" Hey, Mãe!"‖Marie chamou. Ela inclinou-se para frente.
" O que é aquilo ali? Uma Roda Gigante?" A minha mãe esticou o pescoço, tentando ver em torno da janela a pista ao lado dela. "Eu acho que sim, querida" ela respondeu.
" Deve haver algum parque aqui...Nós podemos ir? Depois de jantar? "
" Terás que pedir ao teu pai.... É que talvez mais tarde, nós todos vamos sentarmo-nos em volta de uma fogueira e vamos assar marshmallows!
" Como uma grande família feliz " intrometi-me
Desta vez as duas ignoraram-me.
" Achas que existem mais diversões?‖Marie pergunta.
" Tenho certeza que sim. E se eu ou o teu pai não quisermos ir andar contigo nelas, tenho a certeza que a tua irmã irá contigo"
"Fixe"
Afundei-me no banco traseiro do carro onde estava. Imaginei logo que iriam sugerir algo do género. Isto tudo era muito deprimente para ser verdade.
Fui a ultima a sair do carro. Ia atrás deles, Richard, meu pai notou na minha lentidão. O olhar dele fixado em mim, estava a dar comigo em doida, na realidade a cena estava a ser demasio estranha. Notei, devido à sua expressão facial, que estava impressionado com o quanto eu tinha mudado desde as últimas vezes que estava presente. A típica garota inglesa que se lembrava havia ido embora, e em seu lugar estava... eu. Uma jovem mulher com um longo cabelo castanho, unhas pintadas de preto e roupas escuras e inutilmente simples.
A instalação no hotel foi rápida, ainda bem... por momentos pensei ficar totalmente sozinha no quarto, e pensar o quanto odeio a vid....
" Não, vou sair daqui" digo para mim mesma.
" Eu preciso esticar as pernas. Vou dar uma volta" digo em tom baixo aos meus pais. Enquanto ia embora, meu pai observou minha mãe a lutar contra o impulso de chamar-me de volta. No entanto, ela acabou por não o fazer.
O hotel fica mesmo à beira-mar. Havia uma feira inundada por pessoas. Ou melhor, O Festival de Frutos do Mar de Wrightsville Beach estava amontoado. Enquanto pago um refrigerante numa das barracas existentes, consigo ver carros estacionados de um lado ao outro ao longo das duas ruas que dão acesso para a praia e até noto alguns ousados adolescentes se matando por um lugar na fila de uma das diversões. O lugar era apertado. Velhos e jovens, famílias, grupos de estudantes, tudo amontoado, pessoas provocando-se umas ás outras.
Felizmente, a multidão ia diminuindo conforme ia passando por barraquinhas de artesanato, nada que pudesse imaginar comprar... Quem compraria um gnomo construído inteiramente de conchas? Mas obvio que alguém o iria comprar isso e essas coisas das barraquinhas senão não existiriam.
Distraída, tropecei numa mesa ocupada por uma mulher idosa sentada numa daquelas cadeiras desdobráveis. A senhora vestia uma blusa cor de salmão, tinha cabelos brancos e um rosto alegre e convidativo. Na mesa mesmo á frente a ela tinham uma espécie de folhetos e uma caixa a dizer: "Adotar & Doar", não hesitei em ir dar uma olhadela, sou uma curiosa eu sei.... Dentro de uma caixa, mesmo ao lado da mesa, estavam quatro cachorrinhos, todos com um tom cinza, um deles saltitou com as suas patinhas traseiras para espreitar.
" Hey, amiguinho" disse. A mulher idosa sorriu.
"Quer segurá-lo? Esse é o mais divertido. Chamo-o de Snoopy, é um nome usual, eu sei, mas tem mesmo cara disso." A senhora era realmente simpática.
O cachorro deu um estridente gemido....
" Não, não é necessário obrigada." Respondi.
Apesar dele ser fofo. Muito fofo, mesmo que achasse que o nome não combinasse com ele, eu queria-o nos meus braços, queria, definitivamente, segurá-lo, mas sabia que não iria querer devolvê-lo depois se o fizesse. Sou uma tontinha em relação a animais em geral, especialmente os abandonados, como estes que acabei de ver.
" Eles vão ficar bem, certo? " tinha de perguntar
" Eles ficarão bem! Por isso mesmo é que montamos a mesa. Assim as pessoas podem adotá-los. No ano passado, encontramos um lar para mais de trinta animais, e estes quatro já foram adotados só falta mesmo seus novos donos os levarem para casa, mas há mais no abrigo se estiver interessada."
" Não estou interessada, obrigada" respondi
Ouvi gritos vindos da praia, mais ao fundo. Levantei o pescoço, tentando ver....
" O que está acontecer? Um espetáculo?" A mulher balançou a cabeça em forma de me dizer não.
" Vôlei de praia. Eles estão a jogar há horas" informa-me a amável senhora.
" É tipo um campeonato"... Continuava a mulher... " Deveria ir assistir, ouvi os gritos vindos de lá o dia todo, os jogos devem estar a ser bem excitantes."
Fiquei a pensar sobre isso, imaginando, por que não? Não poderia ser pior do que já estava a ser.... Meti alguns dólares na jarra de doações antes de me dirigir ao sitio.
O sol estava pondo-se, dando ao oceano um resplendor quase dourado. Na praia, poucas famílias estavam sentadas em toalhas próximas à água, junto com alguns castelos de areia prestes a serem varridos pela maré. Assim que me aproximava do espaço, notei logo que as outras raparigas pareciam fixadas em dois jogadores do lado direito. Nenhuma surpresa. Devem ser uma assanhas por estes lados, não sei.
Embora nenhum deles me chamasse á atenção... era impossível não admirar seus esbeltos e musculosos físicos e a forma que fluíam pela areia. Especialmente o mais alto, com cabelo castanho-escuro um pouco longo e com uns caracóis que tenho de admitir como fofos. Havia notado uma loira e sua amiga logo quando cheguei, fixadas nele. Elas eram ambas magras e bonitas, com deslumbrantes dentes brancos, e obviamente costumavam ser o centro das atenções e tinham todos os rapazes a babar por elas. Elas mantiveram-se longe da multidão e torciam por ele cuidadosamente, provavelmente assim não alagariam seus cabelos. Elas deveriam pendurar uma placa a avisar que tudo bem, podem admirar à distância, mas não cheguem muito perto. Não as conhecia, mas já não gostava delas. Voltei a minha atenção para o jogo mesmo a tempo de ver os rapazes bonitos marcarem outro ponto. E outro. E mais outro. Não sabia quanto estava o resultado, mas era óbvio que eles eram a melhor equipa. Comecei a torcer pela outra equipa, não tinha a ver com o fato de eu sempre torcer pelo perdedor - que torcia - tinha mais a ver com o fato da dupla vencedora me fazer lembrar dos tipos mimados da escola que algumas vezes encontrava, esse tipo de rapazes que pensam que são melhores que todo a gente, simplesmente porque seus pais são investidores de bancos.
A minha suspeita confirmou-se logo após o ponto seguinte, quando o parceiro do rapaz de cabelo castanho piscou para a amiga da Barbie loira bronzeada enquanto se preparava para sacar a bola. Nesta cidade, era claro que as pessoas bonitas se conheciam. Por que eu não estou surpresa com isso?
O jogo de repente pareceu-me menos interessante, e estava na minha hora. Ouvi vagamente alguém a gritar quando a equipa adversária marcou, mas antes de dar mais alguns passos, senti os espectadores à a minha volta começarem a tropeçar uns nos outros, tirando o meu equilíbrio por uns segundos. Virei-me bem a tempo de ver um dos jogadores a correr em minha direção a toda velocidade, levantando a sua cabeça e prestando atenção na instável bola. Não tive muito tempo para reagir antes dele colidir comigo. Senti ele a segurar-me pelos ombros numa simultânea tentativa de parar o seu corpo e a impedir de nos fazer cair. Senti os braços deles sacudirem com o impacto e observei quase que em fascinação a tampa da minha bebida voando para fora, e o refrigerante formando um arco no ar antes de... encharcar o meu rosto e a minha blusa. E então, a assim de repente, tudo tinha acabado.
Olhei para cima, não queria acreditar quando vi o jogador de cabelos castanhos a olhar para mim, seus olhos verdes arregalados com o choque.
" Estás bem? " ele ofegou.
Podia sentir o refrigerante a escorrer pelo meu rosto, e ensopando a minha blusa, mas não queria saber.... Só queria saber o que o HARRY está aqui a fazer, e oh meu deus, ele esta mesmo á minha frente.
Vagamente, ouvi alguém da multidão começar a rir. E por que não deveriam rir? Estava a ser um dia tão fantástico.
" Harry? " digo a medo.
"Zhoe?" Harry diz em choque.
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Before That Day || H. S || FanFiction
Fiksi PenggemarZhoe Miller, de 17 anos, é uma adolescente um pouco diferente dos restantes, tentando viver a sua vida, vê-se obrigada a ignorar a ausência do amor familiar, lutando a cada a dia contra uma depressão que a faz mutilar-se. Seus pais decidem que o ve...