》PRÓLOGO《

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-Esse deve ser o último

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-Esse deve ser o último.

O herói disse ao companheiro assim que alcançaram o último quarto do andar subterrâneo, olhou em volta antes de passar o cartão que dava acesso ao cubículo. Um "bip" pode ser ouvido, informando que podiam entrar, mas estancaram na porta por alguns segundos antes de se aproximarem.

-É uma criança... _O mais velho comentou.

Os olhos da garotinha estavam fixos na luz do teto, as pálpebras e a barriga se movendo eram os únicos sinais que ela estava viva. Seu corpo estava esquelético coberto apenas por uma camisola azul puída e suja, seus cabelos estavam maltratados e bagunçados.

-Qual é seu nome?

Silêncio. Ela nem sequer desviou os olhos do teto.

[...]

-E por que eu?

-Acredite, senhor. Toda a minha equipe já tentou. _Explicou observando a garota que os encarava. -Você foi quem a tirou de lá, o único que ela permitiu que a tocasse até agora.... Se o senhor não consiguir, ninguém consegue.

Não tinham nenhuma informação daquela criança, quando a encontraram era a única com aparência humana ainda viva, parecia estar em transe. Ver uma criança naquele estado, coberta de sujeira, cicatrizes e ferimentos, o fez sentir raiva de quem quer que fosse dono daquele lugar e agora de novo ela se fazia presente, aparentemente alguém já havia lhe dado um belo banho e revelado mais cicatrizes e ferimentos, alguns estavam enfaixaidos, mas o que mais o impactou foi magreza quase extrema da garotinha. Os ossos da face estavam visíveis, seus braços e pernas pareciam mais um par de grandes hashis, seus olhos, contornados por profundas olheiras, pareciam grandes demais para ela.

O mais velho respirou fundo antes de tentar se aproximar, a pequena se encolhia mais a cada passo dele. A comida em cima da mesa do local estava intocada, resolveu que começaria por ali, "sorriu" para ela e foi até o móvel, retirou os hashis da embalagem plástica e os separou em seguida, sentou-se sobre a mesa com a tigela de arroz nas mãos e começou a comer enquanto fitava os olhos famintos da pequena. Os médicos do lado de fora olhavam tudo através do vidro e ficaram surpresos com aquela atitude, cogitaram tira-lo de lá, mas resolveram esperar para descobri o que ele planejava.

-Isso aqui está realmente delicioso. _Falou de boca cheia antes de por mais arroz lá dentro. -Hummm... _Suspirou vendo os olhos desejosos da menina sobre a tigela em suas mãos. -Quer provar um pouco? _Perguntou apontando para a refeição com os hashis.

A mais nova se encolheu mais um pouco, mas nada disse. O herói saltou da mesa e foi até ela, deixou a tigela aos seus pés e se afastou, as orbes (cor dos olhos) fixaram-se desconfiadamente sobre ele, depois sobre o objeto e novamente sobre ele, os dedinhos magros pegaram os hashis, mas ela não consiguiu manusea-los. Depois de uma curta serie de tentativas falhas, a (cor do cabelo) juntou-os na palma da mão, depois a fechou, com dificuldade usou a mão livre para aproximar a tigela dos lábios e com ajuda dos palitinhos passou a empurrar os grãos até a boca.

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⏰ Última atualização: Jul 24, 2021 ⏰

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