AnaLu
"Caraca muleque ela me beijou. E não foi um beijinho. Foi O beijo." Durante o resto da festa eu só pensava nisso. Pensava na sensação dos lábios dela nos meus. A sua língua na minha boca. O seu cheiro. Minhas mãos nos seus cabelos. O que eu mais queria era me embrenhar naqueles cabelos. "Uiiiiiiiiiiii AnaLu... embrenhar!!".
— Mana, preciso da tua ajuda.
— Por que eu tô com a sensação de que você vai aprontar AnaLu?
— Porra AnaBea até parece que eu só apronto. – fiz cara de braba mas não consegui. – Tá, tá só as vezes. – falei e minha irmã gêmea deu uma risada.
— Fala, o que você quer chata?
— Preciso que você invente que a gente precisa passar a noite de hoje juntas.
— Ué, por que?
— Aline, quer que eu vá para casa dela.
— Tá negando fogo, maninha? – AnaBea pergunta em tom de brincadeira.
— Você sabe que eu não vou mais ficar com ela. Pelo menos depois do que aconteceu entre mim e Lu...
— Abre o jogo com ela.
— Não, velho, você não sabe o que aconteceu....
AnaBea ficou de queixo caído quando eu contei que nossa madrinha tinha me agarrado e me dado um beijo espetacular. Falei que queria dar uma desculpa para Aline e ir pra casa da Lu. Contei também da promessa.
— Manaaaaaaaaa, vai e seja feliz! Cuide bem da nossa Lu, ela merece. Mas antes vai em casa e toma aquele banho com aquele óleo aromático que ela te deu. Lembra que ela disse que amava o cheiro?
— Claro, eu uso direto só por causa disso.
— Então vai, que eu te dou cobertura.
Esperei a festa terminar e chegando em casa usei o óleo de banho. Coloquei um pijama curtinho e fui para casa da minha madrinha. Nossas casas são lado a lado e o quintal é praticamente o mesmo sem grades ou cercas. Aliás, são três casas como se fossem uma: a dos meus avós, a minha e a da Lu. Eu estava nervosa como a muito eu não me sentia.
Olho para a janela do quarto e vislumbro um vulto. "Ahhhh, bandida! Tá me esperando!". O pensamento do que estava por vir faz meu corpo tremer e meu ventre vibrar. Tropeço na jurema que estava deitada na escada, consigo escapar de ser arranhada e chego na frente da sua porta. Fico olhando a maçaneta como se fosse um jacaré pronto a me atacar. Respiro fundo... uma... duas... três vezes e tento abrir a porta. Estava chaveada.
Meus olhos ficaram cheios de água e eu tentei segurar o choro. A decepção me cortou como uma lâmina afiada. Coloco minha testa na madeira da porta e tento me acalmar. "Calma, AnaLu. Ela deve ter uma boa razão para ter feito isso!". Desço as escadas com cuidado para não pisar novamente na gata da minha madrinha.
Caminho vagarosamente pelo quintal e ligo para AnaBea, mas ela não atende. Estou quase entrando em casa quando Jake, o segurança da Lu, me chama e pede que eu vá até o quarto da minha madrinha. Caminho rapidamente de volta e abro a porta sem espera.
Fico completamente paralisada em ver a mulher mais linda do mundo, a minha musa, a mulher de todos os meus sonhos eróticos ou não... nua, de costas para mim, apoiada na janela e banhada pelo luar. A mesma posição, a mesma imagem.... era a foto que a tia Alex tirou e colocou em seu ensaio em preto e branco apenas com fotos da Luiza nua. A foto que está no estúdio lá embaixo. A foto que eu tenho na carteira, guardada, abaixo dos cartões...
Eu fiquei sem reação nenhuma. Literalmente de queixo caído. Paralisada. Só conseguia olhar para aquele anjo. Ela se vira e eu quase desmaio. Meu coração quer saltar pela boca. Os seios firmes, a barriga, as coxas... a buceta lisinha... seguro no batente da porta porque tenho medo das minhas pernas bambearem.
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Sweet Child of Mine (Concluido)
Roman d'amour"O que fazer quando você é adolescente e se vê apaixonada por uma mulher vinte anos mais velha? E, mais ainda, essa mulher é casada e minha madrinha? Como sufocar esse sentimento que transborda cada vez que ela está ao meu lado?" AnaLu "Quando ela v...