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Casa nova, vida nova

     Encostada na janela do carro, iria me mudar para a cidade de Newtown, eu não estava nem um pouco ansiosa, exceto pelo fato de que minha melhor amiga de infância Max estaria morando lá e eu teria uma companhia para passar o dia como nos meus sete anos de idade

     Saímos do carro, finalmente havíamos chegado na nossa nova casa. Pego algumas caixas da mudança e deixo na entrada, minha mãe vai até mim para conversar

     —E aí filha? Expectativas?

     —Nenhuma, vai ser a mesma coisa de quando nos mudamos da última vez

     —Ah, filha, não seja pessimista, nós viemos para outra cidade, vida nova Gab!!!

     —Não muda nada -sorrio de canto ironicamente-

(...)

     Já de noite, me sento nas almofadas empilhadas em frente a janela do meu quarto, os móveis ainda não haviam sido montados, no meu quarto tinham apenas caixas, um colchão, almofadas, itens do meu celular, meu celular e um caderno onde eu costumava escrever músicas e histórias; como um diário

     A madrugada chegava e ainda não conseguia dormir, não parava de pensar em como iria ser amanhã. Entediada pego meu caderno e começo a rabiscar letras de músicas e desenhos, costumo dizer que as letras são minhas músicas e o desenho é a capa do meu"álbum", eu não sonho nem um pouco alto

     Meus pensamentos são interrompidos pelo som da campainha de casa, mas quem tocaria a essa hora? Sem contar que eu haveria acabado de me mudar e ninguém me conhecia lá além de Max que nem tinha ciência da minha chegada. Desço as escadas porém quando chego a porta o som já havia cessado, de qualquer jeito abro a porta e não tem nada ali além de um jornal que parecia ser de semanas atrás, apenas ignorei pegando o jornal e fechando a porta, subo as escadas e ao me deitar no colchão no piso caio no sono, acordando somente no dia seguinte com os gritos da minha mãe

     —Gab! Querida, o café está pronto! Gabriela, desça logo antes que tenha que ir aí te acordar...

     Me levanto da cama apressada, escovo os dentes no banheiro do meu quarto e corro pelas escadas, eu iria tomar café mesmo com pijamas, afinal não era nenhum evento especial e ainda não tínhamos uma rotina estabilizada.

     —Que bom que veio caracterizada para nosso café da manhã de luxo, Srta. Blake -meu pai me recebe para a mesa num tom irônico-

     —Nosso café da manhã de luxo é sanduíche de atum com vegetais e um suco de maçã?

     —É o que estava nas caixas mais acessíveis, posso fazer torrada para você -minha mãe responde minha pergunta tentando me ajudar-

     —Pode deixar que eu mesma faço mãe

     Pego a torradeira dentro de uma das caixas um tanto empoeiradas quando vou em direção a torradeira a campainha toca, denovo! Passo pelo corredor e ao abrir a porta vejo...Max?!

     —Gab! Por que você não me contou que já tinha chegado cara?! Eu tava super ansiosa-ela me abraça apertando meu corpo o máximo que consegue

     —Eu queria fazer uma surpresa...Como você descobriu?

     —Eu vi as luzes de ligadas e vim ver, vem vamos ir conhecer meu amigo! Vai ser muito legal podemos fazer um trio

     —Ok...eu preciso trocar de roupa, não quero que ninguém se assuste na rua- me solto do seu abraço e a levo até o sofá da "sala" e subo as escadas pro quarto

     Tomo um banho rápido e visto uma calça e um moletom longo, corro em direção até o sofá, eu estava muito animada

     —Mãe, estou indo com a Max sair pela cidade ok?

     —Tudo bem mas você vai voltar para pelo menos terminar de decorar seu quarto, não vamos arrumar toda a casa sozinhos

     —Ta mãe, eu já sei. Tchau te amo- saio com Max fechando a porta de casa