INTRODUÇÃO

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ANJO!

Casimiro de Abreu

Sub umbra alarum tuarum.


Eu era a flor desfolhada

Dos vendavais ao correr;

Tu foste a gota dourada

E o lírio pôde viver.


Poeta, dormia pálido

No meu sepulcro, bem só;

Tu disseste - Ergue-te Lázaro!

– E o morto surgiu do pó!


Eu era sombrio e triste...

Contente minh'alma é;

Eu duvidava... sorriste,

Já no amar tenho fé.


A fronte que ardia em brasas

A seus delírios pôs fim

Sentindo o roçar das asas,

O sopro dum querubim.


Um anjo veio e deu vida

Ao peito de amores nu:

Minh'alma agora remida

Adora o anjo - que és tu!


Julho - 1858.


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⏰ Última atualização: Jan 15, 2019 ⏰

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