Extra - Narração Bernardo

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Iamos jantar em um restaurante no centro da cidade. Melinda me fez usar um terno, o que me deixou parecendo um pinguim, só espero que isso não saia tão caro. Ela tinha um plano e eu apenas uma tarefa, precisava ser convidado para entrar naquela festa e libertar de uma vez meus amigos dessa maldita líder. Então mais cedo, encontrei a Maddson indo em direção ao estacionamento, para ela não suspeitar de nada, fingi que estava vindo em lado contrário e de propósito me enrosquei nela.

- Olha por onde anda panaca. - Ela disse me olhando com um ódio mortal.

- Eu? É você que está ai toda desastrada e não olha por onde anda. - Ela me olha e vejo lágrimas. - Ei, está tudo bem?

- O que importa? Você não é o irmão daquela garota que deixa todo mundo nos nervos?

- A Melinda? Claro, até eu ela me deixa nos nervos. Mas vem cá, vamos sentar e conversar.

- Até parece que vou me envolver com o inimigo.

- Não fala assim, hoje eu quero paz. Vem comigo, conheço um lugar secreto. Se não gostar do meu papo nunca mais eu te procuro.

- Tá legal.

Levei ela para um dos bancos que ficam no jardim. Como a maioria dos alunos já tinham ido embora, ninguém iria nos atrapalhar.

- Então.. Vai me contar o que aconteceu? - Falo indicando para o rosto vermelho e com marcas.

- Sua irmã e a amiga dela.

- Ah, mais quem começou?

- Nós.

- Nós....?

- Eu, Melaine e Priscila.

- Mas porque? Porque fazem isso? Olha o que isso te causa.

- É complicado.

- Olha, se quiser conversar comigo eu estarei aqui.

- Não se devo.

- Tem medo?

- Claro.

- De que?

- É complicado.

- Experimenta me contar.

- Quando eu cheguei aqui não era ninguém. E agora graças a ela sou popular.

- Então tudo se baseia na popularidade?

- Não. Mas eu ja sofri bullying, e quando cheguei aqui não foi diferente. Priscila foi a única que me ajudou. A única que me ajudou a superar isso.

- E agora você está feliz assim?

- Não.

- O que houve?

- A Fernanda, que trabalha no jornal tirou nossas fotos, ela nos humilhou. Só queriamos dar o troco.

- Então você apanhou por causa de vingança?

- Eu bati também.

- E agora está feliz?

- Não.

Ficamos em silêncio por um longo minuto.

- Por que venho falar comigo?

- Quase te derrubo e te vi mal.

- Mas você deveria me odiar.

- Não me meto nas brigas da minha irmã.

Outro silêncio.

- Abriu um restaurante novo - começo a falar - de comidas estranhas parece.

- Está me chamando para sair?

- Depende. Você aceitaria?

- Que horas?

- vinte horas.

- Estarei pronta.

E agora estou aqui, estacionado em frente a casa dela enquanto ela vem em minha direção com um vestido azul piscina rodado no meio do joelho. Devo confessar que ela está linda e que eu odeio o que estou fazendo.

- Bem pontual - Ela fala enquanto fecha a porta do carro quando senta.

- Pontual é o meu nome do meio.

- Gostei do terno.

- Gostei do seu vestido.

- Obrigada. O que sabe sobre esse restaurante?

- Só que vende frutos do mar misturados com algumas coisas que não sei o nome.

- Então.. Está pronto para descobrir?

- Agora.

E seguimos em frente para o restaurante.

Voltei mais gostosa do que nuncaOnde histórias criam vida. Descubra agora