando a transferirmos à equipe de proteção. Quando ela estiver com eles, já não será mais nossa jurisdição."

"Acho que essa é a menor das nossas preocupações, tenente. E-eu... Não faço ideia do que fizeram com ela, mas ela estava gritando quando nós a tiramos daquele porta-malas."

"Esse não é o nosso foco agora e... ei, soldado Wong.... acho que ela está se mexendo."

Como papel crepom, meu coração, aos poucos, se despedaçava em pequenos pedaços, cortes, filamentos, enquanto eu emergia do sono. Um peso assentou-se sobre a fronte da minha cabeça e, quando abri os meus olhos, eles queimaram com a força da luz acima de mim.

Arquejei, olhando para o meu derredor, com as pálpebras ainda colando aos glóbulos. Estava deitada em uma cama de lençóis brancos. AS intravenosas cravadas de uma forma incômoda em meu braço esquerdo e um aparelho cheio de bipes ao meu lado me fizeram supor que eu estava em um hospital. O travesseiro era baixo, então não conseguia enxergar os donos das vozes, até que eles se colocassem acima de mim.

Dois homens, com uniformes militares de tons verdes. Um de meia idade que, estranhamente, lembrava o meu pai e o outro mais jovem, com olhos enormes e um sorriso preocupado.

"Ni-hao, senhorita Im.", o mais velho saudou-me, com um nervosismo aparente. "U-um minuto. Wong, chame algum médico.", ele sussurrou alto demais.

Tentei me erguer, enquanto os meus olhos viajavam pelos cantos da sala, onde eu ainda podia enxergar, mesmo com a minha posição desvantajosa.

"E-eu... onde eu estou?"

"Em um hospital.", o homem, que percebi bem depois que era calvo, respondeu curto, com a voz carregada de insegurança e estudo.

"Isso está na cara meu senhor.", respondi, ríspida. "Quero saber que hospital. O que aconteceu e por que eu não lembro de nada?"

Ergui o meu tronco, não me importando com o tubo envergando a minha pele por dentro.

"Senhorita Im, não pode se levantar!", o homem levantou as mãos, com receio na voz.

Desde quando soldados são tão medrosos? Desde quando eles têm medo de garotas loiras com 18 anos?

"Onde está o meu pai?"

Mirei cada canto da sala. A mesa de centro, com túlipas, a TV suspensa por um suporte, até encontrar a porta aberta, por onde o soldado mais jovem saiu. Então, arranquei a intravenosa, sem me importar com o rasgo que a agulha causou no movimento.

"Im Baek Ah!", o soldado, finalmente, ergueu a voz, enquanto eu saía da cama, agarrando a parte de trás do robe de hospital, com medo de estar expondo a lingerie que sequer lembrava de qual era e quando a coloquei.

Não entendia o porquê da ferocidade, da vontade de sair dali. O que me mantinha tão na defensiva e o porquê do meu coração se manter naquele ritmo tão acelerado. Foi aí que, atraída pelas palavras de um repórter, olhei a televisão, que mal notei que estava ligada.

Night Ways [One Shots]Onde histórias criam vida. Descubra agora