Eu não podia ir pra casa. Essa hora John já teria ligado para Suziane e ela já deve saber que eu descobri. Não a culpo, mesmo que deseje. Mas não sei se quero vê-la agora.
Minha rota de volta para casa terminou na casa de Charlotte, que eu sabia que me acolheria. Minha primeira opção foi Peter mas ele provalvelmente não vai gostar de me ver agora. Ainda chovia. Estava chovendo muito, na verdade.
Senti meu rosto ficar quente e, para minha maior surpresa, meus olhos estavam cheios de água, que logo correram pelo meu rosto. E eu estava chorando.
Deitei a cabeça no volante e chorei mais ainda. Como uma criança, eu soluçava como um bebê.
De toda essa confusão eu não queria nada mais do que proteger a minha amiga! Era tudo o que eu queria!
Bati no volante com tanta força que a buzina disparou, me assustando e eu gritei dentro do carro.
- Droga! - gritei mais alto ainda.
- Amélia? - me virei e Charlotte bateu levemente na janela do carro - Amélia? Abre!
Destranquei o carro e corri para abraçá-la chorando ainda mais. De onde saíram tantas lágrimas? E tanta chuva!
- Ei, o que foi? - Char retribuiu o abraço - O que houve?
Charlotte e eu adentramos sua casa e em seu quarto eu contei tudo. Desde o começo e a minha antiga paixão por Gunner até descobrir ser filha de outra mulher e irmã da Maggie.
Charlotte ficou desesperada. Ou o que parecia uma mistura de desespero com susto e raiva. Estávamos sentadas em sua cama bagunçada quando eu terminei de contá-la tudo.
- Você não podia ter aceitado, Amélia! - ela exclamou - Podia ter ido em uma delegacia denunciar ele por... pornografia infantil!
Funguei decepcionada comigo mesma.
- Eu não vi outra maneira a não ser aceitar... - limpei os olhos com as costas das mãos - Eu sou uma verdadeira burra!
Charlotte pousou uma mão em minha perna.
- Não é culpa sua. Nada disso é. - ela me olhou com um olhar triste - Enquanto a sua mãe... Você sabe que a tia Suziane é quase sua verdadeira mãe, não sabe? Ela criou você.
Juntei as sobrancelhas.
- Eu sei mas, não é o sangue dela que eu carrego agora. Seria mais fácil se eu já soubesse de tudo. - torci a boca - Eu sinto como se fosse tudo mentira. Encenação.
Charlotte fechou os olhos.
- Eles amam você, Ame. - sua boca se curvou em um pequeno sorriso - Não fizeram por mal. Você precisa perdoá-los.
Levantei os olhos para o teto. Ele era repleto de estrelinhas coladas que prenderam minha atenção como hipnose.
- Eu acho que logo os perdoarei. - respondi concentrada no teto - Não sinto raiva alguma. Só estou decepcionada. - respirei fundo - Muito mais comigo mesma do que com qualquer outro. - olhei para Charlotte.
Ela passou uma mão pelo meu braço.
- Vamos resolver isso. - a morena sorriu solidariamente - Eu sei que vamos. Juntas. Você não está mais sozinha nessa.
Eu sorri e ela me abraçou.
- Na verdade, - funguei mais uma vez - a Cassy sabe sobre Gunner. - contei e minha amiga pareceu chocada - Ela meio que me obrigou a contar e "meio que" - fiz aspas com as mãos - estamos trabalhando juntas. - disse e nós duas rimos bastante. Era realmente uma piada. Eu e Cassy juntas.
Charlotte me aconselhou a contar tudo para Peter. Por uns segundos eu relutei mas, eu precisava ser sincera com ele. Por completo.
No dia seguinte teríamos aula e eu planejava ir até minha mãe depois da escola. Uma hora ou outra eu precisaria voltar para casa. E eu voltaria. Minha próxima parada vai ser a casa de Peter, acho. Só me falta aquele ingrediente: Coragem.
Passei a noite na casa de Charlotte e na manhã seguinte fui para a escola; não tinha caderno algum e tive que pegar os de charlotte para ter onde fazer minhas devidas tarefas. Nem Peter ou Gunner apareceram nesse dia, muito menos Emma, já que as ferias de verão estavam muito próximas e quase ninguém ia a escola.
Mas eu fui. E nem sei muito bem o porquê. Pelo que parece, Gunner havia espalhado alguns boatos sobre nós dois. Boatos como eu ser uma vadia e dormir com mais de dois caras ao mesmo tempo.
O diretor pediu para falar comigo a respeito de tais boatos e disse que vai cuidar para que não aconteça de novo.
Na verdade, eu não me importei muito. Estava entorpecida por tantas coisas que boatos não me magoavam tanto quanto a realidade conseguia fazer.
Não posso dizer que são boatos insignificantes porque não são, mas também não são tão importantes para mim quanto deviam ser.
Quando voltei para casa, mamãe estava lá. Assim que passei pela porta vi seu rosto vermelho e inchado pelo choro recente. Ela estava deitada no sofá quando me viu.
- Amélia? - indagou a mulher de pijama - Minha filha! - mamãe correu até mim e me abraçou extremamente forte - Me desculpe, eu... - ela me soltou e chorava mais enquanto segurava meu rosto entre as mãos - Eu te amo, minha filha. Eu sei que posso não ser sua mãe mas sou sua mãe! E o que acabei de dizer soou muito confuso mas eu sou sua mãe porque eu amo você desde a primeira vez que te vi.
Eu enruguei o nariz meu rosto esquentou com as lágrimas que ameaçavam rolar. Soltei minha mochila que caiu no chão.
- Eu sei mãe. - eu sorri - Eu amo você e te perdoo. Por que não perdoaria?
Ela sorriu entre as lágrimas.
- Eu te amo tanto! Achei que perderia você. - ela admitiu e me abraçou novamente.
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OI GENTEEEEEE
VCS TÃO GOSTANDO DESSA SEMANA DE CAPÍTULO TODO SANTO DIA???? PQ EU TÔ!!!!
NO PRÓXIMO TEM RECONCILIAÇÃO DAQUELE CASAL QUE SÓ JESUS NA CAUSA!!!!!!!!!!!!! (começa com P de peter e termina com A de Amélia!!!)
VEJAM MEU CAAAAAANAAAAL DE COVEEEEEEERS!!!!! O link ta na biografia!!!!!!
Beijooooos!!!!!
Jujuba.
14 de janeiro de 2019
00:04 am
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Eu (não) Estou a Fim de Você | Em Revisão
Teen FictionCUIDADO: esta história pode parar seu coração por ser clichê! "A curiosidade matou o gato" é o que sempre insistem em dizer para Amélia, uma garota extremamente curiosa de dezesseis anos. Ame tem um crush, Gunner Campbell. Típico para essa idade, nã...