I Fell For a Stranger

Touch me Stranger

Eu me apaixonei por um estranho.

Eram essas as palavras que rodeavam a mente desnorteada de Jeon Jeongguk. O garoto estava inconformado, negando-se a aceitar que aquilo pudesse ser verdade.

Eu me apaixonei por um estranho.

Nunca havia se apaixonado antes. Em seus quase 20 anos de vida, sentia-se incapaz de tal coisa, pois todas as pessoas, por mais interessantes que fossem, não lhe despertavam nada mais do que alguma vontade de olhar.

Nunca antes havia sentido vontade de tocar alguém. Especialmente uma vontade tão forte como aquela que lhe assolava naquele momento.

Eu não me apaixonei por um estranho. Eu enlouqueci por um estranho.

Um completo estranho. Alguém em quem nunca havia pousado seus olhos antes, mas assim que o fez, aquilo foi suficiente para balançar completamente as estruturas do Jeon. Jeongguk queria ver aquele homem de novo; queria chegar mais perto, queria tocá-lo.

Queria fazer tudo o que nunca havia sequer pensado em fazer antes, com nenhuma outra pessoa. Queria beijar aquela boca cheinha e avermelhada, queria passar os próprios braços ao redor daquele pescoço e ter os braços alheios segurando sua cintura. Queria ser beijado por todo o seu corpo, jogado contra uma cama ou até mesmo uma parede, e ser fodido com força até esquecer o próprio nome.

Para alguém que mal havia beijado outras pessoas em toda a sua vida, e só se tocava vendo pornôs horríveis porque seu corpo às vezes pedia por tal coisa, aquilo era mais do que se sentia capaz de processar direito.

Eu enlouqueci por um estranho.

Não estava nada confortável com o sentimento que aqueles pensamentos lhe provocavam. Sentia-se estranho, deslocado de seu próprio eixo, seu corpo parecia reagir como nunca antes à mera imagem de um estranho, que parecia estar gravada em suas retinas; os olhos pequenos e escuros, a boca carnuda e vermelhinha, os cabelos curtos e pretos que ele fizera questão de jogar para trás do jeito mais sedutor possível.

Aqueles dois dias em que vira aquele homem por poucas horas haviam sido suficientes para lhe abalar daquele jeito, isso era ridículo.

Mas não estava em posição de negar o efeito que ele exercia sobre si. Não mesmo.

Não quando estava com uma ereção pulsante e dolorida dentro de seu moletom preto, que lhe acordara no meio da madrugada e não permitira que voltasse a dormir.

Jeongguk se perguntou se voltaria ao normal depois de esquecer o rosto daquele homem. Mas também se perguntou se seria capaz de esquecer aquele ser humano que sequer parecia real.

Estava frio, mas o calor que tomava seu corpo era tão intenso que o estava fazendo transpirar desorientadamente. Precisou jogar o cobertor para longe e retirar a camiseta branca que usava para dormir, e o vento gelado do quarto contra seu corpo quente o fez estremecer; e como aquela sensação era boa.

Passou uma das mãos por seus cabelos levemente suados, jogando-os para trás e soltando uma risada de desdém de si próprio, ao que se lembrou de que fizera algo parecido com o que aquele homem gostava de fazer. Mas era fato que quando ele o fazia, era uma das coisas mais lindas e hipnotizantes de se assistir; Jeongguk sentia que nunca se cansaria de vê-lo fazer aquilo.

Mas nunca mais o veria fazer nada, porque nunca mais sequer o veria.

Aquela onda de frustração parecia piorar o seu estado de excitação. Seu corpo parecia queimar em puro desejo por aquele homem de cabelos pretos, parecia clamar pelos toques daquelas mãos, daqueles lábios, pelo contato daquele corpo contra o seu. E quanto mais se lembrava de que aquilo era ridículo, pois nunca sequer o veria de novo, mais seu corpo parecia reagir contra sua vontade e esquentar ainda mais.