*escrevi o capítulo escutando essa música, quiserem sentir talvez, a experiência, ai está ela, boa leitura*
Os olhos cansados de Norton eram notados por qualquer que olhasse para ele por alguns míseros segundos. Ele olhava todo o seu entorno. O restante da estrada que dava no centro da cidade de Clanton, as placas sinalizadoras de desvio de rota, redução de velocidade e aquela casa do outro lado da estrada, a de campo extenso em sua entrada.
Na casa amarelada, Norton Stephens parecia procurar visualmente por algo. As pessoas dali.
Percebendo que Norton se perguntava claramente sobre as pessoas dali, Sr. Vellian, cambaleante puxou o machado em cima de uma tora cerrada em um balcão rústico para cortes de madeira.
- Eles também foram com o governo.
- Como? - devaneando, Norton não processou o que Sr. Vellian tinha falado.
- Os moradores daquela casa, não é isto que está se perguntando? Eles foram resgatados.
- Ah sim – suspirou Norton, ainda contrariado – é que aquela casa, tem algo que me chamou atenção...
Sr. Vellian sorriu indiferente. Levou o machado e o jogou em cima das tralhas em frente a garagem. Podia ouvir os arquejos do velho ao subir suas costas novamente, aproveitando para pegar o pacote de fumo de dentro das calças.
- Oi! - acenou novamente Margareth, a mulher de Vellian Jhonson. Ela descia saía da coberta sombreada da porta e foi se direcionando para o grupo que se formava em Norton para trás – Fiquem à vontade.
O sorriso de Margareth, segurando um pano de prato e uma garrafa de café, era cativante.
- Agradeço – responde Norton, de bom grado.
- Ele é rabugento assim mesmo, não liguem – sorriu Margareth olhando brevemente para o marido – entrem! Passarei o café, tem ovos na geladeira.
Entreolharam.
Não recusaria a oferta de um café da manhã, pensou Norton. Sua barriga embrulhava, faminto, embora houvesse enlatados e pacotes de pães integrais.
Também não insistiria em dirigir para o centro de Clanton, com as informações que o sr. Vellian havia lhe dado sobre ela, ainda mais possivelmente guiando aquelas pessoas do trailer.
Ele não sabia nada do que estava acontecendo no mundo naquele momento, precisava ter cautela.
Seguiu Margareth, com Yallow segurando sua mão. Michelly prontificou-se a ir atrás, por fim, decidiram que entrariam todos.
A casa lembrava casas que o governo disponibilizava para os moradores iniciarem suas vidas próximo aos campos. Pequena, o corretor da entrada dava na cozinha visivelmente da porta. A sala ao lado esquerdo com duas poltronas, lareira centralizada, uma TV mais ao lado.
O grupo foi preenchendo os espaços aos poucos, a maioria se direcionou para cozinha, guiados pela Margareth e talvez pelo cheiro que o café preenchia o ambiente.
- Sentem-se, é sério, fiquem à vontade – insistia Margareth.
Com o café coado, a senhora levou até a garrafa e pousou-a no centro da mesa.
Elizabeth e suas filhas foram as primeiras a se sentarem. As crianças, percebendo as poucas cadeiras da mesa, Yallow juntou-se a Carol em uma só. Michelly sentou-se na ponta, o padre na outra e Norton Stephens se encaixou na mais próxima do fogão.
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Entre Nós (Revisando)
Science FictionO que fazer quando aqueles que nos vigiavam cada passo nosso aqui na Terra, o que fazíamos, o que comemos, nossos atos fúteis, o nosso jeito de "desperdiçar" a vida, descerem em nosso solo? Seria o ápice da desordem humana. Nesta obra trago emoções...