Capítulo 7

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Depois de um jantar muito descontraído na residência dos Kurosaki, Rukia e Ichigo seguiam de volta ao departamento de Polícia, em um percurso que não demoraria mais que alguns minutos. Já eram quase dez da noite. Ambos estavam tranquilamente quietos até que Ichigo quebrou o silêncio.

– Preciso te perguntar uma coisa... - disse ele.

– Pergunta.

– Foi de propósito ou você caiu mesmo no meu colo naquela hora?

Rukia virou o rosto para ele com uma expressão maliciosa.

– Vamos ver se entendi a pergunta: está querendo saber se eu caí mesmo ou se eu me joguei em você?

– É isso aí! Entendeu direitinho.

Com dissimulada indignação, ela exclamou:

– Claro que eu caí! Mas uma vez que eu estava caída lá, não pude resistir sentir seu perfume mais de perto.

Estando naquele momento parados em um farol, Ichigo também voltou seu olhar a ela.

– Sei...

Rukia não desperdiçou a oportunidade de provocá-lo.

– Mas se aquilo foi tão traumático assim pra você...

– Ah, dá um tempo! - ele a cortou bem humorado. – E se eu fizesse o mesmo? Você me daria um tiro?

Ela precisou se segurar para não rir alto.

– Sei lá... Por que não arrisca?

O ruivo pestanejou ante ao desafio e pensou que ela não precisava provocá-lo tanto. Estavam só eles dois no carro e ela usando um vestidinho curto, a situação já era um convite à quebra do pudor.

– Percebo o quanto essa dúvida deve estar te corroendo, Ichigo, mas não vai passar direto, por favor. Já é um pouco tarde e fazer retorno aqui é complicado.

– Ainda bem que você avisou a tempo - disse ele e um pouco depois estacionava o carro na mesma vaga de visitantes que ocupara horas mais cedo, com a diferença de que o local estava bem menos movimentado agora. – Prontinho, aqui estamos.

– Muito obrigada, Ichigo. Foi ótimo! Você e sua irmã Yuzu são mesmo bons na cozinha.

– Obrigado. Quando quiser repetir a dose, é só dizer - rebateu ele, observando-a se soltar do cinto de segurança.

Rukia virou o corpo para ele com um sorriso sedutor nos lábios. Ichigo deu uma rápida olhada ao redor e como não avistou ninguém, ele também se livrou do cinto.

Depois, os dois ficaram se encarando por algum tempo até que Ichigo começou a esticar seu corpo na direção do corpo de Rukia. Ela não se moveu e logo ele estava a aspirar-lhe o pescoço. Ligeiramente surpresa com a ousadia dele - ainda que estivesse contando com aquilo -, Rukia fechou momentaneamente os olhos, deliciada com o calor que o leve roçar da pele dele na sua lhe trouxe ao corpo todo. Ela não entendia como podia estar tão irresistivelmente atraída por aquele rapaz, nada parecido lhe acontecera antes.

Ichigo se afastou só um pouco e comentou:

– Não que eu seja um expert em perfumes de mulheres, mas, seja lá qual for esse seu, achei muito bom.

Rukia o encarou ali tão perto de si. Se ela inclinasse a cabeça adiante uma polegada que fosse, ficaria com a boca colada na dele, porém não precisou fazê-lo, pois o próprio Ichigo avançou nela. Não foi um beijo acalorado, mas também não foi um mero encostar de lábios. Durou pouco, mas pelo pouco que durou rendeu uma boa satisfação aos dois.

Vítimas do DeverOnde histórias criam vida. Descubra agora