Passados que atormentam

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   Ficar preso em uma cela não era o que Fred imaginou para sua juventude. Desde pequeno se sentia preso, mas não era uma prisão  física, com paredes, grades e correntes, era uma prisão emocional, proporcionada por quem mais amava: seus pais.
    Ele sabia que era diferente, já na escola, não permitiam que disputasse os campeonatos de corrida, era ligeiro demais. A professora de português estava sempre o elogiando pela agilidade que terminava as longas tarefas de gramática. Realmente a escola era algo que o deixava feliz.
   Contudo, sua casa era um ambiente hostil e frio. Certa vez, ouviu sua mãe cochichando  algo com seu pai. Era algo referente as suas habilidades, mas quando perceberam que estava se aproximando pararam de falar.
     Sua mãe nunca lhe deu um abraço, seu pai nunca o convidou para uma partida de futebol. Quem estava sempre perto era seu cachorro Tals, da raça  bace. Fred se sentia isolado de sua família, nos momentos em que mais precisava.
     E, agora preso, quem iria se importar. Certa vez, na escola foi premiado por sua brilhante função  de monitor de turma, seus pais não apareceram para participar da homenagem. Ficou sabendo mais tarde que ambos tinham ido à  uma corrida de cavalos, aquilo o entristeceu. O único que se importava realmente com ele era o seu avô  Tonho, esse não  poupava  elogios ao neto.

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