Oliver Thunder.
Entrei no local e fui diretamente até o balcão. Eu precisava beber uma cerveja e relaxar um pouco. Passei pela multidão, desviando de algumas pessoas e indiferente as olhadas que me lançavam.
O dia havia sido extremamente estressante e minha cabeça pulsava, mesmo assim fui parar em um local barulhento, com uma luz irritante e pessoas bêbadas sem o mínimo de escrúpulos.
Pedi uma Heineken ao cara do bar e dei um longo gole, apreciando o líquido gelado e amargo. Quando eu já estava na terceira garrafa, meu celular vibrou no bolso e o peguei, lendo a mensagem que piscava no visor.
— Que merda.. — sussurrei ao ver que Thompson havia desistido de ir.
Como eu já estava lá, bebi outras duas cervejas e até pretendia beber mais. Porém duas mulheres chegaram para perto de mim, totalmente oferecidas. Elas eram lindas e tinham os corpos ainda mais. Qualquer cara aproveitaria aquele mole para fode-las o resto da madrugada.
— E ai, bonitão, está sozinho? — Uma loira com peitos saltando para fora do decote passou a mão no meu rosto.
Sem me importar com o toque dela, bebi outro gole de cerveja e enchi o copo dela e da menina que a acompanhava.
Enquanto a morena se distraia com o barman, a loira parecia empenhada em me arrastar para o primeiro canto escuro que encontrasse. Ela sentou no meu colo, virada de frente para mim e sorriu com malícia.
Fiquei duro imediatamente e respirei fundo, balançando a cabeça. Transar com certeza iria aliviar todo o meu estresse e aquela boca dela pintada de vermelho me fez imaginar coisas que me fez pulsar.
Ela passou a língua em meu pescoço, causando um arrepio em cada parte de mim. Passei a mão nas costas dela e apertei a lateral de seu corpo, fazendo-a soltar um leve suspiro.
Eu estava disposto a arrastá-la daqui naquele momento, mas algo me chamou atenção. Para ser mais exato: alguém me chamou atenção.
Com cautela tirei a loira do meu colo e levantei. Não reparei na expressão que ela fez, pois eu estava totalmente concentrado na pista de dança.
— Tira minha conta e o restante da de bebidas para as meninas — falei entregando umas notas ao barman e dando as costas para eles.
Evie Lencastre estava mais bonita do que nunca. Suas coxas grossas e bem torneadas estavam amostra, já que sua saia era curta e o salto alto a deixava ainda incrivelmente gostosa. Como se fosse possível ela ficar mais gostosa do que é.
Ela estava de costas para mim e rebolava e se mexia animada sem se importar nem um pouco em estar dançando sozinha. Mesmo no meio de tanta pessoas, o cheiro dela predominava. Totalmente sensual mas, mesmo assim ela continuava meiga.
Eu estava tentando decidir se pegava no braço dela e a tirava daqui, pois iria acabar caindo de tão bêbada, mas, então ela virou. Seus olhos brilharam de imediato, mas não demonstrou nenhuma surpresa. Ela examinou cada parte do meu rosto com o olhar e um sorriso divertido dançou em seus lábios.
— Oooi, Oli — me chamou pelo apelido e não consegui evitar lembrar do passado. De quando acordava em meu peito com aquela voz mansinha e me chamava pelo apelido que havia me colocado. Ela me sorriu...
Puta que pariu, como conseguia ser tão incrivelmente linda?
— Você vai acabar caindo e sendo pisoteada nessa pista de dança — falei firme e ela não parou de dança. Então coloquei uma mão em cada ombro dela, fazendo-a ficar parada.
Ela abriu um enorme sorriso e passou o dedo indicador na ponta do meu nariz e com deboche, disse:
— Está preocupado comigo? — tentou demonstrar surpresa e cambaleou um pouco.
Segurei ela com um pouco mais de firmeza e respirei fundo, sem paciência. Decidi que iria levá-la para casa, mas ao dizer isso ela negou e tentou me dar as costa. Com mais força do que eu planejava, a puxei para perto de mim.... encostando nossos corpos.
Estávamos tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração ofegante e seu hálito de limão com vodka. Foquei minha visão em seus olhos e desci olhando para seus lábios. Minha vontade era de beijá-la até que nossos fôlegos reclamassem. Tocar em seus lábios, sentindo a maciez e mordê-los com leveza para sentir ela suspirar perto de mim.
Deslizei minhas mão até as laterais da cintura de Evie e ela encostou a cabeça em meu peito. Ouvindo o ritmo do meu coração como gostava de fazer antes. Ela me abraçou forte e aquilo fez meu coração doer. Evie estava tão quebrada quanto eu, mas mesmo assim eu não conseguia esquecer.
Afaguei seus cabelos.
Ela me pediu um abraço e eu juro que tentei me esforçar para apertá-la até que nos fundíssemos um no outro para matar toda a saudade e ausência que sentia, mas eu não consegui. Não consegui tomá-la em meus braços e respirar tranquilo com aquilo. A situação exigia demais de mim e eu já não tinha forças para encarar tudo de frente.
Propus levá-la para casa novamente, mas ela mudou totalmente de humor e me soltou, olhando-me com raiva.
— Você não pode passar o resto da sua vida me culpando por aquele acidente! — gritou, atraindo olhares em nossa direção.
— Você está bêbada, Lencastre. E aqui não é o lugar adequado para conversar sobre isso — falei tentando acalma-la.
— Onde é o lugar adequado? — riu com escárnio — Não... espera... Existe a porra de um lugar adequado?
Os olhos dela estavam carregados de algo negativos, de raiva reprimida. Mas mesmo assim eu me irritei por ela estar gritando e insistir em algo que só causava dor em nós dois.
— Você não aprende, não é mesmo? Deveria ter pego trauma de encher a cara de bebida desse jeito desde que fez o que fez e causou aquele maldito acidente! — falei num tom alto.
Ela passou as mãos no rosto, secando as lágrimas que desciam incessantes. Então engoliu em seco, olhou bem para mim e desferiu um tapa ardido em meu rosto.
— Você é um grande merda, Oliver Thunder! — cuspiu as palavras.
Kimberly apareceu atrás dela e balançou a cabeça em negativo para mim, a segurou pelo pulso e foram até o balcão. Evie e eu mantivemos o olhar fixo um no outro, incapazes de continuar gritando tudo que estava entalado em nossas gargantas. Só quando um rapaz entrou na frente dela e tampou nossa visão, eu pisquei para que lágrimas não descessem e respirei fundo.
Mas eu sabia como a Evie perdia a noção das coisas quando bebia daquele jeito e não iria deixá-la aqui. Eu iria levá-la para casa.
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Dois capítulos em menos de 24 horas, parceiro! Nem eu tô acreditando!
E ai, estão gostando? A história está voltando ao ritmo?
Volto em breve.
Beijos.
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Aos Cacos
RomanceEvie Lencastre e Oliver Thunder tinham um passado, mas tragédias acontecem e deixam marcas irreversíveis. Depois de Evie fugir de tudo e enfim colocar sua vida nos trilhos, Oliver surge como uma avalanche, bagunçando tudo que a menina levou cinco an...