Em meio aos tiros de tranquilizantes corremos, eu com Naomi e Tyler mais a frente. Sigo correndo segurando meus óculos, não seria nada bom se eu o deixasse cair por aqui.
Reparo que temos apoio, Paul atirando contra os guardas, me surpreendo com sua pontaria, que derruba um por um. Atrás dele Lydia e Kimi estão se escondendo, realmente não haveria um escudo maior. Continuamos correndo em meio a tropeços e saltos, com nossas cabeças arqueadas.
Nos preocupamos mais a cada metro próximo do fim do campus, mas uma explosão nos trás alívio, e antes mesmo da poeira abaixar já a atravessamos. Mais alguns metros até o buraco no muro que cerca todo o edifício, e enfim estaremos fora das limitações da Corcova.
A fumaça e a poeira que tomavam espaço em nosso pulmões dão espaço ao ar puro que o vento traz. Ficamos um tanto surpresos com a visão da mata que nos aguarda.
– Se vocês realmente querem sobreviver para ver o que tem lá dentro, deveriam continuar a correr - diz Frank mais próximo da área verde. E depois desaparece adentrando a vegetação.
– Vamos lá - encoraja Tyler. Eu e Naomi concordamos com a cabeça, e logo nos assustamos com a aparição de Kimi e Paul com Lydia nos braços, aparentemente desmaiada. Em seguida Jerry, Willy e Connor nos atravessa.
– Então vocês vão ficar parados aí? - pergunta Connor e some junto com os gêmeos nas folhagens.
Não pensamos duas vezes e seguimos eles, afinal ainda estamos vulneráveis estando perto da Corcova. Coloco meus óculos e dou uma última olhada na imensa estrutura onde passei os últimos nove anos, de dentro não parecia tão grande.
Passamos por grandes folhas e árvores que nos encobrem do sol. Continuamos numa velocidade razoável por cerca de uns vinte minutos. Seguimos rastros até encontrarmos Frank e os três menores sentados nas raízes de uma grande árvore.
Paul deita Lydia num canto junto a Kimi descansando seus braços.
– E aí? O que vamos fazer agora? - questiona Frank desenhando na terra com um graveto.
Acredito que essa pergunta é direcionada a mim, já que eu comecei com tudo isso.
– Ham... acho que teria alguém nos esperando - falo com um certo anseio.
– Você acha? - Frank diz intrigado.
– Pode parar, Frank. Você veio porque quiz. - repreende Naomi. Dou um leve sorriso de agradecimento pra ela.
Depois de uns quarenta minutos Lydia já havia acordado, e a luz do sol já estava sumindo, e sabiamos que já começara a ficar perigoso.
De repente um grunhido estranho veio aos nossos ouvidos. Nunca tinha ouvido algo assim, mas também não era de se esperar menos. Todos já estavam de pé, em silêncio, prontos para mais uma corrida, e quando alguns estalos começam a surgir de uma das moitas, corremos na direção oposta.
Aquilo que era um grunhido se transforma num enorme rugido, fazendo Lydia e Kimi gritarem enquanto correm. Não sei o que mais me dói os tímpanos. Várias vezes olho para trás, mas não há nada atrás de nós, e sim do nosso lado. Vejo um grande vulto preto em meio as folhas verdes, saltando. O vulto toma forma, mostrando uma grande fera bem na frente de Tyler, que não surpreende em estar a frente de todos.
Uma fera de pele escura, tão escura que chega a parecer azul, para de frente a Tyler, mostrando seus dois pares de dentes caninos, capazes de desfiar qualquer um de nós. O coitado do Tyler permanece intacto, sem mexer um centímetro sequer, assim como todos nós. O grande felino se exibe mais uma vez rugindo para o que seria sua próxima refeição.
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The Unknowns
Teen Fiction"O que foi nos passado desde sempre é que o sistema pegou fetos de todas as nacionalidades inclusas no sistema, e os guardou como o bem mais precioso da época, para que quando a ciência conseguisse gerar totalmente essas crianças sozinhas, ou seja...