Capítulo 5

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Hoje é a primeira aula de laboratório com os novos parceiros. Esse é o meu primeiro pensamento do dia, e ele me acompanha enquanto tomo café, me arrrumo (mais do que o normal), vou para a escola e espero até a terceira aula.

Quando a hora finalmente chega, sou a primeira a sair da sala de aula e a primeira a chegar no laboratório, antes mesmo do professor. Me sento na minha bancada favorita, na qual trabalhei com Steven e com a menina antes dele, Jenny Perkins. Acredito que essa bancada seja a melhor do laboratório, pois é na frente da mesa do professor, o que ajuda na hora de ver os experimentos corretamente.
Estou pensando nisso quando levanto a cabeça e vejo um Elliot sorridente andando em minha direção. Ele diz:

- Oi, irmã da Emily! Desculpa, eu esqueci seu nome.

- Isy. - Sorrio de volta, tentando disfarçar ao máximo minha decepção por ele simplesmente não saber meu nome.

- Escuta, Is, será que a gente poderia sentar lá no fundo? - Ele aponta para a última bancada da fileira - Max disse que ele e Tom querem me mostrar uma coisa.

- Hm, claro. - Acho que agora não consigo mais disfarçar minha frustração.

- Oba, valeu! - Ele diz e vai andando na frente.
Olho para Anne e Ally, juntas, na bancada que queriam, se divertindo, e elas me mandam vários beijinhos no ar. Isso me faz sorrir, até o momento no qual me sento ao lado de Elliot e começo a escutar a conversa dele com os amigos:

- Cara, olha como essa mulher do videogame é gostosa. Não sei onde eles arrumaram uma dessas para ser juíza de futebol. - Urra Max

- Você sabe que isso é um desenho, né? - Elliot ri com escárnio, e o fato de ele não ter se empolgado com a besteira que o amigo falou me deixa um pouco melhor.

- Claro que sabemos, cara! - Interfere Tom- Mas ela obviamente foi inspirada em alguém real, todos os desenhos são.

Meu Deus, eles deveriam ficar quietos.

- Ah, tanto faz. - Responde Elliot, meio desanimado, e, por um segundo, acho que terei toda sua atenção durante a aula, satisfeita.
Mas ele ri e começa a contar para os meninos seu sonho erótico com Megan. Com muitos detalhes. Muitos. Reviro os olhos com tanta força que eles chegam a doer. Quando o professor chega, tenho esperança que ele pare e se concentre, mas ele continua conversando alto com Max e Tom, não dando a mínima para a explicação do Sr. Cole ou para mim, e a situação não melhora por grande parte da aula.
Acabo fazendo o experimento inteiro sozinha, e a maior contribuição de Elliot é um comentário sobre o quão legal é a cor do reagente. Quando me levanto, ao fim da aula, ele diz:

- Foi muito legal fazer dupla com você, irmã da Emily.

Olho para ele, tentando esboçar um sorriso, e vou embora. Hoje foi um desastre. Preciso, urgentemente, parar de colocar esse menino num pedestal.
                                 

Encontro Alice na saída da escola, e aproveito para conversar com ela e pedir o que eu estava querendo:

- Você já decidiu se vai nos ajudar no correio elegante? A Emily não tem escolha, e a Anne topou de primeira.

-  Não sei. Tenho um pouco de vergonha, não conheço muitas pessoas que vão, e das que eu conheço, tenho mais vergonha ainda.

- Vaaaai. Eu deixo você levar o Dan. Aposto que ele vai adorar te ver naquele vestido, e você pode mandar quantas cartinhas quiser para ele. Vai, por mim. Meu dia foi um lixo, você viu, e isso me faria sentir bem melhor.

- Ahhh, como você é dramática. Tá. - Ela finalmente cede - Só porque o vestido é uma graça.

Volto para casa, já exausta, e me lembro de tudo que tenho que fazer: preciso recortar os papéis coloridos, encher MUITOS dos balões e terminar de escolher o cardápio. Hoje é quarta, e a festa é sábado a noite, portanto os preparativos estão a mil. Não sairei daqui tão cedo, então minha enorme vontade de me jogar na cama e afogar minha frustração em chocolate vão ter que esperar.

Isy Jones e A Dúvida Onde histórias criam vida. Descubra agora