CAPÍTULO DEZOITO

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Ben tinha os olhos abertos, mas não via nada. Não, não era bem isso. Luzes brilhantes desenhavam arcos no seu campo de visão, cegando-o. Ele tentou gritar mas fora em vão. Ele realmente não tinha controlo em si mesmo. Apenas ouviu a voz distante de Marcus:

— Levem-no para o Syker.

Depois, Ben sentiu os seus sentidos a desaparecer e caiu num abismo negro, com mais um sonho-recordação.




Não, não era bem isso. Ele não estava a ter uma recordação. Ele apenas sonhava. Era um sonho escuro, onde os pensamentos foram buscados à parte escura do seu coração. Ele apenas viu sangue e os corpos de todos os amigos que já partiram. Lily, Zack, Iris, Peter, Mike e agora Jolly.

Ben sempre pensara na hipótese de estar com Jolly. Irem ao cinema, andarem na mesma escola, almoçarem juntos... Mas Ben agora sabia que esses desejos nunca se iriam realizar nesse futuro promissor.

Agora ele ouviu alguém a chamá-lo. Parecia ser Jolly.

Ben, Ben, Ben...

Ben apenas seguiu essa voz e entrou na escuridão.




A luz intensa acordou-o.

Ele semicerrou os seus olhos e apenas viu branco. Tentou-se adaptar à luz e rodou o seu pescoço para ver onde se situava.

Era tudo branco — uma pequena sala com paredes brancas, teto branco, chão branco. O chão era esponjoso e duro, mas era suficientemente macio para ser confortável.

A sua roupa já não era a mesma. Também era branca. Apenas com o logotipo da EVO no seu ombro.

Ele sentiu uma sensação de pânico por estar ali sozinho. Levantou-se e gritou pedindo socorro:

— Socorro! Ajudem-me!

Contudo, ele sabia que ninguém o ouviria, portanto ele sentou-se novamente onde ele estava.

Os pensamentos sombrios instalaram-se nele — Iris. Ela havia morrido... Não, aquilo era demais. Ele tinha de completar o plano. Ele estava determinado. No dia de hoje, ele iria matar Cynthia.

Em seguida, ouviu-se um zunido elétrico e a porta abre-se, entrando Marcus. Havia dois soldados atrás dele, prontos para o protegerem.

— Finalmente acordaste! — disse Marcus.

— Como é que tu nos encontraste em Inveree? Nós já tínhamos tirado os Localizadores — perguntou Ben.

Marcus deu uma gargalhada:

— Sabes, os registos de entrada de novos cidadãos em Inveree? Nós tivemos acesso a eles.

Ben lembrou-se do plano — matar Cynthia Morgan e acabar com isto tudo. Então decidiu obedecer e fazer tudo o que eles quisessem.

— Está bem — disse Ben — Eu quero salvar a humanidade. Podem fazer o que quiserem comigo. Estou aqui de boas intenções.

— Mhm, muito bem. Parece que finalmente aprendeste que nós não somos os maus da fita. Fico orgulhoso.

— Vamos mas é despachar isto. — disse Ben com convicção.





Passaram por inúmeros corredores e depois entraram numa sala e havia dois médicos da EVO sentados em cadeiras. As paredes eram todas brancas. Tal como o resto dos compartimentos.

Ben entrou com Marcus e Marcus fechou as partas atrás de si.

— Olá, Ben. Temos esperado por ti — disse uma das médicas.

— Mhm... — o coração de Ben acelerou — Sim... Vamos mas é despachar isto por favor.

— Está bem — disse outro médico — Estás preparado para morrer, salvando a humanidade?

Ben acenou com a cabeça. Fora tremido e o seu coração batia violentamente no seu peito.

— Damos te a oportunidade de escolher o tipo de morte. — disse outro médico.

— Podes ser morto apenas com um tiro na cabeça — disse a médica que falou com ele primeiro — Ou poderás morrer com uma injeção. Ou então, se quiseres da maneira tradicional. Podemos te dessecar vivo.

Desafio Final - O Vírus Mortal #3Onde histórias criam vida. Descubra agora