Capítulo 13

6.4K 508 12
                                    

Maratona 2/5

M A R I A   E L I S A 🌻

Era 18:40 e o churrasco ainda estava tendo, meu tio tentou falar comigo mais evitei o máximo, não sabia se eu ia ou não não jantar com o Vinicius, eu realmente estava em dúvida. Talvez eu vá pra saber o que ele quer de verdade, ou só talvez porque sei que meu tio vai mandar alguém atrás de mim, ele saiba e fique furioso, eu não sei.

Me despedi de todos, e já tinha contado pra Bi sobre o jantar, quando fui me despedir dela ela deu um sorriso irônico misturado com de malícia. Quando eu passei pelo meu tio pra falar Tchau pra Júlia ele começou a falar que tinha que conversar comigo, ignorei.

Fui pra minha casa, tomei banho lavando meu cabelo, odeio o cheiro que fica nele depois do churrasco, sai, fiquei olhando meu guarda-roupa por um bom tempo e decidi colocar um vestido preto, e um tênis branco, coloquei tudo, passando hidratante e perfume, sequei meu cabelo, só fiz um delineado e passei rímel.

Peguei uma bolsa pequena colocando minha carteira, peguei a caixa e conferi se estava tudo trancado e apagado. Sai de casa, coloquei as chaves na bolsa, e bora fazer a maior burrada da minha vida.

Fui descendo o morro cumprimentando todos, sorrindo. Quando cheguei no pé do morro os meninos começaram a me olhar estranho, afinal eu sempre falei pro meu tio onde eu vou. Passei por eles e olhei pra rua, achei seu carro e entrei.

— Olá — ele falou sorrindo e me olhou por completo — Porque não colocou o que eu te dei? Ficou um máximo em você — ele falou sorrindo —.

— Boa noite, não coloquei porque não aceitei — falei colocando a caixa no banco de trás — e só aceitei sair com você porque sim, então, vamos aonde?

Ele ficou me encarando por um tempo, mais logo ligou o carro dando partida.

— Paris 6 — falou olhando pra rua e depois me encarou e voltou sua atenção — Já foi?

— Nunca mais já ouvi falar — falei ligando o rádio e passando as músicas — é bom?

— muito bom — ele falou e abaixou um pouco a música que era uma qualquer, nunca tinha ouvido pra falar a verdade — Então, me fala sobre você.

— O que você quer saber de mim? — perguntei olhando pra ele e permaneci assim —.

— Bom, sei lá — ele viu que eu estava desconfiada dele e começou a batucar os dedos no volante — Bom vou falar de mim então, tenho 23 anos, nasci aqui mesmo no Rio, a família do meu pai é de SP e da minha mãe da aqui mesmo, eu tô seguindo a Bope pelo meu pai, ele não falava do trabalho dele em casa então fiquei curioso e entrei. Minha mãe entrou em depressão quando meu pai teve que fazer uma operação no Ceará, ele ficou fora por três meses, eu tinha 17 anos e via as notícias nos jornais, falavam que várias pessoas estava morto, e desaparecido, o chefe do meu pai na época ligou e conversou com a minha mãe, e disse que não estavam achando ele, então resultou minha mãe na depressão, eu me vi no direito de proteger a casa, depois de três semanas de busca acharam meu pai e trouxe todos pra cá, foi aí que minha mãe começou a melhorar. Nunca namorei, o amor ainda não bateu na minha porta, eu acho que seria isso.

Senti o carro parando e olhei, tínhamos chegados no Paris 6, ele deu a chave pro manobrista e entramos, mostraram a nossa mesa e deram o cardápio.

— O que vai pedir? — perguntei olhando o cardápio e simplesmente fiquei perdida, estou acostumada com patrão, lanches, gorduras —.

Vinicius olhou pra mim e riu, ele realmente conseguiu ver o meu desespero. Ele fez o pedido dele e o meu, agradeci aos céus.

— Você só vem aqui? — perguntei olhando o lugar, tinha alguns casais rindo, pareciam se divertir até —.

— Não, eu pra falar verdade não venho muito aqui, sempre vou no restaurante do meu tio, na próxima te levo lá — ele disse e deu um sorriso — mais voltando ao assunto do carro, eu já disse um pouco sobre mim, agora sua vez.

Eu sabia que eu poderia entrar em uma emboscada, mais como a Gaia disse, só não falar do meu tio e do morro.

— Tenho 20 anos, nasci e fui criada no Rio, perdi minha mãe e minha vó, sigo a carreira que minha mãe iria entrar, por amor e não por  obrigação, sou gerente em uma loja e faço faculdade de arquitetura mais você já sabe isso, dava aula de dança até hoje, meu pai nunca vi, nunca namorei, é isso — falei e dei um sorriso de canto —.

Vivendo em dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora