Eu também te amo.

87.7K 7.8K 2.7K
                                    

Taylor e eu estávamos arrumando nossas coisas em caixas para levar pra Itália. Andamos conversando e ele me explicou que iria morar lá mas que não ia ser na mesma casa que eu e Conrado. Ia ficar durante alguns dias e depois ia arrumar um emprego e alugar um apartamento e depois de estabilizado iria voltar com a faculdade. Conrado até tentou brigar dizendo que na casa tinha quarto suficiente para ele e pra tudo que iria levar, mas meu amigo que é enormemente independente retrucou dizendo que não queria incomodar nossa vida de casal mas que estaria sempre por lá para tomar banho de piscina com a Gio.

— Preparada para uma nova vida? — Taylor pergunta e eu aceno animadamente.

A campainha toca e nós dois pulamos de susto e começamos a rir como retardados.

— Deve ser seu boy, vou lá abrir. — Ele diz e sai do quarto. Eu continuo colocando os pertences em caixas e minhas roupas nas malas.

Minutos depois Conrado entra em meu quarto com uma expressão séria.

— O que foi?

— Bom… seus pais estão na sala, eu não faço ideia de como eles chegaram aqui. — Meus pais? Tem quase quatro anos que não os vejo, que não nos falamos nem por telefone.

Cortei qualquer vínculo com eles desde que fugi da minha cidade natal, pois eles defendiam o Henrique ao invés de ficarem ao lado da própria filha.

— Se você quiser eu mando eles irem embora. — Conrado diz e eu fico tentada a fazer isso, mas estou tão curiosa para saber o que eles querem.

Respiro fundo e me levanto, prendo meu cabelo em um coque.

— Eu vou, mas fique ao meu lado por favor. — Ele assente e deposita um beijo em minha testa.

Saímos de mãos dadas do quarto e logo eu vejo a cabeça grisalha de meu pai e minha mãe arrumada como sempre, com seu cabelo negro preso em um coque perfeitamente arrumado. Ela envelheceu muito e meu pai também, está bem mais gordo que antes.

— Júlia, quanto tempo. — Meu pai diz e se aproxima mas para quando me encolho ao lado de Conrado que passa os braços ao meu redor.

Meus pais me fizeram tão mal que infelizmente não consigo perdoa-los, eu gritei por ajuda e eles não foram capazes de me ajudar. Agora o que eu menos quero é um abraço deles.

— Nós ficamos sabendo que você está indo morar na Itália. Resolvemos vir nos despedir, por que não nos comunicou? Estava pensando em fugir outra vez? — Minha mãe diz de forma ácida mas dessa vez eu não abaixo a cabeça, cansei de ser humilhada por ela.

— Fugindo de quem? Eu contei pras pessoas que se importam comigo. A minha avó foi uma delas, que ficou ao meu lado quando descobriu o que havia acontecido comigo. — Ela balança a cabeça em descrença.

— Sua avó sempre passando a mão em sua cabeça. Vi que continua a mesma de sempre, espero que seja feliz independente do que aconteceu. Mas saiba que tenho uma grande magoa por você ter ido embora sem nos avisar.

— Me poupe, mãe. Você nunca esteve nem aí, e nem você pai, não me venha com essa ladainha de pais traídos pois vocês sabiam o que acontecia mas só estavam preocupados no status que Henrique tinha na cidade. Só isso importava, eu que morresse né? Vocês são horríveis e eu os quero fora daqui. — Digo e Taylor rapidamente toma partido e Conrado me abraça quando por fim eu caio no choro.

— Ele só queria ajudar, você é a culpada pela morte dele Júlia. — Minha mãe grita do corredor.

— Sua mãe não merece isso, nós não merecemos. — Meu pai diz antes de sair atrás deles.

Meu querido e sexy, CEO.Onde histórias criam vida. Descubra agora