|CAPÍTULO 33|

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- Para onde vamos? - Perguntou.

- Para onde você quiser me levar. - Falei.

E assim, partimos, deixando Nathan para trás.

- O que aquele mané queria contigo? - Davi falou quebrando o silêncio.

- Queria conversar.

- Vocês pelo visto tiveram uma briga feia, já que nem quis conversar com ele.

- Não quero falar sobre isso. Para onde estamos indo?

- Para minha casa.

Eu não estava acreditando que depois de tudo que Nathan me fez, ele ainda achava que era apenas chegar a hora que quisesse e tínhamos que conversar. Eu implorei para conversarmos, mas ele foi implacável em me pedir para afastar. Estou muito sentida com ele ainda, sem chance de conversarmos. Minha raiva é grande, gigante, e aposto que depois que me viu entrar no carro de Davi, ele vai desistir de conversar.

Davi parou o carro em frente ao seu prédio e pediu para descermos.

- Não vai colocá-lo na garagem? - Perguntei.

- Terei que sair novamente para pegar minha mãe. Provavelmente ela e a sua mão estão batendo perna por aí.

Putz, eu havia esquecido da minha mãe. Tinha que ter ligado para ela.

- Preciso ligar para a minha mãe. - Falei.

- Vamos entrar, você toma uma água, se acalma e depois liga para ela, ela vem te buscar aqui.

Acenei com a cabeça e descemos do carro. No elevador, falei que Davi poderia guardar o carro, já que nossas mães estavam juntas e a minha viria aqui ele não precisaria sair.

- Relaxa, gata, daqui a pouco eu guardo.

O elevador chegou, saímos em direção a entrada do apartamento e Davi abriu a porta para entrarmos.

- Vou pegar uma água para você se acalmar. Está com a cara de quem viu um fantasma. - Falou.

- Obrigada. - Agradeci.

Sentei-me no sofá e abaixei a minha cabeça, segurando-a com as mãos. Nathan não podia fazer isso comigo. Era somente o que eu pensava. Tudo que ele me disse para afastar-me dele. Todo meu sofrimento. Não era assim que as coisas funcionavam.

- Sua água. - Disse Davi me entregando o copo.

- Obrigada. - Novamente, agradeci.

- Vou ao banheiro, fique a vontade.

Assim, ele saiu e tomei a minha água. Me levantei em seguida e senti meu olhos lacrimejarem. Eu estava com o coração acelerado. Tudo estava vindo à tona. Aquele sofrimento, aquela angustia e eu ainda me lembrei do neném.

As lágrimas enfim desceram e eu não me controlei, chorei com força, com dor no peito. Minha dor era forte. Era a dor da rejeição, dor de não saber como seria a minha vida dali para frente e sem saber se eu conseguiria aceitar tudo.

Não podia ficar nesse estado na frente de Davi, senão eu teria que abrir o jogo e não era o momento.

Como ele estava no banheiro social, me desloquei para o banheiro de seu quarto, fechei a porta e por lá chorei mais ainda.

Alguns minutos depois, Davi bateu na porta me chamando e perguntando se estava acontecendo algo.

- Já estou saindo. - Respondi.

- Abra aqui, Helena, você está chorando que eu sei. - Falou.

- Já vou sair, não se preocupe.

Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora