Diego Laurent
Kevin está começando a me provocar. Sinto o olhar de Hall em meu ombro, ele está apreensivo que eu faça algo, mas não vou, não vou fazer nada enquanto ele estiver comigo. Sinto medo de machuca-lo de qualquer forma, os cortes em seus pulsos já foi doloroso o suficiente para mim. Quero tirá-lo dessa tristeza que ele está se afogando. Mas como livrar ele disto quando eu mesmo estou me deixando afogar nas provocações dos meus irmãos? Quando sinto raiva deles, é quase desesperadora a vontade que sinto de socar algo, de preferencia, eles. Não respondi a pergunta de Kevin. Respiro fundo e volto a comer, o silêncio se estende novamente no cômodo minha mãe tenta puxar assunto e meu pai parece está distraído. Kevin parece decepcionado que seu comentário não surtiu efeito.
— Terei que viajar próxima semana. — Meu pai fala — Preciso visitar a empresa em Seattle.
— Ótimo, será um novo avanço... Precisamos mesmo nos distrair dos conflitos. — Minha mãe fala.
— O Diego me deu um emprego. —Hall comenta— Na empresa dele.
Sorri para ele.
— E sua entrevista foi transar com ele? Como nos vídeos pornô? —Rafael pergunta.
Larguei os talheres. Essa fala foi com certeza o limite para mim.
— Fala isso de novo! Vou tirar seus dentes fora, um por um! — Me exalto
— Que coragem. — Kevin murmura.
O olhei raivoso também. Davi fica vermelho, faz uma cara triste e sei que ele se sentiu inútil em não intervir uma discussão dos irmãos. Meu pai suspira e minha mãe pede para que acalmássemos os ânimos. Hall toca o meu braço, como se dissesse "Se acalme, está me assustando". Parei. Respirei fundo e voltei a sentar.
— Perdón por eso, mamá. No quería arruinar tu cumpleaños, lo siento. Yo intento.
— Tudo bem querido, eu já me acostumei... Vamos apenas terminar o almoço. — Sinto o desapontamento em sua voz.
Assim fizemos, terminamos o almoço. Todos em silêncio, quando terminamos minha perguntou se a gente não queria ficar para o jantar, nossos quartos ainda estão do jeito que deixamos, ela disse. Olhei para Hall o perguntando se tinha algum problema em ficar, mas ele sorriu e negou. Que sorriso lindo.
Subi os degraus indo para a terceira porta da direita, meu antigo quarto. As paredes ainda tinham pôsteres, meu computador ainda estava ali (cheio de poeira, mas estava), as estantes de livros e DVDs vazias assim como o closet.
— Você era um adolescente rebelde. — Hall comenta mostrando alguns rabiscos na parede.
"Foda—se" "Morte para todos os meus inimigos" "Odeio meus irmãos"
Eram algumas das coisas que estavam escritas, a parede funcionava como um diário de resumos da minha raiva — Falei isso a ele. Fechei a janela grande e liguei o ar-condicionado, a minha cama é apenas uma de casal.
— Eu não tenho problema, você tem? — Pergunto.
A verdade é que estou ansiando para ele dizer que está tudo bem e não tem problema dividir. Ele se senta sentindo o ar gelado e pensa um pouco.
— Tudo bem por mim. — Ele fala.
Sorri.
Deitei-me na cama do lado perto da parede, Hall foi ao banheiro. Fechei os olhos e esperei sentir a cama afundar ao meu lado. Senti automaticamente o seu maravilhoso cheiro, sua perna fina ralando na minha minimamente e sua calma respiração. Abri os olhos, ele está virado também de olhos abertos. Um universo em castanho.
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Minha Salvação | Série Irmãos Laurent-(Livro 1) (Romance Gay)
Roman d'amourEm uma ponte no centro da Cidade, todos passam mas ninguém tenta impedi-lo para os que vagam ali ele é apenas mais um fazendo drama com a vida. Hall está prestes a cometer suicídio mas parece que no último segundo quando seus pés já estão em posição...