lotta

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Mary Jane

Confesso que eu estava nervosa. Nunca estive tão nervosa antes. Meu pai estaria voltando para casa no dia seguinte. Eu sentia tanta saudades dele, assim como da mamma, mas a diferença é que dele eu iria poder matar a saudade.

Depois que ele foi preso, Giovanni cuidou de mim como um verdadeiro irmão mais velho, ou como um verdadeiro pai, assumiu os negócios da família, negócios esses que a cada ano que fui ficando mais velha, fui descobrindo e me envolvendo mais, das poucas vezes que visitei meu pai na prisão, ele me fazia prometer que eu estava me dedicando aos estudos e ficando de fora dos negócios, e que  eu iria entrar na faculdade. Eu me dediquei aos estudos, mas quando acabou, abri meu bar. Não segui os conselhos dele, não sei se ele ficaria feliz quando chegasse em casa e descobrisse isso.

—Você já aspirou esse sofá três vezes Mary Jane, para que isso tudo? —Giovanni disse deixando o sapato na porta e entrando.

—Estou um pouco nervosa. —Sorri sem jeito. —Acha que ele vai se sentir em casa? Acha que vai ser tudo como antes? Não mudamos tanto os móveis né? —Eu disse sem ter a mínima noção do quanto soava insegura.

Giovanni me olhou como se tivesse nascido chifres de unicórnios em mim. Então sorriu e sentou no sofá, batendo a mão para que eu sentasse também, assim eu fiz, e ele colocou o braço ao meu redor me abraçando forte.

—Por que está se preocupando tanto, Mary J. ? Passamos quinze anos sem ele, podemos passar mais, caso ele não se agrade do nosso sofá novo, da tv nova que compramos, ou da nova pintura da casa. —Ele disse e eu eu abri a boca em espanto o olhando.

—Eu não suportaria, Giovanni. Não suportaria passar mais um ano longe do papà. —Fui sincera, e a ideia me apavorou.

—Você tem que se conformar caso algo mude, ragazza. Salvatore passou anos longe da gente, proibiu nossa visita, esqueceu? Talvez ele nem volte amanhã. —Meu coração doeu ao ver Giovanni chamar nosso papà pelo nome.

No decorrer desses quinze anos, Giovanni nutriu um sentimento ruim pelo nosso pai, talvez ele o culpasse por tudo, e eu não o julgo por isso, cada um tem um jeito de lidar com a dor, e meu irmão escolheu culpar alguém.

Perdemos a Mamma muito novos, papà não pensou que quem mais sofreria as consequências do ato que ele cometeu, seriam nós dois. Ficamos sem mãe, sem pai, e se não fosse nossos irmãos da gangue, ficaríamos perdidos.
Mais difícil do que a minha vida depois da morte de Mamma, só a vida de Giovanni. Tivemos o apoio de todos, e todos se empenharam em ensinar Giovanni todas as regras do jogo, embora meu pai já fizesse isso desde quando Giovanni tinha dez anos.

Quanto a mim, fui entrando nisso aos poucos. Quando acabei meus estudos me vi completamente sem rumo, embora tendo a chance de ir para a universidade, não tive vontade e nem coragem de deixar minha família para trás, deixar Giovanni para trás. Foi quando a ideia de ter meu próprio negócio apareceu, no começo não deu muito certo, e Giovanni estava querendo me mandar para a universidade, foi quando tive a ideia de me juntar finalmente a gangue, pedi uma única chance a Giovanni e a todos, me deram o prazo de um mês, e quando o prazo acabou o tanto de dinheiro que tinha em minhas mãos era inacreditável. Assim, o movimento no bar cresceu. Tudo com muita cautela, obviamente, nem todos que entravam ali procuravam pela droga, o lugar ficou conhecido por ser realmente bom. Sempre fiz questão de que meu bar fosse reconhecido pelas bebidas, atrações, e pelo ambiente, e não por causa da droga. Papà não sabe disso ainda, e estou receosa em contar.

—Vou fazer uma festa de boas vindas para o papà amanhã. Quero que esteja aqui quando ele chegar Giovanni. —Pedi.

—Para que isso tudo Mary Jane? Acha que ele por acaso merece?

—Sim. Ele é nosso pai. Esteve longe de nós para vingar a morte da nossa mãe, ele também foi infeliz sabia? Ficou longe de nós e preso. Pelo menos estávamos longe, mas estávamos livres! —Me levantei irritada com ele.

—Não queira inverter os papéis aqui Mary Jane, se alguém tem culpa de alguma merda aqui, esse alguém é o seu pai. —Ele disse com a voz alterada, também se levantando.

—Nosso pai! —Gritei. —Nosso papà, Giovanni.  —Não sei se ele foi capaz de ouvir a última parte.

—Ele não esteva aqui, Mary J. Nunca esteve. —Ele disse e saiu pela porta da frente. Ótimo!

Giovanni era tão cabeça dura. Poderia simplesmente está ao meu lado e me apoiar como todos esses anos, mas não, preferia culpar alguém.

Subi para o meu quarto e tomei um banho demorado, mais do que eu planejava. Olhei pela janela, e pude avistar o parque de trailers da minha família. Papà voltaria, como ficaria tudo agora? Ele voltaria ao seu posto? Ou deixaria que Giovanni continuasse de frente... Eram tantas perguntas que rondavam minha mente, acabei entrando em pânico e todo o ar dos meus pulmões pareciam ter sido sugados.

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Bem vindos ao meu livro!

Gostaria de dizer que não estou revisando os capítulos, portanto, vocês encontrarão erros gramaticais, alguns até sem sentido, como por ex uma palavra estranha no meio do texto.

Para quem vai continuar e acompanhar o livro, não deixem de apertar nessa estrela, pois assim saberei se tenho leitores que esperam capítulos e postarei bem mais rápido. Também seria legal se quem fosse acompanha a história me seguisse, pois estarei postando avisos no meu perfil, para não ficar chato aviso no meio dos capítulos.
Só posso dizer que, modéstia parte a história está incrível e que não irão se arrepender em acompanhar.

Uma observação que gostaria de fazer: Depois de tudo pronto, vi que tem um livro com o mesmo nome aqui no site, e gostaria de deixar claro que as histórias não tem absolutamente nada de parecido. Obrigada.

Filhos da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora