Introdução

69 4 17
                                    

Você já olhou para a lua através do vidro embaçado da janela, e seguindo as gotas vertentes com seus olhos que vertiam lagrimas, com a escuridão  transformando aquela obscura paisagem em um quimérico breu infinito, alguma vez, você ja parou, encheu os pulmões de ar, e repetiu para si mesmo incontáveis vezes "Ele não merece uma lagrima sua" ? Não? Bom, porque eu já... E já já, vou explicar como isso tudo começou.

Bom, eu esqueci de me apresentar, eu sou o Rafel.
Isso mesmo, Rafael.
Rafael e ponto.
Sem vírgula, sem parênteses, sem "mas" nem "porém".
Sou apenas o Rafael.
Queria poder dizer algo que me definisse e me diferenciasse do resto, alguma habilidade, hobbie ou dom. Mas não. Eu sou apenas o Rafael.
Um garoto normal de classe média, com notas medianas, uma família regularmente legal, com amigos nem tão maneiros e uma vida nem tão interessante. Nao tenho namorada nem estava interessado em ter uma. Apesar dos meus pais não acharem normal um adolescente de 16 anos nao demonstrar nenhum interesse pelo sexo oposto, e praticamente implorarem pra que eu arranjasse uma menina legal, a única garota com quem eu mantia algum tipo de relação era kimy, minha melhor amiga (Apesar de ela ser MUITOOOOOO linda mesmo, eu não sinto nada por ela). (Clara também eh minha melhor amiga, mas ela não eh relevante agr)

Kimy é uma garota muito linda como ja havia dito antes, ela nao tem um pingo de responsabilidade ou qualquer sinal de inteligência. Pra ela, a vida é como uma montanha russa, vive de altos e baixos, se arriscando em todos os aspectos possíveis e impossíveis.  Ela acaba se ferrando algumas vezes mas sempre sorri no final e diz "valeu a pena". Apesar de sermos o oposto um do outro, nós nos damos muito bem.

Mas voltando ao assunto, ate tentei gostar de algumas garotas, mas namoro era uma coisa que me parecia tao complexa e cheia de desafios e riscos, nao parecia seguro, totalmente inviável, e eu preferia nao me arriscar. Afinal, eu sou apenas o Rafael. Ou pelo menos era. E estava satisfeito com aquela vida mediana e estável.

Não me considero um garoto medroso, muito menos pessimista, pois, apesar dessas serem as palavras usadas pelas minhas duas únicas amigas para me definir, eu me considero apenas realista. Prefiro não me arriscar, viver sempre longe de surpresas inesperadas ou de qualquer vestigio de instabilidade. Quebrar a rotina, com certeza não era uma coisa que fazia parte da minha. Mas eu estava satisfeito com toda essa rotina monótona exaustiva. Me contentava em ser apenas... o Rafael. Bom... Era o que eu pensava...

11 de janeiro de 2019, 5:30am...

Primeiro dia de aula. Um dos varios primeiros dias. Por que os primeiros dias são levados tão a serio? Eh o dia em que todos querem parecer bem arrumados, organizados, bonitos, cheirosos, atraentes, mas principalmente atraentes. Por que? Qual a necessidade? Não eh como se o ensino médio fosse um zoológico com vários animais selvagens no cio, fazendo de tudo para conseguir um par para que possam...
Eh.... talvez o ensino médio seja exatamente isso... Mas você já parou pra pensar como os primeiros dias sao diferente de todos os demais? E ao mesmo tempo eles são exatamente iguais! As pessoas são as mesmas, os professores são os mesmos, diretores, funcionários, aulas... São todos iguais e mesmo assim tão diferentes. Bom... isso fica da opinião de cada um...
Mas uma coisa era certa... todos os primeiros dias são iguais entre si. Adolescentes interagindo com outros adolescentes dizendo coisas como: "nossa que saudades", "voce viu o aluno novo?", "voce sabe se vamos ter o mesmo professor de matemática do ano passado?"
Todos os primeiros dias eram iguais pra mim, pelo menos até esse primeiro dia...

Abro os olhos. Sem dramatização, sem descrição do ambiente. Apenas acordo.
Deslizo meu mindinho pela tela do celular desativando o meu alarme, uma canção, daquelas um tanto quanto irritantes, que nós só usamos como despertador por serem gratuitas e um pouco menos irritantes que as demais. Me levanto com certa dificuldade, e me apoiando em minha bancada de madeira, tento sustentar meu corpo e me manter de pé. Ainda com visão embassada e pernas bambas, caminho lentamente até meu banheiro. Eram 5:30 e eu estava bem pleno, de olhos abertos, digo... quase abertos.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 16, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Just Another Love Story Onde histórias criam vida. Descubra agora