Onde Tudo Começou.

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        Era só mais um dia normal onde eu moro, normal ver pessoas tentando se matar, normal ver pessoas desistindo, normal ver pessoas brigando, se matando, se odiando, entre outras coisas bem "normais", que eu já estou acostumado a ver todos os dias.
Faço de tudo para me sentir melhor, mas a única coisa que realmente me deixa bem é:
estar sozinho com as minhas fantasias, meus filmes, meus seriados, ah e sem deixar pornô de fora! Não diria que é uma rotina, mas as vezes ajuda a aliviar a tensão. Nada fora do normal, só alguns pornôs macabros, de vez em quando alieníngenas, zumbis, e assim vai. Prefiro não revelar a minha idade, porém sou tão novo quanto quem pode estar lendo isso. Mas isso não vem ao caso, moro no Brasil, na talvez cidade mais conhecida ou mais odiada do meu país. O fato de termos uma das maravilhas não deixa nada melhor, aqui continua sendo o inferno na terra. As pessoas hoje em dia tem medo de outras pessoas, medo de assaltos, medo de armas, principalmente aqui. Mas eu não poderia julga-los, eu tenho medo de bruxas! Apesar de adora-las, eu tinha uma bruxa em casa, mas ela sumiu, minha mãe não gostava dela... Acho que a jogou fora. Aquela bruxa não me dava medo, pelo contrário, eu me sentia seguro com ela aqui, porque ai eu não iria temer nenhuma bruxa tentando entrar pela minha janela, digamos que já teria uma aqui dentro. Eu sou o tipo de pessoa que vive reclamando da realidade, eu queria fugir daqui para qualquer lugar, quem sabe até outro planeta. As vezes não me sinto em casa, não sinto que estou aonde eu deveria estar. Eu não poderia dizer que meus pais não ligam para mim, ou talvez pudesse dizer metade disso, porque... Meu pai realmente não liga para mim, só tivemos contato na minha infância e graças a Deus não tenho sentimento algum por ele, seria bem ruim se eu tivesse. Já a minha mãe liga mais para mim do que operadoras de telefone tentando oferecer ofertas. Ela nunca largou do meu pé, ela é do tipo super protetora e eu particularmente acho isso extremamente sufocante. 

Não tenho muitas pessoas que posso chamar de amigo mas, tenho um amigo chamado Ezequiel! ele é bem legal quando não está com raiva e nem tentando se matar. Uma vez ele quase conseguiu se matar enforcado mas... Graças a Deus chegaram antes do pior acontecer. É uma ótima pessoa, mas assim como todos, tem seus problemas e quem sou eu para julga-lo?. Eu levo uma vida normal por aqui, moro perto de comunidade e as vezes fico preso em casa por conta de conflitos gerados entre facções criminosas. Mas isso não impede em levar uma vida tranquila, por tanto que tomemos cuidado com balas perdidas de vez em quando. Tenho condições medianas, nem muito, nem pouco... Sempre o suficiente. estudo em colégio particular mas odeio isso, as pessoas de lá não são tão humildes, pelo menos aonde eu estudo.

E por incrível que pareça tenho uma namorada. Ela se chama Jasmin, tem personalidade forte e é ciumenta demais.   Um pouco grossa as vezes mas é drásticamente aparente o quando ela é apaixonada por mim, qualquer pessoa ao nosso redor consegue perceber. Sempre atrás de mim, não importa o que eu esteja fazendo, bem comportada, de família, só um pouco mal educada as vezes. Mas é linda, mas tão linda... Faz completamente o meu tipo. Me sinto sufocado as vezes, ela não me dá espaço nem liberdade e isso me faz um pouco mal. recebo ligações dela quase toda hora, as vezes sem sentido, só pra ouvir minha voz, outras vezes simplesmente pra saber aonde eu estou. Eu poderia contar muitas coisas sobre nós mas seria irrelevante. Toda essa história se resume em uma noite de sono, e sobre como eu tive um sonho que durou anos. Era mais uma vez apenas um dia normal na minha vidinha pacata. Eu estava na escola quando recebi uma ligação de casa, era minha mãe:

- Filho você precisa voltar agora para casa, seu amigo está sentado na sacada de casa ameaçando se jogar, você sabe que é o único que pode chegar perto dele.

 Eu sai correndo de lá, mas já estava mesmo perto da hora de ir embora, quando sai da sala vi minha namorada brigando lá fora com algumas pessoas na entrada, eu já imaginava que ela estava com ciúmes de alguém ou estava mais uma vez ameaçando alguma das minhas colegas de sala. Eu não quis chegar perto para ouvir, eu tinha que voltar logo para casa e ir atrás do Ezequiel. Desci as escadas da saída de emergência e fugi da escola, fui correndo diretamente para a casa dele e tinha muita gente lá, pessoas que moravam na rua, a mídia, bombeiros, e ele quando me viu de longe sorriu e disse:

- Sobe aqui maninho, a visão tá muito linda

 - eu sorri de volta e disse que já estava indo.

 os bombeiros me deram orientações e instruções de resgate. Mas eu não quis dar muito ouvido, eu sabia que ele desceria de lá comigo. E então subi até a sacada e me sentei ao lado dele. começamos a conversar normalmente, sobre o jogo que nós dois somos viciados e fingimos que nada daquele repertório todo estava acontecendo. ele estava jogando a madrugada inteira, pois queria se tornar mais forte que eu no jogo. Tudo estava indo bem, nós já íamos descer normalmente e frustar as pessoas que estavam loucas para ver um pouquinho de sangue. Ou queriam postar algo que causasse polêmica em seus status. Quando eu estava prestes a convencer ele a descer, um dos bombeiros que conversou comigo desceu do andar de cima na intenção de dar um chute no Ezequiel para ele cair para dentro, mas os reflexos dele eram bons demais e ele desviou. O problema foi que, ele estava sentado de costas pra rua, e quando ele desviou ele caiu. Aquele parecia ser o pior momento da minha vida. As pessoas lá em baixo não conseguiram entender o que tinha acontecido, eu fui o único que vi o erro que aquele bombeiro tinha cometido, mas minhas lágrimas escorriam tanto que eu não tinha nem forças para falar. Não tinha mais como fazer nada. Ezequiel estava morto e eu não sabia o que fazer além de tremer. O corpo foi levado por eles e aquele bombeiro me olhava assustado, porque sabia muito bem o que ele havia feito, sabia que eu tinha visto tudo aquilo. Porém eu não pude ver seu rosto, vi apenas seus olhos por trás do traje que ele estava usando, mas eu jamais esqueceria aqueles olhos. voltei para casa com o olhos dele na cabeça e as últimas palavras de Ezequiel nas minhas lembranças, ele disse:

- Maninho, eu vou ficar mais forte que você, eu prometo. - eu não conseguia parar de pensar nisso...

O Mundo ControversoWhere stories live. Discover now