Poesia&Cia

Cores

Em que tom eu estou hoje?
Posso ser amarelo
Que representa os girassóis
A felicidade
A minha rala sanidade
Mas de amarelo em mim só restam cacos
O amarelo em mim se tornou opaco.

E que tal vermelho...
Cor da paixão inevitável
Da sensualidade Notável
Quente e Perigosa
Cor da mulher prazerosa
Mas a sensualidade não me governa
Então preciso de outra cor pra ser minha lanterna

O laranja é tentador
Cor da pequena garota inocente
Do que afasta o inverno e trás o verão quente
Cor da confiança e do calor
E da alegria indolor
Mas o laranja é vivo
E eu não sou sirvo para algo tão pró-ativo

Tem o verde
Cor da minha esperança morta
Da natureza atrás da sua porta
Que tira minha insônia de todas as noites
Da sua fertilidade
E da suas "plantas" relaxantes
Mas o verde não combina comigo
Essa cor não me serve de abrigo

O branco representa a pureza
A minha antiga inocência
O vestido branco da noiva abandonada
Da sua fé fútil e apaixonada
A roupa branca do dia primeiro
Ou da médica e do enfermeiro
O branco é feito da paz
Coisa que eu acho que eu não terei nunca mais

Me trouxeram o azul
Me disseram ser a cor da bondade
A cor que trazia serenidade
A cor que tiraria minha negatividade
A cor que traria á minna vida "qualidade"
A cor que me daria paciência
A cor que combate depressão
Mas você não estuda matemática ou ciência
Para afirmar mentiras sem prudência
Eu não gosto de asneiras
Quero uma cor que traga coisas verdadeiras

Me mostraram o roxo
Vi que era uma cor melancólica
Mas que afastava meu medo
A falada intuição que fica no enredo
Roxo... a cor da realeza
Da criatividade e Proeza
Acho que não combina
Não quero ser outra pessoa
Nem a Joana D'arc,nem a Arlequina
Quero outra cor que me represente
Uma cor presente

Conheci o rosa
Ele tinha muitos tons
E me lembrava felizes sons
Minha mãe me dizia que era a cor da motivação e do amor
Que me traria todo o afeto
Fui abraçar essa cor de braços abertos
Mas essa cor partiu meu coração
E tirou minha motivação
Minha mãe mentiu
Mas não foi culpa dela
O mundo não é um conto da Cinderela
Alguém deve ter mentido pra ela

Vi o marrom por aí
Uma cor positiva e sólida
Mas um pouco mórbida
Não gostei
Não é minha cor
Dei tchau á ela, e pra próxima eu pulei

Pulei pro cinza
Uma cor neutra de valor espiritual e intelectual
Uma cor de elegância pessoal
Que transmite oque eu mais sinto
Tédio
Essa cor me reflete um velho com uma taça de vinho tinto
Mas me reflete respeito e tristeza
É uma cor de muita beleza
Mas fraca pro sigficado forte
Não estou com sorte

Cheguei na última cor, preto
Preto... da amargura da escravidão
Preto... que na noite trás a escuridão
Preto... o céu sem nuvem, nem estrelas
Preto... tristeza, melancolia e luto
Preto... a dor de um modo bruto
Preto... cor da morte
Preto... uma rua escura sem iluminação de um poste

Finalmente decidi
Eu sou todas as cores
Todos os sabores
Todos os tons
Todos os sons

Amarelo...Eu deveria ser
Vermelho... Fui ensinada a ser
Laranja... Gostaria de voltar a ser
Verde... Gostaria de novamente ter
Branco... Eu voltaria a ser
Azul... Minha avó me ensinou a ser
Roxo... É necessário ser
Rosa... Minha mãe me ensinou a ser
Marrom... Eu sabia ser
Cinza... Nunca deixei de ser
Preto... Eu nunca quis ser, mas sempre fui

Eu sou a garota sem cores
Eu sou a garota de todas as cores
As cores me atendem
As cores me salvam
As cores me sentem
As cores me matam