20. Escute seus desejos

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Não havia sido um dia fácil para Park Jisung. Dividido entre aguentar crises de tristeza repentina de Donghyuck, desejos de doces, onde ele perdeu a conta de quantas vezes teve que visitar a conveniência da esquina e surtos exagerados de ofensas contra Mark que achou que nunca mais iria ter que presenciar, ele quase deu graças aos céus por chegar a hora de dormir.

Pelo menos, não teria que ouvir mais o drama chato do Lee, onde ele mesmo era quem criava.

Parecia os malditos filmes que ele costumava assistir, em que as protagonistas exageravam demais na dose de sentimentalismo.

E para o Park, avulso a qualquer sentimento na zona romântica, aquilo era uma junção de náuseas e dores de cabeça que não pareciam ter fim.

Entrou no quarto, trazendo em mãos o copo de água que foi, mais uma vez, obrigado a ir buscar, já que Donghyuck alegava que tinha medo de encontrar Jisoo vagando pela casa, sendo que sua mãe só saia do próprio quarto eventualmente. Era mais provável ele encontrar um espirito do que a Park.

Arrumava os lençóis sobre a pequena cama de Jisung. Não era como a sua de casal, onde havia espaço para se esticar confortavelmente, mas era melhor do que ficar no colchão inflável que estava ali no chão.

Sim, ele, Lee Donghyuck, iria ficar com a cama.

"Você está brincando com a minha cara?" — Jisung não tardou a entender a mensagem, colocando o copo que tinha em mãos em uma das prateleiras que guardava seus quadrinhos, se aproximando, revoltado, do moreno. — "Não vai ficar na minha cama!" — Pegou os cobertores do Lee de seu colchão, os jogando no inflável.

Não era possível que Donghyuck poderia ser tão descarado.

"Yah! Jisung!" — Deu a volta, pegando seus panos e jogando de volta no lugar de origem. — "Eu estou mal hoje! Preciso dormir bem" — Exclamou, justificando e o Park riu, perplexo.

"Você está mal? Você?" — Apontou o dedo na direção de Donghyuck, que não demorou em concordar. — "Eu que 'tô mal! Te aguentar com esse dramalhão e ainda ter que pensar no festival não é a tarefa mais fácil!"

"É assim que você trata suas visitas?" — Cruzou os braços, irritado. Não daria o braço a torcer. Ficaria com a cama, sim!

"Para! Olha esse drama de novo" — Levou as mãos para a cabeça, apertando o lugar, tentando não sentir a maldita dor de cabeça que parecia que havia ido embora.

"Poxa, Jisung..." — Iniciou, manhoso. — "Eu vou ficar tão pouco tempo aqui, é só por enquanto, seu idiota!" — Repentinamente, mudou o tom de voz, se tornando agressivo.

Ponderou por segundos, bufando, enraivecido.

Seria mais fácil deixar logo, e do jeito que estava sem paciência, que fosse.

"Tá, tá" — Moveu a mão, permitindo. — "Mas só para te lembrar que uma hora você vai ter que resolver essa história, porque não vou te aguentar por muito tempo" — Foi buscar a água, entregando bruscamente para o Lee, que sorriu em agradecimento.

Se pudesse prever que ser amigo de Donghyuck fosse ocasionar naquilo, jamais teria feito tamanha besteira.

Organizou o colchão inflável, dando tempo para que o moreno bebesse a água e se sentasse na cama, se enrolando e deixando apenas a cabeça de fora, encarando, aleatoriamente, um ponto na parede.

Encarou, desconfiado e estranhando o comportamento, mas não perdurou, se apressando a apagar a luz, transformando o local num breu. Vai que Donghyuck disparava a falar outra vez?

No WayOnde histórias criam vida. Descubra agora