Capítulo 11

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Sabe a sensação de estar na beira de um penhasco? Onde parte de você diz "Não" e a outra parte diz "se jogue"? Se você não sabe, eu vou explicar, é horrível, você não sabe o que fazer, não sabe o que escutar.
Quando se pula de um penhasco não se sabe bem qual o final, pode ser um grande mergulho no rio, mas também pode ser pedras pontiagudas prontas para acabar com você.

Eu me joguei do penhasco sem saber qual era o final.

- Cris, você veio!
- Sim, mas vamos logo, antes que ele venha atrás de mim.
- Vamos.

Quando eu fugi com Dimitri tive a sensação de uma criança que faz uma travessura, é assim que eu me sinto com ele, um criança feliz.

- Di, onde estamos?
- Natal, Rio Grande do Norte.
- Parece incrível.
- Você vai amar.

Ficamos em uma casa meio antiga, ele disse que era do avô dele.

- Cris, vamos a praia.
- Di, não sei se eu quero.
- Vamos, vai ser legal, por favor.
- Tudo bem.

Fomos a Praia de Pipa, era um lugar lindo, paradisíaco, um lugar perfeito.

- Vou dar um mergulho, quer vir?
- Não, obrigada, vou continuar lendo e tomando sol.
- Você que sabe Cris.

Perto da casa onde estávamos havia uma pequena livraria, tinha um senhor muito gentil que me deixou pegar alguns livros emprestados.

- Um tanto incomum alguém de calça na praia - disse uma voz feminina.
- Não tive tempo de comprar roupas pra esse clima.
- Talvez eu possa te ajudar, tenho uma loja de roupa aqui perto.
- Eu agradeceria, a propósito sou Cris.
- Sou Thina.

Fiquei empolgada de falar com Thina, ela era muito inteligente e divertida.

- Vi você conversando com uma mulher na praia.
- O nome dela é Thina, disse que podia me ajudar com as roupas.
- Cris, cuidado, gente como ela só quer tirar vantagem de gente como você.
- Você acha que ela não é uma boa pessoa?
- Não sei dizer, mas vou te proteger, eu prometo.

AbusadaOnde histórias criam vida. Descubra agora