bevenuto papà

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Mary Jane

Antes mesmo que meu despertador me acordasse, eu estava de pé.

Chamei Nina, a minha melhor amiga, para me ajudar a arrumar a pequena festa de boas vindas do meu papà, Nina veio com todo o prazer, ela parecia estar mais animada do que eu, todos pareciam... Meu pai era uma espécie de mito para as pessoas mais novas da gangue, nunca tinham o visto, mas sabiam tudo sobre ele, se inspiravam nele... Papà realmente era amado.
Nina era uma dessas pessoas que achava meu papà um mito, uma lenda! Ela tinha a minha idade, mas não conseguiu conhecer ele antes de ser preso.

Colocamos umas luzes amarelas, um bolo, uma faixa escrito Bentornato a casa, Ricci! (bem vindo de volta ao lar, Ricci)

Quase no fim da tarde, e Giovanni não tinha chegado desde a última noite.
Todos estavam reunidos na sala tomando cerveja e a espera do meu pai. Ele estava demorando mais do que eu esperava.

Não ouvi barulho de carro nenhum, só ouvi a porta sendo aberta por um lindo homem grande, tatuado e com os cabelos grisalhos. Era meu papà, ele estava bem alí, parado na nossa porta com o olhar surpreso ao ver toda a família alí para o receber de volta. Os grandes amigos dele correram para cumprimentá-lo. Eu continuei imóvel, sem acreditar que ele estava finalmente alí.

O olhar dele percorreu todo o ambiente em busca de algo, de alguém, de mim. Quando achou, pude ver seus olhos brilharem, e ele deixar todos para trás e correr em minha direção.

Bambina! —Ele me abraçou tão forte, que senti meus pés saírem do chão, literalmente.

—Papà... —Chorei em seu colo. —Você voltou, está aqui. —Chorei mais, sem querer solta-lo.

—Eu prometi que voltaria! —Ele beijou minha cabeça. Todos estavam em silêncio observando a cena. —Onde está seu irmão? —Ele perguntou me soltando.

—Eu não sei, papà. Ele precisou sair. —Não queria que ele soubesse que Giovanni o odiava. Embora ele fosse descobrir de qualquer maneira.

—Eu senti tanta saudades... —Ele me apertou novamente. —Preciso saber como está sua vida.

—Teremos tempo papà. —Eu respondi com um sorriso de orelha a orelha. —Agora, todos estavam com saudades... Sabia que você é uma lenda para a nova geração? —Brinquei.

—Jura? —Ele sorriu e eu assenti. —Sono tornato, famiglia! —Ele levantou sua cerveja e todos gritaram eufóricos. (Estou de volta, família)

Luigi foi o responsável pelo churrasco no quintal da casa.
Aquela festança durou pelo menos três horas, papà estava um pouco cansado.

Estará de volta amanhã? —Luigi perguntou, sendo o último a sair.

—Ainda não, em breve. —Ele disse a Luigi, se cumprimentaram e ele foi embora.

Papà me ajudou a limpar a sujeira, e sentamos exaustos no sofá.
Então, tivemos um tempo nosso.
Contei tudo a ele, inclusive do bar.

—Você está chateado comigo? —Perguntei a ele.

—Claro que não, só não queria que isso tivesse acontecido... Se eu estivesse aqui, nunca permitiria que você entrasse nisso, Mary Jane.

—Mas adivinha? Você não esteve. Nunca esteve, mesmo quando estava. —Giovanni apareceu na sala, completamente bêbado.

Ah pronto!

—Giovanni! —Meu pai levantou surpreso ao vê-lo. Diferente de mim que visitei-o três vezes, Giovanni nunca tinha ido visitá-lo. Giovanni agora era um homem, e muito parecido com meu pai.

—Bem vindo ao lar, Salvatore. —Ele riu, mas não foi um riso legal.

—O que se passa, bambino?

—Gostou da tatuagem da Mary Jane? Dei meu sangue para que a marcassem em um lugar que não fosse tão visível. —Ele disse se referindo a estrela siciliana que os integrantes tinha que tatuar.

—Obrigado por cuidar da sua irmã.

—Queria que eu a abandonasse? Como você fez? Não sou igual a você.

—Já chega! —Gritei.

—Tudo bem, ragazza, eu mereço. —Papà disse tranquilo, como se realmente merecesse ouvir tudo aquilo.

—Eu não vou ficar aqui para ouvir vocês dois, ouvir os insultos de Giovanni, e quem sabe no que isso vai dar... —Eu disse irritada pegando minha jaqueta, as chaves e saindo.

Subi em minha moto, e fui em direção ao bar. Aquela noite eu quis beber, não gerenciar.

Filhos da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora