mas o seu hyung não o amava de volta

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Ele gostava de gatinhos. Um dia eu peguei-o alimentando um na rua, bem escondidinho para ninguém ver. Mas eu vi. Vi direitinho. Ele pediu para que eu guardasse segredo, pois então fiquei quietinho. Não contei, mas fiquei feliz em termos algo somente nosso: um segredinho. Ele fazia cafuné na cabeça do gatinho tão amavelmente que foi impossível não sentir invejinha.

Ai, aquele sorrisinho era a coisinha mais preciosa para mim! Aquele sotaquezinho arrastado era uma delícia para meus ouvidos e o jeitinho delicado dele me matava todo. Sua paixão por café tornou-se a coisa que eu mais gostava nele, então eu sempre trazia um Americano (seu favorito) logo pela manhã.

Eu e ele compartilhávamos um apartamento com Lucas, uma vez que não somos ricos e o aluguel ficaria pesado caso morássemos sozinhos. Acho que foi aí que tudo começou. Lucas me apresentou-o e de repente eu me vi ali, contemplando-o tão focado no trabalho da faculdade, naquele óculos redondo e seus suspiros de estresse ao afastar a franja longa do rosto.

Lucas não gostava muito de gatinhos, deve ser por isso que não temos um. Mas, se eu pudesse, arranjaria um só para vê-lo sorrir daquela maneira outra vez. Eu admiro-o muito. Muito mesmo. Fico completamente sem graça quando capturo sua atenção, porque ele me trata com demasiado amor e isso me derrete por inteiro.

Uma vez ele acariciou minha cabeça e sorriu para mim. Eu me senti como aquele gatinho, totalmente delicado, frágil, amável e amado. Não durou muito, infelizmente, mas eu fiquei com um sorriso no rosto o dia inteiro.

Sei que ele já tem alguém para chamar de seu e admito sempre assisti-los, pela janela, caminharem até o metrô de mãos dadas e sorrisos nos rostos. Presenciei inúmeros beijinhos deles e troca de carinhos também, mesmo que meu amorzinho não curtisse afagos e demonstrações públicas. Isso me machucou, porém seu sorriso era um beijinho na minha ferida.

Ele continua afagando minha cabecinha quando assistimos filmes, continua me chamado de "di" e eu chamando-o de "ge" num tom de voz infantil. Ele me faz do seu gatinho e eu adoro escutá-lo conversar sobre qualquer coisa. Me alimenta na hora certa e me lembra sempre que devo beber água.

Eu não quero muito, somente ser o gatinho dele para protegê-lo dos piores tipos de ratazanas. Miaria todas as noites para ele dormir e comeria todas as frutas do mundo para não assustá-lo. Então, se eu fosse um gatinho, eu gastaria todas as minhas 7 vidinhas com meu ge estrangeiro. Sim, eu faria isso.

nhaw✨hendery+??Onde histórias criam vida. Descubra agora