CAPITULO 2- A Senhora da Lua de Sangue

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Naquele momento Ruby se enojava com um beijo molhado e selvagem. Mãos quente, ágeis e habilidosas passeavam por seu corpo, ansiando para removerem a delicada blusa de seda branca que caía sobre seu tronco.

Aquilo não era uma novidade, de certa forma o ato já havia virado uma atividade rotineira e sempre acabava do mesmo jeito.

O rapaz a sua frente, alto, de cabelos espetados e um corpo definido soltava gemidos entre suspiros e pausas para respirar. Ele afastou-se por um momento e encarou os intensos e cristalinos olhos azuis da loira, admirado pelo prêmio que havia conquistado com mais uma de suas lutas bobas.

Ruby levou suas mãos até a cintura e lentamente levantou o leve tecido que a cobria, revelando um corpo de belas curvas com um tecido branco amarrado atrás do pescoço cobrindo os seios. O outro jovem, animado, exibiu um sorriso.

Instantaneamente a expressão da loira mudou, aquilo, com toda a certeza era algo que ela odiava, o jeito como as pontas dos lábios se curvavam para cima, a posição de como os dentes ficavam alinhados, a simples demonstração de felicidade, aquilo definitivamente lhe causava fúria!

— Sabe, Clark – ela falava docemente enquanto caminhava com elegância -, se você queria fazer o que estávamos prestes a realizar, deveria não ter feito isso, eu realmente não gosto nem um pouco. – esticando os braços na diagonal, envolveu a cabeça de Clark com suas pequenas mãos.

— O que quer diz... – a frase ficou pairando no ar, e iria pairar pela eternidade. As delicadas mãos com as unhas tingidas de um rosa suave haviam criado uma força surpreendente e simplesmente quebrado o pescoço do garoto.

Largando a cabeça do mesmo e deixando o corpo sem vida cair no chão, encarou, frívola, a janela. A cabana em que estava ficava numa campina com pinheiros coberta de neve, de certa maneira a paisagem, combinada com o céu salpicado de estrelas, era surreal e tornava-se difícil imagina-la numa primeira tentativa.

Dirigiu-se até a cama onde deixou suas roupas, vestiu-as novamente, acrescentando desta vez uma fina jaqueta de couro vermelho dado a ela pelo líder de seu bando muito tempo atrás no seu tempo de exilada, naquela época a peça ficava um pouco larga no corpo frágil da garota, agora a servia de maneira justa, além de estar bem conservada.

Ela abriu a porta de madeira podre e uma enxurrada de ar frio soprou sobre seu corpo, jogando seus cabelos para trás e gelando seus lábios. Aquela maneira de como o vento bateu em seu rosto trazia a tona um sentimento nostálgico e triste ao mesmo tempo, um sentimento que sentira no momento mais doloroso de sua vida e que com todas as suas forças tentara esquecer, porém bastava uma pequena brisa gélida e eis que ele aparecia novamente.


Waincrad, 10 anos antes.

— Papai, papai! – uma pequena menina corria pelos campos de girassol rumo a um homem de meia idade. Seus cabelos pretos, crescidos até os ombros, estavam bagunçados devido ao vento, a barba crescia de forma irregular, como se somente metade dela fosse raspada enquanto a outra continuava intacta. A menina abraçou o homem aconchegando-se no peito nu do mesmo.

— Você está cada dia mais parecida com sua mãe... – ele disse enquanto enrolava uma mecha de cabelos loiros da garota em seus dedos. Ela tinha por cerca de sete anos, a face redonda e rosada deixava-a com um aspecto fofo, os seus longos cabelos caíam como uma cachoeira dourada por seus ombros, os olhos eram tão azuis quanto o mais profundo oceano.

O homem havia sentado no chão e a criança loira fez o mesmo, sentando-se entre suas pernas.

— Olha! – ela estendeu a mão em frente ao rosto do outro – Um dente-de-leão!

RAPUNZEL A HISTÓRIA NUNCA CONTADAOnde histórias criam vida. Descubra agora