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Hoje era um dia muito importante para mim e meu pai, já que iríamos começar um grande negócio com um dos mais importantes empresários do ramo de joalherias, já ouvi falar um tanto quanto sobre ele, mas admito que nunca o vi pessoalmente, mas imagino que seja um velhinho barrigudo e tarado. Acabo dando risada de meus pensamentos, estive tão focada em me destacar na empresa do meu pai que acabei não tendo tempo para estudar a fundo sobre nosso mais novo parceiro comercial, odeio o fato das pessoas me olharem feio por eu ser filha do dono da empresa, sei que entrei aqui de forma privilegiada, mas exatamente por isso não faço feio, do meu trabalho eu entendo e muito bem, adoro toda a parte da criação na qual envolve uma nova coleção, esse mundo me fascina e sei desde criança que esse seria meu lugar, quero que meu pai sinta orgulho de mim, não que ele não sinta, mas é algo que preciso fazer, e farei.

Está gostando da festa? - meu pai perguntou e eu quase ri de sua pergunta, afinal de contas eu mesma tinha organizado tudo aquilo, a festa precisava estar perfeita- Estou amando, afinal eu tenho um bom gosto pra esse tipo de coisa, então está pra lá de perfeita, estou bem curiosa para conhecer esse nosso novo parceiro comercial, assim que ele chegar me avise por favor papai, já que eu irei trabalhar diretamente com ele, preciso passar uma boa impressão, acha que escolhi a roupa certa? - meu pai me encarou e revirou os olhos divertido, ele era sim meu pai, mas pra quem não sabia poderia perfeitamente achar que éramos irmãos, ele foi pai bem cedo.

Judy Moore, você está simplesmente a mulher mais elegante desse lugar. -quis rir, ele era um pai bem babão- Oh por favor não deixe que Ana esculte o senhor papai, ela vai ficar super chateada, porque ela também está na festa, apesar de não gostar desse tipo de evento.

Era o mínimo que sua irmã poderia fazer, afinal ela também é dona disso tudo aqui-ele parecia bem sério ao falar aquilo, talvez porque Ana não pensasse como eu sobre a empresa, ela queria outras coisas, e entre elas de modo algum estava usar roupas formais para ir ao trabalho e ficar presa em uma sala lendo papéis e mexendo em um computador, ela queria ser tatuadora, mas nosso pai não sabia ainda...esperava de verdade que continuasse assim por mais algum tempo, ele não iria aceitar bem.

Sim, o senhor está certo. -mordi o lábio e então avistei Steven, meu noivo...não que fosse por minha escolha ele ser meu noivo, mas não deixava de ser, meu pai era uma ótima pessoa, porém muito teimoso, quando tomava uma decisão era difícil voltar atrás, e uma dessas decisões foi tomada muito antes que eu nascesse, ele simplesmente deu a minha mão para Steven antes que eu fosse um ser humano, foi um combinado entre ele e o pai de Steven, seu melhor amigo, Alan Jones- Steven chegou, vou lá falar com ele -me afastei de papai e sorri para meu noivo, não o amava, mas éramos amigos desde criança, então a gente se amava, talvez não da maneira que devia ser mas já era um começo... Era confuso.

Oi Judy -ele sorriu e me abraçou, fiquei feliz por não me beijar, não estava no clima para esse nosso teatrinho hoje-

Pensei que você não fosse vir Steven -eu arrumei seu terno, ele estava super bonito, ele era alto, tinha os cabelos castanhos assim como seus olhos, não negava que era bonito, mas beleza não era tudo, e a gente se conhecia desde crianças, ele poderia ser meu irmão.

Eu sei que isso é muito importante para você, acha mesmo que eu não iria vir? É isso que pensa de mim? - ele fingiu estar ofendido e eu quase ri, que tonto.

Você é péssimo ator Steven, para -o empurrei de brincadeira e ele me puxou me apertando de brincadeira, mas o empurrei e ri- chato, você não pode ficar me apertando assim, vai acabar estragando toda a minha roupa, preciso estar impecável quando o cara chegar -quando estávamos sozinhos podia ser menos formal.

Tudo bem - ele beijou meu pescoço-

Como vai as peguete? -a gente sabia que ia casar, mas tínhamos um trato de podermos fazer o que a gente quisesse com quem quisesse até o casamento sair, talvez até lá algo poderia acontecer e a gente nem casava.

Super bem, nada de interessante na verdade - ele parecia bem entediado ao falar naquilo-

Nossa, que animação-quase ri, ele era bem dramático as vezes- Mas você não leva ninguém a sério Steven, isso não choca ninguém meu amor.

E você que não se diverte nunca? Judy, aproveita enquanto nossos pais não surtam e marcam nosso casamento. Porque até lá a gente segue se divertindo, porque quando casarmos acabou - eu quis revirar os olhos, sabia como ele era quanto esse assunto, sempre dizia que não seria corno, que eu não podia me apegar a nenhum dos meus rolos e blábláblá.

Tá bom Steven! Meu pai está me chamando, acho que o cara chegou - sai praticamente correndo, respirei fundo e passei a mão pelo meu corpo alinhando qualquer amassado que pudesse ter- Oi pai 

Filha, quero te apresentar alguém, esse é o Hero -quando eu o encarei perdi o fôlego, ele não era nada como eu imaginei, não era velho, não era barrigudo, não era feio...puta merda, ele era jovem, bonito e bem gostoso, nossa, muito gostoso....- ele sorriu de forma educada e estendeu a mão, eu quase não conseguia cumprimentar, estava muito impressionada, procurei minha voz, afinal iria precisar dela. 

Prazer, é um prazer conhecer você- eu estava falando besteira, nossa, precisava me recompor, ele pareceu divertido, provavelmente estava pensando que eu estava afetada pela beleza dele, mas porra, quando ele sorria aparecia covinhas, seus olhos eram verdes e seu cabelo era de um castanho intenso.

Seu pai me falou maravilhas sobre você, mas confesso que cheguei a pensar que ele estava sendo um pai coruja, mas agora que eu te conheci, tenho que concordar, linda filha Henry - ele olhou para o meu pai e então voltou a me olhar, me peguei suspirando, ele estava percebendo.

Vou deixar vocês conversarem, espero que se deem bem, afinal vão trabalhar bastante juntos. - eu concordei com a cabeça, e observei enquanto ele se afastava, Hero tinha sotaque britânico, era uma delicia de se ouvir- Você é bem diferente do que eu imaginei, confesso que pensei que fosse velhinho e chato -resolvi ser ser sincera, ele quase riu e mordeu o lábio, eu estava mesmo muito ferrada.

Já vi que vamos nos dar muito bem trabalhando juntos- ele piscou um dos olhos para mim e eu concordei, seria difícil manter o profissionalismo com ele, uma missão quase impossível...

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