Capítulo 3

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Eles me trancaram de novo quarto secreto do armário e ligaram de novo para os polícias
— Escute, solte o garoto - Sebastian Disse.
— Ah mas assim não tem graça Sr...
— Cerquem o local - um policial ao fundo gritou.
— Se eu fosse você eu não faria isso - Ringler abriu a porta e apontou uma arma para mim - Se continuarem a avançar eu não terei outra escolha Sr.Policial, a não ser atirar.
— PAREM - o policial murmurou um pouco e prosseguiu - O dinheiro esta aqui fora... solte o menino e ganhe o dinheiro.
— Ah que isso Sr.Policial... não é assim que funciona - disse Ringler enquanto engatilhava a arma perto do microfone do celular - Aqui, nós que ditamos as regras. Não é mesmo Sr.Payt? - ele aproximou o celular de mim
— É sim senhor - disse, gaguejando de nervoso
—Vocês vão continuar a avançar? É isso mesmo - Ringler fez um sinal com a arma para os capangas - Eu já disse que não é assim que funciona.
Ringler mutou a ligação por um tempo.
— WebWall, comece seu trabalho - WebWall saiu do quarto e outro  capanga chegou perto de mim com um pedaço de madeira.
— Preparar para invadir - um guarda disse - você ainda tem chance de receber seu dinheiro
— Olha só, eu não acredito no que eu estou vendo - Ringler chamou um de seus capangas - Você viu o que eu vi? - o capanga fez que não com a cabeça - Eles encostaram na maçaneta da porta no mesmo momento em que WebWall disse que estava tudo pronto
— Preparar - o policial disse - 3....
— Seu eu fosse vocês não faria isso
— 2 - os  capangas começaram a me bater com o pedaço de madeira.
A contagem foi interrompida pelos meus gritos de dor e pedidos de socorro
— Se afastem - o Ringler ordenou - eu mandei se afastarem.
Ele colocou o celular perto de mim, e dava pra sentir a aflição dos policiais ao ouvir meus gritos e pedidos de socorro. Toda vez que Ringler falava eu me perguntava como ele conseguia... como ele conseguia ser temido mesmo com um tom calmo. Como ele conseguia ser tão ironico e sarcástico ao ponto de impor medo.
"Como ele faz isso" - era a pergunta que rodeava a minha mente.
Eles sessaram as pauladas porém, a adrenalina foi tanta que acabei ficando inconsciente e ficando esparramado no chão cheio de sangue vindo de meu nariz.
" Era impressionante como Ringler se mantia calmo na situação, os policiais poderiam ter ignorado a sua ordem, entrado na casa e rendido a todos. Mas uma coisa é mais inexplicável que isso... Porque o Ringler não aceitou o dinheiro logo? Talvez porque ele queria mais tempo para ganhar mais, ou talvez ele simplesmente não queira parar agora e tenha planos para o futuro" - pensei.
Me acordei tempo depois cheio de dor de cabeça e com meu roupão e cueca molhados de meu sangue, eu não sentia direito as minhas pernas com marcas roxas. Eu não sentia nada direito pra ser mais exato porque pelo visto fiquei algumas horas desacordado e tinha perdido uma boa quantia de sangue. Tentei me enxugar com o roupão mas não adiantou muita coisa afinal tudo estava com sangue e só me sujava ainda mais porém pensei em usar isso contra eles, salivei o máximo que eu pude e misturei ao sangue para que se espalhasse mais pelo chão e ao ouvir os passos de alguém vindo na porta me deitei no chão e tentei ficar o mais imóvel e morto possível afinal essa era minha chance. A porta foi aberta e era um capanga que pela voz dava pra identificar que o chamavam de "WebWall" definitivamente um nome péssimo assim como Ringler, mas Ringler pelo menos tinha estilo, um estilo moderno e bonito até.
O capanga se ajoelhou na poça de sangue com saliva e me examinou, botando seus dedos em meu pescoço para checar se eu ainda tinha vida, eu queria que não mas os batimentos mesmo que mínimos não mentiam. Eu estava vivo e ele sabia disso e por isso foi rude, me levantou e deu uns tapas que de certa forma foram fortes
— Acorde garoto - ele disse com sua voz grossa - é hora do banho.
Ele saiu do quarto e eu o segui até o banheiro mas antes que eu pudesse sair do quarto, ele apareceu com uma mangueira daquelas bem potentes para lavar o sofá que na verdade era uma boa ideia para lavar aquele sofá podre.
— Tire a roupa - ele ordenou.
Enquanto eu tirava a roupa e jogava no chão ensanguentado, ele apenas virava o rosto e eu o compreendia completamente pois fazia duas semanas que eu não me depilava
— Que nojo, garoto -ele disse.
Apenas me afastei da mangueira, tentando esconder o máximo que eu podia. A situação era vergonhosa, e completamente desconfortável não só para mim mas também para ele que por sua forma de agir dava pra ver que ele não queria fazer isso.
A água estava gelada como o chão e forte o suficiente para ser comparada a joelhada do Sr.Ringler.  o Web olhou para mim e começou a rir da minha dor e por eu estar cheio de hematomas só tornou tudo mais engraçado para o tal mas o que tem de tão engraçado em um garoto cheio de roxos pelo corpo tomando um banho tão doloroso quanto como ele arrumou os roxos, não é mesmo?
— Vire-se - ele disse caindo na gargalhada enquanto apenas queria que ele saísse daquela situação constrangedora
As gargalhadas dele me enchiam de ódio e de alguma eu tinha que tirar isso de mim
— Gordo sádico - disse
— O que? - disse Web totalmente indignado
— Quer que eu soletre? - disse cheio de fogo nos olhos.
Ele mexeu na potência da água transformando-a literalmente em um jato certeiro de água que me machucava muito mais do que o jato anterior que era mais como aqueles regadores automáticos de gramas do jardim de minha casa.
" Nessas condições, nem um banho eu podia ter direito assim como eu tinha em casa. Um banho quente e relaxante que me fazia suportar todos os meus problemas. Agora nem isso eu tenho" - pensei.
O jato forte me pressionou contra a parede como nos filmes pornôs e lentamente eu fui abaixando, indo para o canto  ficando em posição fetal enquanto gaguejava de frio com meus lábios roxos, ele pegou minhas roupas e me deixou no escuro que era o quarto e que agora além de ser pequeno e frio, agora era molhado também.
Pensamentos como: "Será que se eu bater bem forte a minha cabeça na parede eu consigo morrer ou pelo menos ficar em estado vegetativo? Talvez se eu simplesmente parar de respirar ou talvez eu possa cair com tanta força que meu cóccix não aguente e quebre" passaram pela minha mente - " Mas a forma mais fácil seria desobedecer ao Sr.Ringler para que ele me batesse e lesionasse algum órgão"

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Maia Sean

Volto para a delegacia depois de ver como Eric estava no Hospital, entubado e com coma induzido, os socos com chutes lesionaram o intestino delgado e o estomago. Me doía saber que aconteceu isso com ele por eu não ter dado uma simples bronca no meu irmão pondo ele de volta a cama , eu realmente era a culpada por tudo ter acontecido. A delegacia estava lotada, as pessoas estavam quietas e prestando atenção no som baixo do viva voz do telefone junto a uma repórter gravando tudo, meu pai estava transformando a delegacia em um caos pois a sua impaciência e arrogância fazia com que as pessoas ficassem nervosas  com a presença dele.
Eu apenas me sente ao lado de minha mãe chorando e a abracei enquanto uma horda de policiais saiam da delegacia.
— Devem ter achado alguma pista - minha mãe disse enquanto escorriam lágrimas
— Eu só queria o Payton em casa.
— É meu doce - ela começou a fazer um cafuné - Mas nada disso é culpa nossa, devemos apenas rezar para que ele esteja bem - minha mãe complementou.
A culpa me corrompeu e pensamentos ruins dominaram a minha cabeça, minha saúde mental só ficava danificada a cada vez que me envolvia com o caso do Payton e acho que a única forma de acabar com esse sentimento de corrupção seria ajudar a trazer ele de volta para sua casa. Me levanto rápido e estendo a mão para minha mãe.
— Vamos - disse tentando me recompor - Vamos logo, não podemos perder tempo
Ela expressou dúvida.
— Todos estão fazendo alguma coisa, mas nós estamos aqui sentadas sem fazer nada. Virá comigo ou não? - indaguei.
Ela se levanta ajeitando seu vestido florido e mexendo em seus cachos.
— Não a tempo a perder minha filha - disse ela com tom de confiança esperança
Fomos rumo a minha rua pedir ajuda aos vizinhos, talvez eles tenham visto algum rosto ou placa do carro, qualquer coisa que ajudasse na investigação e com a ajuda dos repórteres que lá estavam começamos a perguntar e só próximo ao entardecer percebemos que realmente não haviam evidências sobre o que tinha acontecido, as repórteres já tinham ido embora e eu já não sabia mais o que fazer. Olhei a casa de meu vizinho e na última esperança de encontrar alguma resposta bati na porta.
— Com licença Sr... - olhei pra minha mãe expressando dúvida pois eu tinha esquecido o nome do meu próprio vizinho.
— Ryan - minha mãe sussurrou.
— Sr.Ryan, está em casa? - bati mais forte na porta.
— JÁ ESTOU INDO - ele gritou, me assustando.
Esperamos alguns minutos e ele abriu a porta com um copo de café e com a barba bem feita, uma blusa de futebol, um short curto que ressaltava suas coxas grossas e definidas. Olhei para minha mãe e pra sua expressão dava pra sentir o fogo que aquele homem nos causou alterou sua produção de hormônios.
— Bom,  Sra.Sean e Sra.Sean Junior. O que posso fazer para ajudá-las?
— B..Bom Sr.Ryan, como o senhor já deve saber meu irmão foi sequestrado e eu queria saber se nós... - interrompi a minha mãe pondo o meu pé sobre o dela.
— Queremos saber se o senhor viu alguma coisa  - disse tentando seduzi-lo.
— Olha... eu não vi nada mas eu posso ajudar - ele abriu um pouco a porta - Eu ainda tenho meu kit de quando eu era Perito na delegacia e eu sei que ainda não me substituíram então...
— Nós ficaremos agradecidas - minha mãe disse com um leve sorriso.
Seguimos até o meu quintal e ele jogou alguns produtos químicos no chão enquanto eu o observava totalmente encantada.
— Isso pode mostrar se tem alguma digital - disse Ryan com a luz do por do sol batendo em seu rosto.
Enquanto a mistura de elementos químicos que Ryan jogou no chão agiam, começamos a conversar.
— Bom Ryan, posso te chamar de Ryan né? - Minha mãe disse - porque você não é mais da polícia?
— Era uma afobação, sangue, assassinatos e perseguições - ele bufou enquanto se deitava no chão - Aquilo definitivamente não era pra mim...
— E agora você trabalha a onde? - Perguntei.
— Dou aula de química em Forest Ville, uma cidade... - a fala de Ryan havia sido interrompida pelo cheiro forte que saída da grama.
— É agora? - pergunte.
— É agora - disse ele enquanto levantava - procurem por manchas avermelhadas
5 minutos... 10 minutos... 20 minutos... e nenhuma mancha, nada que possamos usar. Nenhum questionamento foi respondido, nada foi encontrado a não ser gotas do sangue de Eric.
— É, nada por aqui, pelo menos não hoje - disse Ryan.
Balancei a cabeça positivamente mas expressando sentimento de derrota e aflição. Nos deitamos na grama fedorenta e observamos as estrelas a espera de meu pai voltando com notícias boas mas tudo o que ele trouxe foi a notícia de que já haviam achado onde meu irmão estava mas não podiam chegar a 20 metros da casa pois os sequestradores ameaçaram matar Payton e que como punição o torturaram. Nos arrumamos e seguimos para as tendas formadas ao redor da casa no bosque, esperando a próxima ligação vinda do sequestrador.

- Deixem seu voto por favor, isso me incentiva a a continuar -

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