Doce Aluna~Triângulo De Desejos

1 capitulo

**Enrico**

Era para ser apenas mais um dia comum, daqueles que me fazem questionar por que ainda estou aqui, lidando com alunos desinteressados, que parecem alheios a qualquer esforço. Caminho em direção à sala B, com a mente já desgastada pela rotina. Entro em silêncio, coloco minha pasta sobre a mesa, e só então levanto os olhos para encarar os alunos.

— Bom dia a todos.

Mal termino de falar e percebo uma aluna nova me observando com atenção. Ela tem cabelos castanho-claros, que parecem ter recebido um cuidado meticuloso. Seus lábios são naturalmente carnudos, com um tom rosado que captura a atenção de imediato.

Seu rosto é bem delineado, com sobrancelhas perfeitamente arqueadas e uma pele de porcelana, suavemente bronzeada, com bochechas que parecem sempre coradas. No entanto, são os seus olhos que mais me intrigam — castanhos, com um tom caramelizado, que brilham de maneira enigmática, quase como se escondessem um segredo.

— Temos uma aluna nova. Por favor, apresente-se.

Vejo a garota corar, e uma parte de mim encontra isso encantador.

Ela se levanta, revelando sua altura, que deve estar perto de 1,70m. Com um corpo esbelto, mas levemente curvilíneo, ela exala uma feminilidade natural que, mesmo em roupas simples, chama atenção.

— Eu sou Sophia Parker.

Sua voz é baixa, rouca, com uma sensualidade que parece vir naturalmente.

— Senhorita Parker, obrigada. Pode se sentar.

Respondo, mantendo os olhos nela por mais tempo do que deveria. Meus olhos descem para suas pernas, envoltas em jeans justos, e percebo que estou lutando para manter a compostura.

Durante a aula, tento manter o foco, mas a presença dela me deixa inquieto, desconcentrado. Sei o porquê, mas prefiro negar. É errado sentir isso; ela é apenas uma garota, deve ter dezoito anos, e, além de tudo, é minha aluna. Esse tipo de atração vai contra todas as regras que me impus.

De tempos em tempos, ela me olha, e isso só intensifica minha sensação de desconforto.

Nunca fui atraído por alunas, mas Sophia despertou algo em mim que não consigo controlar. Apenas olhar para ela é suficiente para me causar um desejo tão intenso que me irrita. Ela não deveria ser tão provocante, é como se fosse uma tentação viva, uma verdadeira Afrodite.

Quando o sinal toca, ela começa a arrumar suas coisas rapidamente, sem interagir com ninguém.

Aproveito a oportunidade para observá-la mais uma vez. Seu corpo, envolto em uma calça clara, um suéter verde sem graça, e botas marrons que sobem até o joelho, tem algo de cativante, apesar da simplicidade.

— Você se mudou recentemente?

Pergunto, quase sem pensar.

Ela para de organizar seus materiais e me encara, um sorriso tímido em seus lábios.

— Sempre morei aqui.

Ela volta a guardar seus livros na bolsa, mas não consigo deixar de notar o toque de tristeza em seu tom.

— Você é bolsista?

Ela para novamente, dessa vez, seu olhar se torna mais sombrio.

— Nem todos têm o privilégio de pagar por uma escola como essa.

Sua voz agora é fria, e sinto uma pontada de culpa.

— Fui infeliz na minha pergunta. Desculpe.

— Sim, foi. Mas sou grata pela bolsa que consegui.