Textos de uma garota submersa

Texto 10

Eu nunca disse que era uma boa pessoa, assim como nunca disse que era uma má pessoa.

Para dizer ao certo nem eu mesma sei o que sou de verdade.

Sou apenas aquilo que as pessoas querem que eu seja, o modelo perfeito de uma pessoa que não existe na realidade. Apenas alguém que faça tudo o que pedem, que seja a filha perfeita é impecável que nunca erra ou faz algo ruim.

Por mais que isso dure por um tempo, nada é para sempre, e as paredes começam a ruir pouco a pouco, e assim que sinto quer estou me perdendo, me perdendo dentro do meu próprio labirinto, aonde não a saída, luz ou qualquer chance de sair ou de sobrevivência.

É um tipo de buraco emocional, que pouco a pouco vai se destruindo devagarinho, de dentro para fora, nunca ao contrário. A barreira vai se dissolvendo assim como o sal some na água ao ser jogado.

E deste jeito que ficamos, deslocada, vazia e até mesmo oca por dentro, apenas coaxistindo sem ao menos querer viver de verdade, talvez lá na frente bara um arrependimento do que falei ou fiz, contudo sei que não haverá arrependimento do meu caráter e jeito de ser ( afinal não se pode agradar todo mundo, e nem quero). Talvez eu me arrependa de algumas atitudes que num passado distante, eu poderia ter agido diferente.

Não acho que minha conduta e atitudes estejam erradas em certas ocasiões, não e porque sou queta e boazinha, que tenho quer me submeter a tudo que as pessoas me pedem ou deveria?.

Talvez amanhã ou em alguns anos, não esteja mais aqui, será que as pessoas que me magoaram de jeito simples e alguns profundos, derramaria uma se quer lágrima por mim?. Difícil saber, afinal certos monstros vem disfarçados de anjos, e certos anjos são os verdadeiros monstros.

Só não sei se eu tenho força para continuar, ou se finalmente chegou a hora de me libertar por completo.

No final do túnel escuro e incerto, há sempre uma luz de esperança em que possamos nos agarrar!