A Tua Justiça

Um balde com água é jogado no rosto de Schulz e este acorda. Desperta atônito, sem saber aonde está e com os pés e as mãos presos numa cadeira, que o fez desesperar-se. É quando percebe a silhueta de um homem nas sombras do ambiente escuro em que se encontrava, este se aproxima de Schulz, que estava sob a luz da lâmpada amarela, e se torna possível visualizar a sua figura. O homem surgido era alto, entre 30 e 40 anos (e Schulz uns 60 e poucos) e fumava um cigarro, com uma feição séria e amedrontadora.
- Sr. Schulz, eu vou direto ao ponto. Sou um ex-agente da polícia e sei que você torturou pessoas durante a década de 70 e 80, dentre elas inúmeras mulheres e crianças, e mesmo assim você não teve a justiça que merecia ter tido. Então, já que o mundo não foi capaz de lhe aplicar a punição devida, eu me encarregarei disto, e farei contigo o mesmo que você fez com inúmeras pessoas boas e inocentes, inclusive familiares e amigos meus. Essa é sua última oportunidade para rezar, pois hoje é o seu dia de morrer
Schulz, assustado e exaltado, absorvia as palavras que lhe causavam medo. Tentou dizer algo:
- Eu... - mas foi interrompido com um soco no rosto
- VOCÊ O QUE? HAN? ACHA QUE TEM DIREITO DE FALAR ALGUMA COISA AQUI? - apontou o dedo na cara dele - seu filha da puta de merda!
Após isso, enfiou o cigarro que fumava na boca de Schulz, tapando-a
- Mastiga essa merda!
Schulz mastigou e sentia a boca queimar e o gosto horrível que tinha.
O homem alegava que Schulz havia queimado, arrancado dentes, quebrado ossos e espancado suas vítimas (além de submete--las a diversos instrumentos de torturas), então fez o mesmo com ele.
Em dado momento, Schulz quase morto, com feridas e sangue espalhados por todo o seu corpo, olhou para o homem e falou com tremendo esforço: eu peço perdão.
O homem tomou tempo para respirar e enxugar o suor em sua testa, é quando, ao olhar para o lado, se depara com um espelho pendurado, e se assusta ao ver Schulz refletido nele. O homem, então, larga um instrumento que estava em sua mão para tortura e observa a sua palma suja de sangue. Um sentimento lhe corrói e ele foge do lugar (ao mesmo tempo em que Schulz dava seu último suspiro).
O homem corre até os trilhos de um trem, lágrimas surgiram sem o seu controle. "O torturador". Já não podia dizer esta frase e só pensar em uma pessoa agora. O trem se aproximava. O que ele deveria fazer?