Mary Jane
O bar estava mais lotado do que o normal. Antes de me sentar para beber, fui dar uma olhada nas coisas lá por dentro, e como tudo estava sob controle, peguei uma garrafa de whisky e fui para uma mesa mais no canto.
Giovanni tinha que foder com tudo?
Não que eu estivesse me virando contra ele a essa altura do campeonato. Sou tão grata por tê-lo.
O papà cometeu erros, não pensou nos filhos quando quis alimentar seu desejo de vingança, mas família é para isso, para acolher mesmo depois do erro, para entender, perdoar e amar. Papà não tinha culpa daqueles homens terem entrado em nossa casa naquela noite, não tinha motivos Giovanni jogar tudo para o nosso papà.
Eu achei que nossas vidas mudariam quando estivéssemos juntos novamente, mas pelo visto não.—Tá tudo bem aí? —Um homem parou ao meu lado, chamando minha atenção.
—Claro. —Respondi sem olhar para ele, e enxugando as lágrimas que até então, não havia notado que escorriam.
—Posso te pagar uma bebida? Aí você desabafa para um cara no bar, no caso eu. —Ele riu simpático.
—Não. —Encostei a boca na garrafa virando, e então o olhei. Wow! Cheguei a engasgar com a bebida, mas nada desesperador.
Ele era lindo.
Loiro, seus olhos azuis brilhavam mesmo na pouca luz, alto, e com um cabelo perfeito que estava crescendo e às vezes caia no rosto.
—De onde você é com esse sotaque ridículo? —Tive que perguntar, não que tenha achado o sotaque ridículo, só queria saber de onde vinha.
—Califórnia.
—O que um norte americano faz perdido na Itália? —Perguntei interessada nele, aquela pergunta pareceu um convite para nos tornarmos amigos, pois ele sentou a minha frente e se envolveu na conversa.
—Eu estou morando aqui agora, vim a trabalho uma vez, e como gostei muito, decidi transferir de vez para cá. —Ele sorriu.
—A Itália tem seus encantos.
—Estou vendo. —Ele flertou. —E você, qual o seu nome?
—Mary Jane.
—Sério? Tipo...
—É, tipo o Homem-Aranha. —Revirei os olhos. Ele riu novamente, uau. —E o seu?
—Jake Fielder. —Ele olhou para minha garrafa quase no fim. —Eu posso te pagar outra bebida se quiser, sério.
—Eu não preciso que você pague uma bebida para mim.
—Já entendi! Você é daqueles movimentos feministas que...
—Sim, eu sou. —Desafiei.
—Será que você poderia deixar eu terminar uma única frase, Mary Jane?! —Ele disse divertido.
—Só estou tentando te dizer que, também posso te dar bebidas. —Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas interrompi novamente. —Pode escolher, é por conta da casa.
—Você trabalha aqui? —Ele perguntou curioso.
—Isso aqui é meu. —Ele se espantou. —Por que a surpresa?
—Você não parece empreendedora. Se bem que, prestando atenção, esse lugar é a sua cara. —Ele olhou ao redor e me olhou. —Tatuagem, jaqueta de couro... Quantos anos você tem?
—Isso é uma entrevista? —Brinquei e ele riu.
No final da noite, antes de fechar, eu me vi dentro do banheiro com aquele americano. Por Deus, que homem! Aquela pele quente e bronzeada, aquelas mãos que viajavam por todo o meu corpo me causando arrepios em toda a espinha. Aquele hálito quente misturado com álcool que me fazia não querer parar de beija-lo.
E quando ele tirou o resto da minha roupa, e se abaixou... ah... Foi o paraíso. Aqueles lábios, aquela língua quente que me fez ver estrelas de tanto prazer.
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Filhos da Máfia
RomanceDelicada, frágil e ingênua, são os únicos adjetivos que não fazem sentido ao se referir a Mary Jane. Uma italiana, nascida e criada no meio da máfia, o pai tentou levá-la por outros caminhos, mas não teve como evitar, estava no sangue da família Ric...