|CAPÍTULO 26|

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Helena

Meu namorado realmente é um tarado. Quem vê aquela carinha de santo e bom moço sério na sala de aula, não imagina as atitudes que ele tem em quatro paredes.

Por outro lado, ele é sensível, carinhoso e parceiro. Não tem vergonha de expor seus sentimentos e está sempre preocupado em me agradar.

Quando recebi suas flores, me senti tão agraciada por tê-lo comigo que decidi fazer uma loucura. Entrar em sua sala e lhe fazer um oral realmente foi muito mais do que eu esperava fazer.

Mas deu certo. Objetivo alcançado com sucesso.

Tivemos uma noite maravilhosa de troca intensa. A manhã também não foi diferente.

Saímos de sua casa, passamos na minha e por lá troquei de roupa rapidinho e partimos para a universidade.

Depois das aulas da manhã, seguimos para casa de seus pais.

Eu estava desconfiada que esta mudança de comportamento da mãe de Nathan era apenas fachada. Mas claro que eu não iria falar nada com ele. Minha intenção era tratá-la bem.

Ao chegarmos, fomos recebidos bem. A dona Rita estava simpática comigo, então, resolvi abaixar a guarda.

O pai de Nathan também estava simpático e eu juro que já estava quase acreditando em tudo aquilo.

A Gisele era um caso à parte. Via sinceridade em suas atitudes e com ela lá, eu ficava mais à vontade.

Tive uma surpresa ao notar que o almoço a ser servidor foi bem simples, do jeito que eu gosto. Um arroz branco com feijão, angu com couve refogada e uma carne. Bem simples para meu gosto.

Não que eu não gostava, mas levando em conta o nível social deles e as comidas que eles comem, era de se estranhar tamanha mudança em seu cardápio. Senti um pouco de afronta, como se eu não soubesse comer as comidas chiques deles. Mas eu não iria falar nada e nem me fazer de rogada. Comi até estufar a barriga, pois não tenho preguiça de comer.

Após o almoço, nos sentamos na sala e dona Rita puxou conversa comigo, como se fosse minha melhor amiga.

Eu tive a certeza que era tudo encenação.

- Você está muito bonita, Helena. - Dona Rita me disse.

- Que nada, estou casual. Daqui sairemos direto para a universidade. - Respondi.

- É verdade, havia me esquecido que você é estudante. E quem te banca aqui na universidade?

A olhei espantada, ela provavelmente estava tentando insinuar alguma coisa que ainda não percebi.

- Meus pais fizeram uma poupança para mim logo quando nasci. O dinheiro nela colocado foi para arcar com os custos que eu teria com estudos. Aqui eu moro no nosso apartamento mesmo e uso do dinheiro da poupança para cobrir qualquer gasto referente a minha universidade. Em casa, minha mãe e meu pai que pagam as contas. Minha intenção é conseguir tentar alguma bolsa de pesquisa na universidade para ter mais renda.

- Com sua inteligência e rendimento, tenho certeza que conseguirá, Helena. - Nathan falou.

Sorri para ele.

- Ah sim, realmente cursar medicina não é barato, mesmo estando em uma federal. - A dona Rita continuou. Por isso muitas pessoas como você não consegue finalizar o curso.

- Pessoas como eu? - Perguntei.

- Mãe... - Nathan repreendeu.

- Sim, com dificuldades financeiras. - Respondeu.

Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora