Fechei a porta atrás de mim com força, e corri depressa para o segundo andar. Demorei um pouco espiando o corredor pelo encosto da porta, depois fui para o armário me esconder. Sentia meu coração bater tão forte que parecia querer sair. Estava tensa, e nem sabia o que fazer depois daquilo, só pensava em me esconder e não fazer barulho.
Ouço passos pesados ficando bem próximos do quarto onde estou, tento me acalmar segurando a respiração o máximo que posso. Depois de quase dois minutos ouço o destrancar da porta. Ele havia entrado. Tento fazer silêncio enquanto tampo a boca com a mão. Ouvi um vento rápido fazendo um “vuum”, como se ele tivesse levantado o lençol. Depois de um minuto ele sai da sala voltando com seus passos pesados.
Não conseguia aguentar mais brincar com ele, ele me faz mal. Toda vez ele vinha com uma cara irritada querendo me fazer brincar de pique esconde. Na primeira vez eu deixava, não me importava. Na segunda ele começou a ficar mais agressivo, e pensei que tivesse algo de errado, mas não fiz nada. Na terceira, ele já queria brincar de forca também, mas eu nunca acertava uma letra. E agora, ele me persegue no pique esconde como um animal, me procurando com uma faca na mão, gritando meu nome e dizendo que vai me matar. Não queria contar para ninguém, não sou nada (com) sem ele.
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Histórias da meia noite
De TodoColetânea de histórias curtas feitas por mim para se ler na meia noite. Cada capítulo é uma história diferente, mas o clima parece... o mesmo?