O que acontece na casa de vidro fica na casa de vidro

Capítulo Dois

A chuva não impediu que eles fizessem a festa naquela noite, ela até mesmo havia se tornado uma convidada especial. O som alto fazia as paredes tremerem, mas ninguém estava preocupado de fato se a casa viria ao chão. Eram jovens, e estavam querendo esquecer a parte séria do mundo.

“Mano, eu não to sentindo minhas pernas” riu Kuroo, sentando ao lado de Bokuto no chão. “Acho que dancei hoje o equivalente a vinte anos de dança.”

“Não deixa o Akaashi te ouvir falando isso, se não ele te puxa pra dançar novamente.” disse Bokuto, virando seu copo. “Ugh, isso ficou horrível. Deixa eu ir pegar mais um pouco”

“Espera, vou com você.” ambos seguiram até a cozinha, onde Tanaka estava misturando os mais diversos tipos de bebida.

“Owww eu quero aquele roxo ali” apontou Bokuto, estendendo o copo.

“Roxo?” Tanaka virou para onde Bokuto apontava “Engraçado, podia jurar que era amarelo minutos atrás” por fim, deu de ombros, servindo um copo para Bokuto. O que não matava, iria deixá-los loucos pelo resto da noite.

“O que você tá misturando agora?” perguntou Kuroo, apoiando no balcão. “Sinto meu fígado chorando só pelo cheiro”

“Uísque, conhaque, limão e acho que um pouco de vodka com vinho” Tanaka olhou a bebida, tentando lembrar de tudo que estava ali.

“Cê louco… Me dá um pouco!”

Os três continuaram no bar improvisado. Misturando tudo que encontravam, pouco se importando se aquilo faria mal a eles amanhã.

“Merda Santa, de quem é essa Playlist?!” gritou Oikawa por cima da música “Fonsi? Sério? Querem mesmo ver minha bunda balançar essa noite?”

“Ninguém quer ver isso, Loserkawa” Iwaizumi, sentado ao seu lado no sofá exageradamente grande, revirou os olhos.

“Sério, Iwa-chan? Ninguém?” Oikawa semicerrou os olhos, como se estivesse desafiando Iwaizumi.

Iwaizumi por sua vez vacilou por um momento. O que realmente queria ter dito era que Oikawa não deveria rebolar na frente de ninguém. Além dele. Ele já havia comprovado várias vezes o poder que Oikawa possuía nos quadris.

“Ah, se fuder! Sunmi? Já sei de quem é essa merda.” Oikawa se levantou, procurando por uma cabeleira platinada na sala. “Refrishing-kun, vem cá! Nem ouse colocar Sunmi e não rebolar essa raba até o chão comigo!”

Iwaizumi observou do sofá Sugawara e Oikawa em sua performance. Estava impressionado com o fato de que mesmo ambos estando bêbados, ainda conseguiam seguir a coreografia sem nenhum deslize. Foi então que o refrão veio e Iwaizumi desejou que Oikawa tivesse esquecido da coreografia.

Com as mãos nos joelhos, de pernas abertas, ele descia lentamente até o chão, não esquecendo de mover os quadris e seus ombros. Subia e descia naquela posição. Até que a coreografia indicasse que ele fechasse as pernas e virasse na direção oposta. De cara para Iwaizumi. Oikawa sorriu e Iwaizumi podia jurar que ouviu seu coração arfar. Oikawa repetiu o movimento no segundo refrão, agora olhando nos olhos do seu espectador.

Imitando a coreografia original, Oikawa engatinhou até Iwaizumi, sem nunca cortar o contato visual. Oikawa subiu no sofá, agora fazendo os movimentos do refrão sobre o seu colo.

Quando a música parou, Iwaizumi lembrou como se respirava. Oikawa jogou a cabeça para trás, rindo.

“Acho que você deveria mudar seu nome para ‘ninguém’ Hajime~”

Saiu do colo de Iwaizumi, voltando para perto de Sugawara, pronto para dançar a próxima música.

“Deixa esse Apink ai, to chegando!”